Jesús Mosterín (Catedrático de Lógica e Filosofia da Ciência da Universidade de Barcelona – morreu em Barcelona em 2017) foi um antropólogo espanhol, filósofo e matemático cujas contribuições cobrem um amplo espectro do pensamento contemporâneo. As suas reflexões são frequentemente situadas entre a filosofia e a ciência que, segundo ele, sempre foram simbióticas. Era um grande defensor da Natureza e dos Animais.
Obrigada filósofo! O Touro bravo, de facto, nunca existiu. Logo, não se extinguirá quando as touradas forem abolidas. E elas serão abolidas, com toda a certeza!
Assim como o pior cego é aquele que não quer ver, o pior ignorante é aquele que rejeita a informação científica.
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem com mais informçaão sobre este amigo dos animais:
https://elpais.com/politica/2011/07/21/biografiaeldebate/1311264648_150256.html
O que faz falta em Portugal são HOMENS como Jesús Mosterín, dispostos a dar a cara, o prestígio e o saber por uma causa em está em causa a Ética e a Lógica da Vida.
«O mundo taurino sempre me pareceu repugnante e fraudulento.
Fui e sou crítico desse mundo tanto por razões morais como intelectuais.
A corrida de touros é uma mera farsa, um simulacro de combate onde não há combate algum.
O touro é um típico ruminante que só deseja que o deixem pastar e ruminar em paz.
Não quer lutar.
Por isso, atiram-no para a arena, uma espécie de inferno de que ele não pode fugir; castigam-no por ser o que é, um ser herbívoro pacífico, e torturam-no com a lança e a “puya” do rojoneador, e as bandarilhas, para que aparente ser o que não é – um animal feroz.»
Jesús Mosterín
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Jesús Mosterín (Bilbao, 1941) é com toda a probabilidade, uma das mentes mais lúcidas do nosso tempo.
Filósofo, Catedrático de Lógica e Filosofia da Ciência, da Universidade de Barcelona, professor de investigação no Instituto de Filosofia da CSIC, membro do Centro de Filosofia e Ciência de Pittsburgh, da Academia Europeia de Londres, do Instituto Internacional de Filosofia de Paris e da Academia Internacional de Filosofia e Ciência, é, além disso, um magnífico conversador, preciso, honesto. Homem do mundo, viajado, pode fazer gala de uma sensatez sem brechas, e tem um grande sentido de humor.
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«ÉTICA, ANIMAIS E DIREITOS»
Jesús Mosterín, Hugo van Lawick e Félix Rodríguez de la Fuente em África em 1969.
O interesse de Mosterín pela natureza selvagem levou-o já em tempos a colaborar com o famoso naturalista e documentalista Félix Rodríguez de la Fuente, num esforço por estender primeiro a Espanha e depois ao resto do mundo, o conhecimento e o valor da natureza viva e em especial dos animais selvagens, o qual culminou com a publicação da enciclopédia Fauna.
Opositor dos espectáculos cruéis, Mosterín tem tomado frequentemente uma posição pública contra as corridas de touros e o maltrato animal.
Contribuiu decisivamente para o debate que conduziu à abolição de corridas de touros na Catalunha em Julho de 2010.
Posteriormente publicou um estudo em que critica esta “tradição” argumentando contra quem a justifica.
Como presidente honorário do Projecto “Gran Simio” em Espanha, colaborou com Peter Singer na promoção dos direitos legais para os hominídeos não humanos (chimpanzés, bononos, gorilas e orangotangos).
Mosterín não aceita a existência de direitos naturais intrínsecos ou metafísicos (nem humanos nem dos animais em geral), contudo, pensa que uma sociedade politicamente organizada pode criar os direitos que considere oportunos através da acção legislativa do Parlamento, e que às vezes fazê-lo é preciso para evitar sofrimentos e desgraças desnecessárias.
Seguidor de Hume e Darwin, e levando em conta as deduções de Rizzolatti sobre os neurónios espelho, Mosterín considera que a nossa capacidade congénita para a compaixão, reforçada pelo contacto, pelo conhecimento e pela empatia constituem uma base mais sólida para o respeito moral a ter para com os animais não humanos, do que a mera e abstracta apelação aos direitos inerentes à natureza animal, inverificáveis.
Isto encaixa com a relevância que Mosterín atribui às emoções morais (como a compaixão) na Ética, em parte comparável ao papel desempenhado pelas percepções na ciência empírica.»
(Fonte Wikipédia)
Nesta publicação inclui-se uma série de vídeos onde gente culta, inteligente e lúcida fala da barbárie das touradas (em Espanha obviamente).
Em Portugal, a TACANHICE não permite que se discuta, livremente, no Parlamento, um tema que não sendo o mais premente, é demasiado importante para o equilíbrio moral e psicológico de um país que está no fundo de um fosso, até porque quem permite a violência constitucionalmente, permite o caos.
E o estado de Portugal é caótico a todos os níveis.
Mosterín a favor dos Touros:
Intervenções no Parlamento Catalão, que levaram à abolição das touradas na Catalunha
Em Portugal, aguardamos um avanço do género. O problema é que nós não temos um filósofo da estirpe de Jesús Mosterín, que possa esclarecer os desinformados deputados da nossa desventurada Nação.
Eis os vídeos (o castelhano é acessível), para quem estiver interessado em aprofundar este assunto, que suja o nome de Espanha, mas também o de Portugal, que está no mesmo saco.
Com clareza e argumentos dignos de SERES HUMANOS COMPLETOS, estes testemunhos põem por terra uma prática que diz da IGNORÂNCIA de governos que colocam interesses sádico-económicos acima da ÉTICA e da HONRA.
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José Enrique Zaldivar, médico-veterinário, expõe durante o debate da ILP (Iniciativa Legislativa Popular) um detalhado e completo trabalho sobre os danos físicos sofridos pelo Touro, durante a lide na arena:
Jesús Mosterín, Catedrático de Lógica, na sua intervenção neste debate:
Espido Freire, escritora, fala sob uma perspectiva cultural no Parlamento Catalão, acerca da abolição da corrida de Touros:
Javier de Lucas, Catedrático de Filosofia, na sua intervenção no Parlamento Catalão:
Pablo de Lora da Universidade Autónoma de Madrid:
Leonardo Anselmi Raffaeli interveio no debate da ILP sobre a proibição das corridas de Touros, como porta-voz da PROU, explicando as razões da presença da mesma, naquele debate:
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Para quando algo assim no nosso Parlamento? Por que não chamar estes seres iluminados para iluminarem as mentes tenebrosas que pululam na Assembleia da República Portuguesa? De que terão medo os deputados portugueses?
Isabel A. Ferreira