Então isto não faz parte da CULTURA e da ARTE tauromáquicas?
Esperar o quê? Quem vai para uma arena atacar ferozmente, cruelmente, um animal sensível e dotado de instinto de sobrevivência e defesa, está sujeito a estas artes de dá e apanha.
O protagonista deste acto altamente cultural e artístico é um MATADOR DE TOUROS, uma profissão das mais cultas, existentes à face da Terra, quiçá do Universo, e que tem como objectivo divertir os sádicos, que tanto aplaudem os ataques dos matadores como as acometidas dos Touros, em legítima defesa, porque quanto mais sangue, melhor, para os vampiros tauromáquicos.
Momento em que o matador é colhido pelo matado (a ser)...
A notícia refere que se confirma o cenário mais duro para o matador espanhol Enrique Ponce, de 47 anos, colhido pelo touro 'Declamador', de 532 kg, na corrida das Fallas de Valencia, na passada segunda-feira.
O Touro, muito legitimamente, ao defender-se do seu carrasco, deixou-lhe duas roturas de ligamentos no joelho, a tíbia e uma costela fracturadas e duas perfurações no glúteo. O matador estava ainda a recuperar de uma lesão no joelho esquerdo, que ficou completamente torcido na queda, após ter sido projectado pelo Touro. O seu apoderado e também sogro, Victoriano Valência, disse que o «Enrique tem a perna destroçada e está destroçado também».
Está a perna, está o matador e está também o Touro, que foi abatido, depois de barbaramente torturado, não esquecer.
Mas isto faz parte da cultura e arte tauromáquicas. Ou não faz? É disto que os sádicos gostam. Gostam de ver o matador torturar o Touro até à morte, e gostam de ver o Touro defender-se e deixar a sua marca nos seus torturadores. Tudo muito cultural e artístico.
Para quê tanta estranheza à volta disto?
O Touro é torturado barbaramente, e qualquer animal, incluindo o homem, quando se vê atacado por feras, instintivamente faz tudo para se defender. Umas vezes consegue. Outras, não. Este “Declamador” conseguiu. E uma vez que estava condenado a uma morte inglória, ainda teve forças para deixar a sua marca no carrasco.
Mas agora vem o mais insólito: diz a notícia que, ontem, Dia do Pai, este MATADOR DE TOUROS deveria receber do rei de Espanha o Prémio de Cultura (isto não é engano) para celebrar o Dia do Pai na companhia dos seus filhos e da família. Mas, coitado, foi obrigado a viajar para Madrid, onde deverá ser sujeito a uma intervenção cirúrgica, que o fará perder a maior parte da temporada tauromáquica. É menos uns Touros que tortura e mata.
Será que o rei de Espanha já se lembrou de conceder o Prémio de Cultura a Arturo Pérez-Reverte, ou a Carlos Ruiz Zafón, ou a Javier Cercas, ou a Almudena Grandes, grandes escritores espanhóis da actualidade? Ou a Literatura não será Cultura para o rei de Espanha? Se me quisessem dar a mim tal coisa, recusá-la-ia.
A falta que faz o Senso Comum!
Quando se dá o Prémio de Cultura a um matador de Touros, não ficará tudo dito sobre a incultura de um povo?
(Nós cá também temos disto.)
Isabel A. Ferreira
Fonte da imagem e da notícia:
Mário Vargas Llosa, (na foto com o tauricida espanhol Enrique Ponce, a molestar um bovino bebé) grande defensor da “arte“ de torturar touros indefesos numa arena, “honrou” os forcados de Santarém e a cobardia portuguesa de torturar Touros já moribundos, ao aceitar integrar a comissão de (des)honra do centenário deste grupo, que durante cem anos torturou, com a empáfia própria dos cobardes, seres vivos, já bastamente torturados, feridos, a sangrar, rasgados por dentro. Já quase mortos, só para divertir sádicos e psicopatas idiotas. (Foto Farpas Blogue)
Como não há “pompa” sem “circunstância”, este grupo convidou outro grupo, não menos desqualificado, de “personalidades” que eles, os forcados de Santarém, acham (porque não conseguem pensar) que é uma mais-valia para “enfeitar” esta comemoração da vergonhosa cobardia.
Desse grupo de desiluminados fazem parte os seguintes aficionados de selvajaria tauromáquica:
- Jorge Sampaio, ex-Presidente da República, ligado à introdução de Touros de morte na incivilizada localidade de Barrancos;
- Paulo Portas, Vice-Primeiro-Ministro, defensor acérrimo da selvajaria tauromáquica;
- Assunção Cristas, Ministra da Agricultura e do Mar e da tauromaquia;
- Maria Gabriela Canavilhas, deputada e ex-Ministra da (In) cultura;
- Marcelo Rebelo de Sousa, Conselheiro de Estado e Professor Catedrático, o qual possui conhecimentos académicos, mas não sabedoria;
- Gonçalo Ribeiro Telles, antigo Ministro de Estado e Professor Catedrático (o mesmo que Marcelo);
- Ricardo Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal de Santarém, um autarca sem visão;
- Idália Serrão, deputada do PS, com os pés fincados no fascismo;
- Manuel Pelino Domingues, bispo de Santarém, que não cumpre o preceito máximo deixado por Jesus Cristo;
– Mário Augusto Rebelo, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, anti-católico;
- João Machado, Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, com interesses económicos na tortura de bovinos;
- Victor Mendes, matador de bovinos, por prazer;
- Enrique Ponce, matador de bovinos, por prazer;
- Maria Tereza de Vasconcelos e Sá Grave, poetiza e pintora sem um pingo de sensibilidade;
- Maria da Conceição Abreu Alpoim Cabral, a tia Bindes, do tempo dos marialvas;
- António Paim dos Reis, forcado (e fica tudo dito);
- David Ribeiro Telles, montador de Cavalos nas arenas;
- António Corrêa de Sá (Lavradio), Presidente do Real Club Tauromáquico Português, que na realidade é um antro;
- Mario Vargas Llosa, escritor peruano, que nasceu e cresceu a pensar que um animal era uma "coisa" diferente dele, e ficou parado no tempo...
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Estes são os “notáveis” adoradores de sangue e crueldade.
Por que será que vemos entre aficionados de selvajaria tauromáquica, doutores, professores universitários, artistas, um autarca, um escritor, um bispo…?
Simplesmente porque a condição social, a universidade, o dinheiro não dá carácter a ninguém.
Estes “notáveis” que constam desta lista (que ficará perpetuada no Livro Negro da Tauromaquia), com esta postura revelam ser apenas indivíduos com algum grau de conhecimentos académicos, mas mal formados.
Revelam a inconsciência de um conhecimento mais profundo que lhes permita fazer uso do seu intelecto para conseguirem discernir sobre questões morais, sobre o que é certo e errado, em situações que envolvem tortura e sofrimento de um ser vivo.
Revelam grande ausência de carácter, na postura cómoda que partilham com padrões obsoletos de comportamento institucionalizado na sociedade, demonstrando uma verdadeira falta de consciência ética e falta de conhecimentos elementares no que diz respeito ao conhecimento das outras espécies animais, uma vez que eles próprios são animais.
Nada sabem sobre si próprios e da condição humana.
Por isso, o grupo de forcados nada tem de que se orgulhar desta “comissão” que de “honra” nada tem. Muito pelo contrário.
E melhor seria que o grupo de forcados de Santarém ficasse quieto no seu canto, porque comemorar 100 anos de cobardia, não lhes dá estatuto social, moral ou cultural. Por muito que queiram ou tentem.
Isabel A. Ferreira