Quinta-feira, 7 de Maio de 2015

Nasce a "Rede Internacional Anti-Tauromaquia" para acabar com esta prática no mundo

 

Em Janeiro de 2015 a ONU reconhecia a existência de 193 países no mundo.

Desses 193 países apenas 8 (oito) mantêm a prática da selvajaria tauromáquica.

Nessa minoria, muito minoria, vergonhosamente , está Portugal.

Os outros são Espanha, França, México, Equador, Venezuela, Colômbia e Peru, que envergonham a Humanidade.

 

Rede anti-tourada.jpeg

 

 

Mais de 100 organizações de defesa animal de vários países apresentaram a “Rede Internacional Anti-Tauromaquia”, com a finalidade de erradicar esta prática em todos os países onde ela ainda é legal.

 

Entre essas organizações encontra-se a AnimaNaturalis.

 

De acordo com o porta-voz desta “Rede”, lutarão para responder urgentemente ao enorme apelo social a nível internacional e local para abolir a exibição do maltrato e morte de um ser inocente como entretenimento.

 

Concretamente, tratará de eliminar qualquer apoio directo ou indirecto à tauromaquia, com recursos públicos, por parte das instituições, e instar o sector privado a acabar com a promoção e financiamento desta actividade.

 

Para além disso, oferecerá assessoria especializada às diversas organizações integradas na “Rede” e divulgará a dimensão do movimento anti-tauromáquico mundial a instituições e autoridades.

 

Igualmente espera proteger a infância da violência física e mental da tauromaquia, tal como recomendou Comité dos Direitos da Criança da ONU, em relação a Portugal e Colômbia.

 

Está também entre os objectivos da nova “Rede” informar a sociedade sobre o que é a tauromaquia, compilando documentação em vários países; impulsionar leis que tornem realidade os Direitos dos Animais, incluindo os utilizados em “espectáculos” públicos; criar uma plataforma de comunicação para todas as organizações de protecção animal que lutam pela abolição da tauromaquia; partilhar experiências de progressos anti-tauromáquicos nos diversos países onde esta ainda é uma prática legal.

 

A apresentação desta “Rede” realizou-se no âmbito da Assembleia Nacional do fórum «Experiências da Luta Anti-tauromaquia a Nível Internacional», no qual organizações do Equador, Portugal, França, Holanda, Espanha, Colômbia, Venezuela e México partilharam os resultados conseguidos pelo Movimento Anti-tauromaquia nos últimos anos e em cada um dos países onde ainda é legal esta actividade.

 

Entre os fundamentos apresentados por estas organizações, neste fórum, foi referida a crescente repulsa da sociedade pela crueldade implícita na tauromaquia; a diminuição generalizada de espectadores nos eventos tauromáquicos; o decréscimo do número dos “divertimentos” tauromáquicos em Espanha, que patenteia uma descida de 50% desde 2007, a abolição da corrida de touros na Catalunha, a proibição de touradas nos estados mexicanos de Guerrero e Sonora; a suspensão das corridas de touros em Bogotá.

 

Neste contexto, recorde-se que em 2014, 323 deputados europeus manifestaram-se a favor de acabar com os subsídios europeus para o gado de lide, frente aos 3089 que votaram contra.

 

«A “Rede” elegeu o Equador porque com a sua Constituição de 2008 e os conceitos de Bem Viver abriu um precedente a imitar pelo resto do mundo no que respeita à relação do Homem com a Natureza», explicou a presidente da plataforma “A tortura não é cultura”, de Espanha.

 

É importante que esta iniciativa não se fique “meramente pelo papel”, mas que sejam implementadas medidas legislativas como a erradicação de toda a forma de maltrato animal, incluindo as corridas de touros.

 

 

Fonte:  Animanaturalis

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:41

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Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 2014

TAUROMAQUIA OU O DELÍRIO DOS INSENSATOS

 

 Para que não reste a menor dúvida, quanto à irracionalidade de um “evento” que reuniu um pequeno grupo de aficionados, o qual considera tal “evento” uma “referência” para o mundo…  

 

Estamos a falar (uma vez mais) do Fórum Mundial da Tortura Taurina realizado nos Açores

 

Numa revista, Arlindo Teles (presidente da tertúlia tauromáquica terceirense (TTT) e Miguel Sousa Tavares pura e simplesmente deliraram…

 

E foi isto que defenderam neste fórum da tortura

(abram o link):

 

 

Arlindo Teles disse que a “festa” (ou seja “isto” que acabámos de ver) não perdeu valor(es)…

 

As entrevistas são longas… E eles nada dizem que acrescente valor a algo que o mundo civilizado rejeita, por não ter qualquer valor, nem cultural, nem civilizacional, nem humano.

 

Vamos apenas esmiuçar a última resposta do AT do TTT à seguinte pergunta:

 

«TORNA-SE DIFÍCIL FAZER ESTE TRABALHO DE DEFESA DA CULTURA TAURINA?

 

«Torna-se. Primeiro por uma questão de preconceito, e não só́ dos anti-taurinos. A sociedade de hoje acha-se sempre no direito de ser anti-tudo, porque o que está em causa são os direitos; parece que ninguém tem obrigações

 

Esqueceu-se o AT do TTT que os pró-touradas não têm o direito de se divertirem ou ganhar dinheiro à custa da tortura de seres vivos, tenha a intensidade que tiver essa tortura. 

 

E obrigação, temos todos nós de preservar a Vida, tenha esta a forma que tiver.

 

Isto é um princípio humanista, que é algo que os aficionados desconheceem.

 

***

Agora vamos ver o que disse um jornalista e escritor, filho de uns Pais de grande Cultura Culta, o qual, no entanto, não absorveu nada do privilégio que foi ser filho de quem foi.

 

Atentem no que diz Miguel:

 

«É incrível chegarmos ao século XXI, depois de o ser humano ter atingindo o sofrimento máximo, e vermos que há́ cada vez mais intolerância. Acho que falta bastante serenidade. Em bom rigor, mesmo quando se fala do toiro é desadequado falar em maus-tratos. O toiro não é maltratado: o toiro é enfrentado; o espectáculo é cruente porque há́ sangue, mas não é cruel. O toiro não é um animal indefeso. Aí entra o código de ética. Todos os procedimentos que envolvem uma lide pressupõem que toureiro também se arrisca. Não consideramos que sejamos radicais. Procuramos ser firmes e determinados na defesa da nossa cultura, mas quando há́ pessoas com esse tipo de linguagem, o nosso argumento bem pode vir dourado, pode haver o que houver, que eles não querem ouvir. São pessoas que praticam o radicalismo exacerbado, a intolerância absoluta.»

 

Lemos bem?

 

«…mesmo quando se fala do toiro é desadequado falar em maus-tratos. O toiro não é maltratado: o toiro é enfrentado; o espectáculo é cruente porque há́ sangue, mas não é cruel. O toiro não é um animal indefeso. Aí entra o código de ética.»

 

Eis aqui o código de ética do Miguel (abram o link):

 

 

Ouviram o touro berrar quando o cobarde lhe espetou os ferros nas costas? Não ouviram? Pois não… A banda de música não deixou ouvir… É para isso que ela serve… O que vemos aqui é cruente, mas não é cruel, segundo o Miguel. Gostaria de lhe espetar umas farpas nas costas… Talvez mudasse de ideias, porque a dor do Touro é igual à do Homem, a não ser que o homem não seja homem.

 

(Pergunta): ESSAS MOVIMENTAÇÕES ESTÃO A POR EM RISCO A FESTA BRAVA?

 

«Obviamente que a festa passa por essa dificuldade. Infelizmente notamos cada vez mais – nos Acores, ou pelo menos na Terceira, é diferente, pelo contexto em questão – o gueto informativo a que os órgãos informativos vão votando, aos poucos, a festa. Há́ coisas completamente desequilibradas, como manifestações à porta do Campo Pequeno com 30 pessoas serem noticia e o facto do Campo Pequeno ter lá dentro 6.000 pessoas não o ser. Isso não é equilibrado, não é uma forma seria de fazer jornalismo. No fundo, o radicalismo e a intolerância não põem em causa só́ a tauromaquia; põem em causa todo o tipo de liberdades. Depois entramos noutro conceito, que tenho vindo a abordar e que é aquilo que acho que constitui, já́, uma autêntica censura: o politicamente correto. Na história política recente houve várias tomadas de posição, várias leis que foram aprovadas, e o princípio tem sido o direito à liberdade e às minorias. No caso da tauromaquia não se respeitam os mesmos princípios. Não se percebe e não é aceitável esse tipo de postura

 

- Penso que o Miguel está muito baralhado. A comunicação social e a maioria parlamentar está vendida ao lobby tauromáquico. Todos são favoráveis à tauromaquia. O que que quer mais?

 

Mas a tauromaquia é algo tão rasca que começa a ter-se vergonha de se estar ligada a ela. Só mesmo os que não têm capacidade de discernimento, ainda “sentem orgulho” em ser primitivos.

 

(Pergunta): NOS FÓRUNS MUNDIAIS DA CULTURA TAURINA TEM HAVIDO A PREOCUPAÇÃO DE INCLUIR ESSAS VISÕES OU CORRE-SE O RISCO DE ENCARAR O ACONTECIMENTO COMO UM EVENTO À PORTA FECHADA, FEITO À MEDIDA SÓ́ DOS AFICIONADOS?

 

«A não ser que tivéssemos uma cobertura mediática brutal, nomeadamente transmitindo online e nas televisões durante todo o dia, é evidente que as pessoas que estão presentes e as que acompanham através das notas de imprensa são aquelas que ficam mais por dentro. Preferia que toda a população tivesse estado por dentro, mas isso, na pratica, nem neste assunto, nem noutros é exequível. Se me pergunta se é ou não importante que cada vez mais pessoas tenham essa noção, digo que sim. Aliás, uma das conclusões do II fórum era essa. No passado, se calhar por erro nosso, dos aficionados, a festa teve dificuldades em saber comunicar a sua própria imagem. É difícil gostar-se de uma coisa que não se conhece e, por isso, deve ser uma das nossas preocupações melhorar a nossa comunicação. Não queremos impor a nossa cultura a ninguém, mas também estamos convictos de que ela tem que ser conhecida para que, pelo menos, possa ser respeitada.

 

- Mas que delírio, Miguel… Respeitar a TORTURA? Só os psicopatas o fazem. E os meios de comunicação nem à cultura culta dão cobertura, quanto mais à incultura da mais rasca… Só mesmo gente cega por algo incompreensível à luz da razão, pode esperar algo positivo de um fórum onde se fala de tortura de seres vivos para divertimento e ganhar dinheiro, e acham (porque pensar não pensam) que isso é socialmente aceitável.

Fonte:

https://mail.google.com/mail/?shva=1#inbox/143f42d58af2c35a?projector=1

 

***

Agora vejam a diferença – Isto, sim, é  cultura…

 

 

***

E as conclusões deste fórum da tortura taurina? Ouçam aqui. É de arrepiar uma pedra!

 

http://vimeo.com/85096243

 

O que aqui se diz, não só é repugnante como irracional e de uma pobreza mental assustadora! Deviam ter vergonha de chegar a tais “conclusões”…

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:58

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Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014

«OS VALORES DA FESTA BRAVA (E UM FÓRUM QUE FOI DE RECONHECIDO INTERESSE PÚBLICO)»

 

Nada mais eloquente do que uma terceirense culta a abordar o evento inculto que suja o nome da Ilha…

 

 

Por Maria Fraga

 

«In his biological writings, Aristotle (384–322 b.C.) repeatedly suggested that animals lived for their own sake, but his claim in the Politics that nature made all animals for the sake of humans was unfortunately destined to become his most influential statement on the subject. (Encyclopaedia Britannica, Animal rights)

 

Em 1952 escrevia meu Pai, na introdução de pequeno livrinho que então publicou, o seguinte: “Há na Sagrada Escritura dois provérbios característicos pela sua aparente contradição. Um diz: não respondas ao louco segundo a sua loucura, para não vires a ser semelhante a ele. O outro aconselha: responde ao louco segundo a sua loucura, para que ele não imagine que é sábio."

 

Perante a nota de reportagem “Festa brava oferece “escola de vida” – presente no Diário Insular, na sua edição de 28/Jan. do ano corrente, onde se apresentam algumas conclusões do III Fórum Mundial da Cultura Taurina, durante algum tempo, vacilando entre os dois conselhos, hesitei em “responder”, isto é, em pronunciar-me sobre o assunto…mas tal como em tempos decidiu meu Pai, decidi-me hoje pela resposta.

 

As referidas conclusões, que foram lidas por um conhecido autor de obras sobre a “corrida” e defensor da cultura tauromáquica, o filósofo e professor Francis Wolff, apontam constantemente para os “valores” ligados à tauromaquia, não os identificando ou concretizando porém (e por que não? Pensar-se-á, acaso, que todos os “valores” são desejáveis e moralmente defensáveis?) enquanto parecem reflectir o sentimento dos participantes, que será de perseguição perpetrada pelos ferozes anti-taurinos - que surgem em toda a nota como os maus da fita.

 

Anti taurina ou, mais bem dizendo, anti-tauromaquia como me assumo, e isto desde que aos seis ou sete anos de idade assisti a uma tourada à corda e acto contínuo me coloquei, mentalmente, ao lado do animal desnorteado e confuso - que claramente vi como o mais fraco - jamais persegui, insultei ou injuriei quem quer que fosse por pensar de modo diverso daquele que reconheço como o meu, muito embora possa, evidentemente, lamentar que se torne ainda necessário a alguns, no momento evolutivo em que a espécie se encontra, demonstrar em praça pública que são mais espertos do que um touro – o que é forçosamente sempre verdade, mesmo para o mais bronco exemplar de homo sapiens sapiens que possamos imaginar.

 

Porque dos valores da cultura taurina, tantas vezes referidos, nomeadamente nestas conclusões, mas raramente identificados pelos seus defensores, imagino eu que o principal será a modalidade de coragem que leva um humano de físico comparativamente insignificante a se colocar perante um bicho irracional, mas dotado de poderosos músculos - coragem essa que não me parece lá muito superior, porém, à de algum desocupado que finte uma locomotiva que não consegue, por si mesma, sair dos carris onde foi colocada. Claro que pode acontecer um acidente, uma escorregadela, um tropeção, e num acaso, ser colhido o homem, que nesta insensatez perde a sua irrepetível vida, na tentativa de demonstrar mais uma vez o que toda a gente já sabe. Mas, em princípio, é sabido que o touro procurará a capa que esvoaça, tal como é sabido que a locomotiva não sairá dos carris – e com um bocado de sorte ninguém tropeçará.

 

Bastante maior coragem revela, quanto a mim, o boxeur que enfrenta um seu semelhante em força física, habilidade e inteligência, muito embora o fomento do pugilismo também não esteja nos meus planos culturais para a terra onde nasci.

 

Aprecio a coragem e a destreza físicas, mas mais defendo a promoção de um outro tipo da mesma, que passe muito menos pelos músculos e muito mais pela força de carácter, que tenha pouco de esperteza saloia e muito de honesto aprumo, que encare o mais fraco como destinatário dos cuidados e da sabedoria do mais forte – e nunca como objecto de diversão ou de libertação de instintos sádicos, de que é alvo fácil. No confronto homem-touro, este é o mais fraco, e não ao contrário – assim o vi naquela tourada à corda de há muitos anos, assim o vejo hoje.

 

Como se pode afirmar que, e transcrevo: “Contra o doutrinamento do politicamente correcto a tauromaquia tem-se como uma experiência de beleza, paixão, inteligência, que deveria ganhar espaço como modelo de comportamento, para uma sociedade que vai perdendo as suas referências essenciais” no contexto de um evento que foi, se a memória me não falha, subsidiado por dinheiros públicos - que são administrados e atribuídos por políticos - em pelo menos 60.000 euros?

 

Por outro lado, serão porventura, para os participantes deste Fórum, referências essenciais da nossa sociedade o conseguirmos divertimento (e proventos económicos, talvez um outro dos valores que não são explicitados) à custa do sofrimento e da confusão de animais irracionais? Se assim for, pois é bom que se percam; eu advogo, e outros como eu advogarão, o surgimento de uma sociedade em que as referências passem pela compaixão, que não pelo sadismo; pela elevação artística, que não pelo divertimento boçal; pela sabedoria, numa palavra, que nos levará a compreender o nosso lugar no planeta como guardiães atentos, que não como usuários aproveitadores, desinteressados do dia de amanhã que de qualquer modo não nos atingirá - e já agora aí vai outra expressão que está muito em moda, como está esta dos “valores” - dado que uma das minhas referências para a sociedade que almejo é, precisamente, o desenvolvimento… sustentável.

 

Muitas vezes tenho constatado com tristeza que, neste meio onde vivemos, parece não ser necessário compreendermos a fundo o significado das palavras para as repetirmos de modo considerado oportuno.

 

Mas voltando à questão, todos estamos no mesmo barco, homens, touros e árvores; mas só uma das espécies viventes apresenta o apodo duplo de sapiens, que, muito embora se trate de uma autodenominação, deveria implicar forte responsabilização do mais sábio, logo mais forte, pelos mais fracos.

 

É verdade que os participantes do Fórum em questão, mai-lo seu porta-voz e aficionados em geral, têm em pleno a liberdade de não concordar com a minha postura, nestas linhas expressa, de apreciar uma actividade que outros reputam atávica, desprovida de dignidade e cruel, e até de a praticar, pelo menos enquanto as leis do nosso país o permitirem. Não podem é supor que acreditamos que o rei traz vestido um esplêndido fato quando afinal vem o mais nu que é possível, e isto por muito filósofo (e especialista em Aristóteles), que seja o porta-voz das conclusões…

Aristóteles, que aliás e por não dizer sempre a mesma coisa, acabou por ficar com as famas de entender a existência dos animais para exclusivo proveito dos seres humanos - quando afinal, se o disse, também disse o contrário. Mas que trapalhão.

 

E, para terminar, que me seja permitido dizer que a bela ilha Terceira, tão cheia de (outras) tradições interessantes e de grande importância em termos culturais (e bastará lembrar aqui o seu valiosíssimo corpo folclórico musical, que me é tão próximo e não cesso de admirar) não precisa de nada disto para se confirmar como um destino turístico de primeira água, que manifestações desta natureza só poderão, infelizmente, deslustrar.

 

Respondi! e disse.

 

2/02/2014»

Fonte:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10200580034982820&set=a.1530868091126.61304.1817484358&type=1

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:35

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Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2012

COMUNICADO DO PAN SOBRE A REALIZAÇÃO DO II FÓRUM MUNDIAL DA CULTURA TAURINA NOS AÇORES

 

 

Cá como nos Açores a consciência e a lucidez andam muito arredadas dos deputados da Assembleia da República. Mentalidades cegas que não vêem o que se passa no resto do mundo, e surdos, pois não ouvem os clamores dos indignados, que ao contrário do que julgam, são a esmagadora maioria. O Fórum aconteceu. E novamente a vergonha desceu sobre o povo dos Açores.

 

O Partido pelos Animais e pela Natureza associa-se ao protesto dos milhares de cidadãos e das várias associações que têm feito chegar aos deputados da Assembleia Regional dos Açores o seu repúdio pela organização do II Fórum Mundial da Cultura Taurina na região. Esta mobilização reforça a nossa convicção numa sociedade civil activa e vigilante, absolutamente fundamental numa altura em que, para a classe política nacional, como foi mais uma vez demonstrado no passado dia 19, o interesse económico de uma minoria privilegiada é mais importante do que o bem-estar e a dignidade de humanos e animais.

 

Sob o absurdo pretexto de usar a tauromaquia como alavanca turística para a região dos Açores, desconhecendo porventura a evidência de que a esmagadora maioria dos cidadãos estrangeiros desaprova e repudia a actividade tauromáquica, a ilha Terceira acolherá entre os próximos dias 26 e 28 de Janeiro o II Fórum da Cultura Taurina, apoiado pelo Governo Regional dos Açores e pelas câmaras municipais de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória.

 

Num momento de particular fragilidade económica do país, com as medidas de austeridade a afectarem seriamente uma grande parcela da população, assistimos novamente à injecção de fundos públicos na subsidiodependente indústria tauromáquica, que proclama pretensiosamente a sua suposta popularidade mas beneficia de permanentes subsídios e apoios, que vão desde o desvio para a construção e reforma de praças de touros de dinheiros de fundos europeus destinados ao fomento do desenvolvimento rural, à compra de bilhetes para touradas pelas câmaras municipais, passando por subsídios às ganadarias e patrocínios a eventos.

 

Uma sociedade evoluída e sensível não pode aceitar isto. Não pode aceitar, antes de mais, uma forma de entretenimento baseada na escravidão e sofrimento de um animal inteligente e senciente. Nem pode aceitar que essa forma de entretenimento, que dessensibiliza e embrutece quem a pratica e assiste, seja não apenas permitida mas também promovida e subsidiada precisamente pelos órgãos que têm por dever zelar pelo bem comum e pelo progresso do país.

 

O PAN solicita por isso aos deputados da Assembleia Regional dos Açores que dêem um bom exemplo aos seus congéneres da Assembleia da República, intervindo no sentido de cancelar o referido evento, proibir a subsidiação pública à actividade tauromáquica e legislar a sua total abolição no arquipélago. Tal como sucedeu com a caça à baleia, eficazmente substituída pela civilizada e ambientalmente sustentada actividade de observação de baleias, a abolição da tauromaquia e respectiva substituição por actividades de verdadeira cultura e enobrecimento humano contribuirão indubitavelmente para o progresso moral e civilizacional do belíssimo arquipélago açoriano, bem como para o incremento do seu prestígio internacional.

 

http://www.partidoanimaisnatureza.com/comunicados/304-comunicado-do-pan-sobre-a-realizacao-do-ii-forum-mundial-da-cultura-taurina-nos-acores.html

 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:59

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