Se nada se fizer, daqui a cinco anos (poderá até ser menos) a Língua Portuguesa já terá desaparecido, porque os Portugueses e quem de direito, incluindo professores, pais, políticos, governantes, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” que têm a obrigação e o dever de saber escrever bem e falar bem, não souberam lutar por ela, e a próxima geração será a geração dos analfabetos funcionais, que estarão (já estando) na cauda da Europa (como sempre estiveram).
Já em 2002, de acordo com o estudo “O futuro da Educação em Portugal”, apresentado pelo então Ministro da Cultura, Roberto Carneiro, se dizia que o nosso sistema educativo era «medíocre, quando comparado com os níveis internacionais» tendo Portugal, segundo o mesmo estudo, «um atraso de 200 anos, (…) 80% dos Portugueses não tinha mais de nove anos de escolaridade e (…) 60% da população estava satisfeita com o seu nível educativo».
Se a situação em 2002 já era péssima, e já estávamos atrasados 200 anos, desde então, as coisas pioraram substancialmente e o atraso será agora para cima de mil anos, com a introdução do AO90 e o colossal desleixo no uso da Língua nas escolas, nos livros escolares, nos livros traduzidos, nos livros publicados, na comunicação social escrita e televisionada, nas legendas de filmes, no rodapé das notícias, em todos os canais televisivos, imperando em Portugal uma agigantada iliteracia, em que estão bem evidenciadas as dificuldades na escrita, na leitura, na capacidade de interpretação do que se escreve e também na oralidade, com tantas bacoradas, de bradar aos céus, que se dizem alto… E as pessoas que lêem, ou ouvem rádio ou vêem televisão têm o direito de exigir que se escreva e se expressem num Português correCto.
Para não falar nas desventuradas crianças que foram frequentar escolasm para terem um Ensino de Qualidade, como é do direito delas, e atiraram-lhes à cara o lixo ortográfico, base de toda a comunicação e de todo o Ensino, desde o básico ao superior! Mas quando temos "peixe graúdo" como um presidente da República, um primeiro-ministro, ministros e deputados da nação a falar e a escrever tão mal, nas páginas oficiais e nas suas redes sociais, e que deveriam dar o exemplo da boa escrita e da boa oralidade, esperar o quê dos "mexilhões"? Poderiam, ao menos, ter vergonha, mas não têm.
Não é apenas na Covid-19 que Portugal ultrapassa a linha vermelha.
No Ensino da Língua Portuguesa já se ultrapassou, faz tempo, todas as linhas vermelhas possíveis e imagináveis.
Daí que seja premente que todos os Portugueses e quem de direito: professores, pais, políticos, advogados, escritores, jornalistas, tradutores, apresentadores de televisão, artistas, juristas, enfim a sociedade mais instruída, as pessoas mais “importantes” e mediáticas acordem e se unam para exigir dos governantes e do constitucionalista-mor, que é o primeiro a não cumprir a Constituição da República Portuguesa, a anulação do aberrante AO90 e a reposição da grafia de 1945, não só nas escolas, como em TUDO o que mexe com o Idioma Oficial de Portugal, além de um Ensino de Qualidade, que nos faça acompanhar os níveis europeus.
Ou somos gente que sente, ou não somos ninguém!
Ou seremos apenas fantoches nas mãos de fantocheiros, a deambular por aí, sempre a dizer que sim, que sim… ?
Isabel A. Ferreira
Algo que é preciso denunciar.
E sim, há vítimas a lamentar, quando morrem animais não-humanos seja em que circunstância for.
O que se passou na A6, em Espanha, é revoltante.
Uma carta pungente que recebi da Igualdad Animal - uma Organização não Governamental (ONG) sem fins lucrativos de carácter internacional, cujo objectivo é "abolir a escravatura animal, assegurando que os outros animais são considerados iguais aos seres humanos e respeitados como tal".
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Junto a ti Isabel seguiremos haciendo visible lo invisible.
Gracias de corazón,
Junto a ti, Isabel, continuaremos a tornar visível o invisível,
Obrigada de coração,
Javier Moreno
Co-fundador e Director de Comunicação
«André Silva deputado do PAN esteve no programa do RAP na TVI “Gente que não sabe estar” e bateu o humorista aos pontos.
A prestação do André foi hilariante e defendeu com inteligência todas as medidas do PAN que têm sido deturpadas pelos supostos jornalistas e fazedores de opinião deste país.»
Fonte do texto: Blogue Prótouro
https://protouro.wordpress.com/2019/09/23/gente-que-sabe-estar-parabens-andre/
Para quem quiser ver o vídeo clicar AQUI
Na SIC Marques Mendes teve a distinta lata de afirmar que tirando as coisas dos animais e do ambiente o André Silva é um susto.
Nós por acaso até sabemos quem é o susto e não, não é o André mas sim o caga-tacos que tem a mania que é comentador.
Esta gente ainda não percebeu que quanto mais batem no PAN mais força lhe dão e no dia 6 de Outubro verão o resultado.
Prótouro
Pelos touros em liberdade
Li isto publicado no Facebook, na página Jornalistas.
E isto vem do Partido Socialista?
Têm certeza? Dos SOCIALISTAS?
Estão a brincar connosco?
Nem acredito!
O PS mudaria de nome? De PS para PF? Partido Fascista?
Há que penalizar os socialistas nas próximas eleições legislativas, por esta e por outras arbitrariedades ditatoriais, que estão a fazer retroceder a sociedade portuguesa.
Os socialistas a sério deviam pôr ordem na “casa”. Por este andar o PS estará na lista dos partidos de extrema-direita.
Fonte da imagem:
Antes de dizer ao que venho, quero deixar aqui bem claro que a Língua Portuguesa é a Língua Portuguesa. Ponto. Uma língua de raiz indo-europeia e greco-latina. Ponto. Uma Língua que absorveu o léxico dos vários povos que viveram na Península Ibérica *, tais como os Celtas, os Iberos, os Lusitanos, os Romanos, os Suevos, os Visigodos, os Árabes. A Língua assimilada de todos estes povos constitui a Língua Portuguesa Culta. Ponto. A Língua dos Portugueses. Ponto.
(* Para quem não sabe, a Península Ibérica está situada na parte mais ocidental da Europa, e jamais pertenceu à América do Sul).
No que respeita ao AO90, não sei qual é a posição do José Alberto Carvalho (que conheci quando trabalhava na RTP, e sempre o tive como um Jornalista de excelência, profissionalmente e humanamente falando. Mas que esta “coação”, nesta imagem, não diz a treta com a careta, não diz, caro José Alberto. Não diz. E como é lamentável!
Pois é. Isto vai por aí uma “coação” pegada, na nossa muito subserviente comunicação social (e não só na TVI) destituída de qualquer brio profissional e de conhecimentos básicos da Língua Portuguesa. É que este substantivo feminino lê-se “cuâção”, (e posso afirmar que apenas os ignorantes lêem esta palavra abrindo o primeiro a), e o significado de coação (cuâção) nos dicionários de Língua Portuguesa **, é a acção ou o resultado de COAR, de filtrar um líquido; é sinónimo de coadura = passagem de um líquido pelo coador, ou o líquido já coado. Nada tem a ver, portanto, com COAGIR.
(** Nestes, não se incluem os dicionários acordistas que, cheios de erros básicos, são bons apenas para fazer fogueiras neste Inverno (com I maiúsculo) tão frio…
Isto é simplesmente, uma vergonha!
Já um destes dias, publiquei um texto sob o título
DEPUTADA DA NAÇÃO COAGIDA A NÃO VOTAR CONTRA O AO90 NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/deputada-da-nacao-coagida-a-nao-votar-98802
onde se refere a “moda” de os governantes andarem por aí a coagir (obrigar a fazer ou a não fazer algo, usando a chantagem, a força ou outro processo violento ou moralmente inadmissível, que nada tem a ver com COAR) deputados da Nação, quando se trata de votar matérias tabus, no Parlamento. Ora o AO90 (entre outras) é uma matéria tabu no Parlamento, a qual convém ao ministro dos Negócios Estrangeiros, ao primeiro-ministro e ao presidente da República silenciar ou puxar a brasa para a sardinha deles, quando se trata de votar.
Muitas vezes me pergunto o que levará “profissionais” da comunicação social portuguesa a escrever e ler mal a nossa Língua?
Há três hipóteses:
- ou já nasceram parvos, e como tal não deviam ocupar cargos que dizem respeito à coisa pública;
- ou fazem-se de parvos, a troco de dinheiro;
- ou sujeitam-se a ser parvos, com medo de serem despedidos.
Conheço alguns que se encaixam nas duas primeiras hipóteses e, portanto, são o que são, e a mais não são obrigados.
Também conheço muitos que, com medo de serem despedidos, sujeitam-se a fazer papel de parvos. E isso é terrível.
A mim, se me dissessem: «pagamos-te para fazeres-te de parva, ou vais para o olho da rua…», eu escolheria o olho da rua, porque é mais honesto andar a pedir esmola do que vender a alma ao diabo. Até porque há alternativas.
Simplesmente, esta geração de “jornalistas” tem medo de se UNIR, em bloco, e enfrentar as feras, e defender, com justa causa, o seu mais precioso instrumento de trabalho: as palavras bem escritas e bem ditas. Ou escrevemos e lemos correCtamente a nossa Língua, ou não há nada para ninguém… Sem jornalistas, a comunicação social PARAVA.
O mesmo acontece nas escolas: se os professores se UNISSEM e se RECUSASSEM, em bloco, a “ensinar” os alunos a escrever segundo a cartilha brasileira, sendo eles cidadãos portugueses, logo, europeus, logo, tendo o direito a ser tratados como europeus, e não como sul-americanos, as escolas PARAVAM. E como é fácil desensinar o que foi mal ensinado! As crianças aprendem e desaprendem tudo, rapidamente!
Conclusão: só os cobardes necessitam da mentira para iludir a realidade. E a realidade é que um tsunami da mais crassa ignorância está a assolar o país e a fazer dele a cloaca linguística da Europa. E o pior, é que quem poderia travar este tsunami, abraçou a cobardia.
Lamentável! Muito lamentável!
Isabel A. Ferreira
Uma excelente Crónica Ilustrada de Filipe Simões sobre o que se convencionou chamar de “festa brava”, e não passa de um atentado cobarde à vida de um ser indefeso, encurralado numa arena…
Vale a pena ler…
Texto de Filipe Simões - artista
Crónica ilustrada para o Jornal O Riachense, Julho 2017
«Desde que o Homem é Homem - e já o é, dizem, há uma catrefada de tempo - que tem a mania de se achar mais que os outros. E quando digo os outros refiro-me a tudo, desde as alfaces e formigas até aos elefantes ou mesmo outros seres humanos, seus semelhantes.
O Homem, reparem que escrevi com letra maiúscula, tem por hábito estabelecer hierarquias onde se coloca sempre no topo, claro, tudo o resto são servos. Se os caracóis soubessem o que é uma hierarquia se calhar também se punham no topo. Ainda bem que não sabem, pois seria uma estrutura bem viscosa.
Olhando para o passado recente, está logo à vista a inevitável questão dos escravos negros que nós tão bem chicoteámos durante gerações. Era uma delícia ver aqueles reles seres inferiores a servirem-nos e nós a manietá-los com toda a imponência e virilidade que nos caracteriza. Foi até alguém ter a brilhante ideia de que "eles" não são em nada inferiores a "nós". Enfim, tradições que se perdem. E bem!
Outra tradição que ainda resiste é a tauromaquia, que consiste em dar uma bela maquia aos tauros (brilhante jogo de palavras, sou realmente um ser superior!).
Se formos a analisar bem a coisa vemos que também aqui há bastante racismo. Primeiro, larga-se o indivíduo no meio de uma espécie de beco sem saída, mas redondo. Depois vêm uma data de rufias todos emproados, uns até montados no seu cavalo (cá está outra vez a mania de superioridade), mandam uns piropos sarcásticos ao tipo encurralado a ver se o provocam, "Oh oh oh, oh tu de chifres, anda cá a ver quem é o maior!", depois fazem umas fintas à Cristiano Ronaldo mas sem a bola, todos armados ao pingarelho e toca de dar umas facadas no cachaço, enquanto uma data de gente altiva ri e aplaude a elegância com que se procede à tortura do infeliz, que só deseja não ter saído da cama naquele dia. Bravo!
Depois do incidente, se houvessem bovinos jornalistas escreveriam a seguinte manchete: "Grupo organizado agride touro até à morte", e no corpo da notícia poderiam ler-se frases como: "Ao que tudo indica trata-se de uma quadrilha referenciada pelas autoridades" e "O touro ainda tentou defender-se marrando naquele que alegadamente seria o chefe do clã, mas de nade lhe valeu". De facto, há tradições muito giras.
Ah! já agora, outra tradição que houve em muitos povos era aquela em que se faziam sacrifícios humanos em nome dos Deuses. Felizmente houve quem conseguisse sacrificar essas tradições em nome do Homem.»
Fonte:
Este é o Mário Soares que recordo, o que me surpreendeu, e está representado nesta imagem (ao lado de Cunhal, que também me surpreendeu) e no que ela significou e significa (a imagem) na revolução de Abril.
Desde a sua morte, no passado dia 7 de Janeiro, já tudo se falou de Mário Soares: do nascimento à vida, da vida à morte, tudo já foi esmiuçado. Todos já deram o seu testemunho. Por isso nada tenho a acrescentar a esse tudo que já foi dito, a não ser que ninguém é perfeito. Mário Soares deixou-nos um legado de coisas muito boas, outras menos boas, e outras que poderiam ter sido boas se as tivesse feito (aliás, ainda ninguém foi capaz de as fazer) como, por exemplo, destruir os lobbies que mandam na Assembleia da República.
Porém, gostaria de deixar aqui um testemunho, que sendo o meu, vale o que vale, mas não pretendo repetir o que todos já disseram.
De todos os políticos que passaram pela minha vida, enquanto jornalista ao serviço de vários jornais diários nortenhos, durante vinte anos, tenho uma pequena história para contar.
De Mário Soares tenho a história do jesuíta.
Enquanto presidente da República, um dia, Mário Soares fez um périplo por algumas cidades do norte de Portugal, entre elas Santo Tirso e Vila do Conde. Em Santo Tirso ofereceram-lhe uma caixinha com jesuítas, o ex-libris da doçaria daquela cidade.
Naturalmente a caixinha viajou de Santo Tirso para Vila do Conde, nas mãos de algum segurança ou secretário.
Em Vila do Conde, depois de ter sido recebido no salão nobre da Câmara Municipal, seguiu-se um almoço, bastante informal (porque Mário Soares era pouco dado a protocolos, ou seja, não era um presidente-vedeta inacessível ao povo. Não, não era).
Os jornalistas foram convidados para esse almoço, e quem teve assento comeu, quem não teve não comeria (eu não comi). A mesa era rectangular e Mário Soares estava sentado à cabeceira, sozinho. Os restantes convidados, uns tiveram assento, outros não, porque, na verdade, a sala era demasiado pequena para a muita gente que Mário Soares sempre reunia à sua volta, por onde quer que passasse.
Os jornalistas rodeavam-no para não perder “pitada” do que dissesse.
Eu estava bem posicionada. Bem ao seu lado. Em pé. Comeu-se (quem pôde comer, obviamente) e chegado o momento da sobremesa, Mário Soares lembrou-se dos jesuítas. Onde estão os meus jesuítas? Logo um dos da sua comitiva passou-lhe para as mãos a caixinha dos jesuítas, que Mário Soares desembrulhou gulosamente (pareceu-me).
E lá estavam eles. Lourinhos. Apetitosos. Eu também era (sou) muito gulosa, e adoro jesuítas. Mas Mário Soares não sabia deste detalhe, obviamente.
O Presidente já tinha dado conta da minha presença, ao seu lado, pois de vez em quando dizia para não escrever tudo o que ele dizia, o que, pela minha parte, foi escrupulosamente cumprido (pois nunca fui de trair a Ética Profissional).
Diante dos jesuítas, Mário Soares arregalou os olhos e disse que não podia oferecer a todos, porque evidentemente não chegavam para todos.
Mas para não ser indelicado, quis oferecer, pelo menos um a alguém, para não ficar a comer sozinho aquela guloseima.
Foi então que olhou para mim e perguntou como me chamava. Isabel. Respondi. O nome da minha filha. Disse ele. E muito gentilmente pediu-me para que aceitasse um jesuíta e o acompanhasse nessa sobremesa, uma vez que não poderia partilhar esse gesto com todos.
Aceitei com muito gosto e senti-me uma privilegiada, por vários motivos: primeiro, porque ainda não tinha comido nada; segundo, porque adorava jesuítas; e terceiro, porque o Mário Soares que me tinha surpreendido ao lado de Álvaro Cunhal (que também me surpreendeu) naquela histórica manifestação de rua, tinha-me concedido a honra de comer um jesuíta com ele.
Esta é uma história banal? Pode ser.
Mas é uma história que fica na minha história, e onde eu sou uma simples figurante numa cena onde o protagonista foi obviamente Mário Soares.
Isabel A. Ferreira
Enganados com o mito da tradição e do folclore, um grupo de turistas saem de uma praça de touros a chorar, horrorizados com a atrocidade que testemunharam na presença de carniceiros psicopatas, disfarçados de jarretas.
Por Dr. Vasco Reis (Médico Veterinário)
«São acções de grande importância para se demonstrar, para dentro e para fora de Portugal, que neste país há gente que está contra a actividade.
Motivação é, essencialmente, protestar contra o sofrimento de touros e cavalos, bem como contra apoios à tauromaquia por dinheiros públicos e contra mais implicações negativas de ordem social e no prestígio do país, que ela provoca.
Desejavelmente, as manifestações devem ser pacíficas, silenciosas ou não, transmitindo mensagens do senso comum, da ciência e da ética.
Alertam-se as pessoas directamente e através da comunicação social e dá-se voz aos abolicionistas através de argumentos irrefutáveis.
A actividade e lobbistas e aficionados são criticados frontalmente. Estes contra argumentam pobre e falaciosamente e, com frequência, usando de linguagem insultuosa e até de agressão física. Não se notam neles preocupações de ordem ética.
Chegam ao desplante de afirmar, que o gosto pela tauromaquia é uma afirmação de portuguesismo e que Portugal é famoso por isso mesmo.
Os abolicionistas afirmam, pelo contrário, que Portugal é, por isso muito mal-afamado e criticado.
Tremendamente corrosiva para a reputação e o turismo de Portugal é a propaganda e o apoio que empresas de turismo nacionais e internacionais, em parceria com o lobby tauromáquico, estão a prestar à actividade tauromáquica, inclusive fazendo oferta de bilhetes para touradas em contratos turísticos, aliciando com a informação de que os animais não são mortos, não sofrem e que se trata de uma brincadeira (“for fun”).
Turistas vão, curiosos e descontraídos pela publicidade enganosa, corresponder ao convite. São ali cruelmente surpreendidos, abandonando em muitos os casos o “espectáculo” chocados, deprimidos, por vezes lavados em lágrimas de desgosto, revoltados em palavras e alguns, até vomitando. Tudo isto é documentado por imagem, som e escrita graças ao testemunho de jornalistas e de manifestantes que afirmam a sua cidadania em manifestações democrática e legalmente autorizadas e policialmente acompanhadas.
Sinceramente, não compreendo como há abolicionistas que se afirmam contra manifestações, quando estas, afinal, contribuem para alertar, informar e lavar a honra de portugueses e de Portugal perante o fenómeno tauromáquico, castigador de touros e de cavalos e não só.»
«Em primeiro lugar, tenho que dizer que, pessoalmente, me senti defraudada com toda esta história. Tomei conhecimento desta personagem (MEF) neste blogue e depois fui seguindo a história igualmente na sua página no FB.
A MEF pediu-me amizade logo no início e eu aceitei. Não fui ver de quem era amiga, que página seguia, nada … Até então a história era apenas que tinha sido uma vítima de violência doméstica às mãos de um suposto ganadeiro. Seria apenas mais um caso, de tantos e tantos que existiram, que ainda existem e, tenho ESPERANÇA, que possam começar a deixar de existir.
Não sei quantos “amigos” a MEF conseguiu através deste estratagema: certamente pessoas sensíveis a este assunto tão triste e tão sério que é a violência doméstica. Mas quem estava por trás deste perfil NÃO SE IMPORTOU! Outras haverá certamente, tão graves ou mais que esta, mas percebi que esta é uma temática que pode ser vulgarizada e ridicularizada por um grupo de amigos aficionados, vulgo MEF.
Depois a MEF começou a divulgar “dados secretos” da tal vida que supostamente levava: como foi obrigada a casar aos 17 anos por se encontrar grávida de um filho bastardo da família Palha. Sobre isto gostaria de fazer dois comentários:
1 – Mais uma vez, outra temática grave tratada com a mesma vulgaridade. Este grupo de aficionados (MEF) será certamente composto unicamente por homens. NÃO QUERO ACREDITAR que possa haver uma mulher que ridiculariza a situação feminina do “antigamente”, em que estas situações existiam mesmo. Tenho a certeza que todos conhecemos alguma história de alguma familiar ou conhecida que tenha sido obrigada a casar por estar grávida. NÃO QUERO ACREDITAR!
2 – Relativamente à referência a um filho bastardo da família Palha, as coisas “piam mais fininho”. É que neste caso estamos a falar de UM NOME VERDADEIRO, de uma FAMÍLIA VERDADEIRA. Será que estes amigos aficionados (MEF) tiveram noção do que fizeram …? Duvido … Como os NÃO AFICIONADOS são pessoas “tão estúpidas que não sabem nada de tauromaquia” (sic) certamente que eles poderiam inventar um nome. Pois certamente os não aficionados não saberiam se era verdadeiro ou não (?).
MUITO GRAVE a referência a uma família antiga de Portugal. José Pereira Palha Blanco, que criou a Coudelaria Palha Blanco deve “estar às voltas na tumba”. Pode ser que eles se livrem de um processo por uso indevido de nome e por difamação: um filho bastardo da família Palha, senhores aficionados (MEF)??!! Acham mesmo que não se esticaram um bocadinho demais??? MUITO GRAVE MESMO.
Obs: É óbvio que a família Palha irá considerar isto uma garotice de meninos que não sabem o que fazer da vida e nem a brincar têm piada.
Em seguida, a MEF conta segredos sobre o modo como os animais são tratados. Pois é … têm razão. EU NÃO SEI que alimentação é que dão aos touros; não sei se a comida para monogástricos (suínos) não pode ser dada aos poligástricos (touros); não sei o que lhe fazem para serem mais ou menos bravos na arena.
NÃO SEI NADA DO QUE SE PASSA NUMA GANADARIA.
Não sei se lhe põem Sonasol nos olhos e alhos no recto para provocar estados febris … Se substituirmos o Sonasol e os alhos por outras coisas, até pode ser que não fique muito longe da realidade.
Pois é … eu não sei. As imagens que às vezes se vêem de uma ganadaria, com os animais à solta, pachorrentos, algumas vezes a comer directamente da mão de pessoas é uma imagem muito bonita, sem dúvida alguma. COMO NÃO SEI, interrogo-me o que acontecerá ao pobre do bicho para se tornar no touro bravo que se vê nas touradas.
Não sei que experiências fazem a nível de cruzamentos de animais na busca da melhor raça: isto do apuramento de raças cheira-me a algo pouco ético, sem falar nas inevitáveis consequências para os animais documentadas pelos especialistas; não sei a que tortura serão os animais sujeitos para “aprender” a ser bravos.
Mas sei que nem todos “aprendem” bem, como foi o caso do animal que por duas vezes tentou fugir da arena na Moita, a propósito da tourada a favor do forcado Nuno Carvalho (claro!!! porque os “bons”, aqueles que são mesmo bravos não se dão para espectáculos de solidariedade).
NÃO SEI NADA DE COMO SE “FAZ” UM TOURO DE LIDE.
SÓ SEI AQUILO QUE SE PODE VER NAS TOURADAS
Obs. à foto: Já sei que é uma foto de uma tourada fora de Portugal. Posso saber pouco de touradas, mas ainda sei que por cá não se matam ou touros na arena.
Agora dos não sei quantos milhões (??) de aficionados que existem em Portugal (segundo foto na página do facebook da Prótoiro) quantos saberão o que se passa REALMENTE fora das arenas? Dos que eu conheço lá no Alentejo há aqueles que apenas conhecem o caminho da tasca para os Capuchos (Vila Viçosa, para os distraídos). Não são todos assim, é verdade. Há aqueles que são apenas pessoas equivocadas na vida.
Voltando ao grupo de aficionados (MEF), depois do sonasol e dos alhos já não vi mais nada. A história das ameaças e dos pneus furados e de tudo o resto foi durante o fim-de-semana e eu não tenho internet em casa (é a crise!). Só vi na 2ªfeira e tenho que ser sincera Isabel. Foi um choque! Senti-me completamente ultrapassada pelos acontecimentos, até porque tinha sido bloqueada na página do facebook do Fórum Prós e Contras Touradas, administrada pelos senhores Paulo Ramires e António Garcez, por ter colocado precisamente o link deste testemunho.
Agora não há quem os cale, porque, segundo eles, “nos fizeram de parvos”. E vangloriam-se disso. Que pessoas são essas que acham que “ganharam” alguma coisa devido a um episódio infantil numa página do facebook …??!!
Mas apesar de tudo, isto foi mau, Isabel. Muito mau mesmo. O que pensar de actos destes cometidos pelos aficionados? Pensarão eles que esta atitude justifica alguma coisa na actividade bárbara que é a tourada? Esta atitude não é reveladora de pessoas credíveis que, à falta de argumentos sérios, discutidos numa conversa séria, se escondem atrás de perfis falsos e enganam deliberadamente PESSOAS VERDADEIRAS, que dão a cara pela sua causa.
Uma coisa EU tenho aprendido ao longo da minha vida Isabel: quando começamos a enveredar por caminhos mesquinhos e a apresentar atitudes cobardes como esta foi é sinal de um grande desnorte e desespero. Pessoas A SÉRIO não se escondem detrás de uma máscara. Considero, ao contrário do que eles pensam, que a seu tempo quem vai ficar mais mal visto nesta história são os defensores das touradas. E a Prótoiro deu, oficialmente, coberto a esta situação. Precisaram de se colocar atrás de um boneco e descer tanto, mas tanto …
Hoje cá estamos. Amanhã cá estaremos. Como se costuma dizer: O QUE NÃO NOS MATA, DEIXA-NOS MAIS FORTES!
De mim, eles (MEF) poderão dizer o que quiserem. Poderão brincar, gozar, ameaçar … Não faz mal, Isabel. Poderão acusar-me de ingénua, estão no seu direito. Na verdade, não estava de todo preparada para um ataque deste tipo. Não estava preparada para ser um alvo deste tipo de mentes distorcidas que estes aficionados (MEF) demonstraram ter.
APRENDI Isabel. Aprendi que há AFICIONADOS que têm o coração tão fora do peito que para eles tudo vale.
A luta que tantas pessoas levam contra esta actividade tenebrosa que é a tourada não sofreu nem uma beliscadura com este episódio. Será que este grupo acredita que algo mudou nas crenças de cada um de nós?
Sou uma pessoa simples, Isabel, sem qualquer pretensão de marcar a diferença, contudo tenho a certeza de que as mentalidades estão a mudar. E foi dado mais um passo nesse sentido. Quando o êxtase em que os aficionados ficaram com esta história se evaporar vão perceber que tudo isto não passou de um fait-divers numa rede social para esconder lutas verdadeiras que se travam em outros sítios.»
Graziela Dimas
***
Graziela Dimas, o importante nisto tudo, foi DESMASCARAR os engrácios da prótoiro. Caíram na armadilha, que eles próprios armadilharam, e nem sequer se deram conta disso.
Agora riem-se, coitados, depois de terem feito figura de parvos. Ainda não encaixaram que foram gozados.
Os anti-tourada não saíram nem um pouco beliscados desta história sórdida e macabra. Afinal eles são especialistas na sordidez e na macabrice, e ficaram muito mal na fotografia.
E eu apenas fiz o que sempre fiz, quando queria tirar nabos da púcara ou desmascarar um dinossauro disfarçado de cordeiro, no exercício da minha profissão de jornalismo.
E as histórias que a Engrácia contou, não estão longe da verdade. Tudo aquilo acontece, com mais ou menos sonasol ou outros produtos químicos, ou mais ou menos alhos ou bugalhos, e violência contra as mulheres e maus tratos aos bezerros e touros, e marosquices quanto a dinheiros.
Todos sabemos disso.
Eles não inventaram nada a não ser o que disseram da nobre família Palha, essa sim, ficou aqui enxovalhada pelos engrácios da prótoiro, mas o problema será apenas deles.
Por isso, Graziela, não se sinta defraudada.
Sinta-se como alguém que ajudou a desmascarar uns putos a brincar aos parvos.
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem: Internet