Segunda-feira, 18 de Outubro de 2021

A maior prova do mal que as touradas provocam nas crianças, pela boca de um jovem/velho que ainda vive obcecado por tortura

 

Este é um texto que publiquei neste Blogue em Março de 2014. Repesco-o, hoje, à conta do recente  "rebuçado" que o  Conselho de Ministros pretendeu dar aos anti-touradas, sem sequer levar em conta o que está em causa, quando falamos de levar crianças a touradas. Nada mudou. Nada mudará, enquanto a tauromaquia estiver sob a protecção dos que governam. O mal que isto provoca, está bem patente no que  um jovem/velho (hoje já adulto) escreveu sobre a sua experiência tauromáquica (e visivelmente traumática) desde a infância. 

 

Este texto é um valioso testemunho, que devia ser estudado por psiquiatras e psicólogos, os quais deveriam aconselhar o Conselho de Ministros a não deliberar sobre matérias sobre as quais não tem o mínimo conhecimento e nem competência para legislar.

 

Deixo-o à atenção das autoridades, que aqui são frontalmente ultrajadas, e das comissões de protecção de menores, que não cumprem a sua missão, quando se trata de proteger crianças, filhas de aficionados, criadas na violência e na crueldade infligidas a seres vivos, e que deformam, para toda a vida, as suas mentes.

 

Este texto diz claramente que a tauromaquia é protegida pelas autoridades. Porquê?

 

 

 

“Mentidero” por Duarte Palha: Desmamar a afición

 

(Nota: os excertos a negrito e entre parêntesis rectos são da responsabilidade da autora do Blogue)

 

«Mas nós diremos que não. Que não deixamos. Que é a luta que nos resta. Desobedecer cegamente. Porque não? Porque havemos de encarneirar sempre? Vamos, por uma vez, fazer as coisas à nossa maneira. Como queremos. Como seres livres que somos. Vamos levar crianças às praças. Mentir na idade que têm, escondê-las da polícia, fingir que não conhecemos a lei. Porque é essa a nossa obrigação (…) E não é a lei que nos impede de fazer o que queremos. Nunca foi.» (Duarte Palha)

 

«Lembro-me de fazer 6 anos e soprar as velas na cozinha da minha avó. Era um bolo de chocolate com gomas em forma de golfinho. Podiam ser ursos, mas eu lembro-me de golfinhos. É talvez a primeira memória visual que sou capaz de identificar no tempo. Tenho outras memórias, que julgo anteriores, mais ou menos nítidas, mais ou menos leves, perdidas na incerteza do tempo.

 

Quase todas me trazem toiros, cavalos, campinos, forcados e toureiros. Quase todas me trazem a minha aficion.» 


[Pois… é muito normal dentro das psicopatias, um jovem lembrar-se muito intensamente de episódios passados na primeira infância, mormente, se eles têm a ver com touros, cavalos, campinos, forcados e toureiros. Mas isto, nada tem a ver com a afición. Tem a ver com os cheiros que o transtornaram. 
O “Palhinha” lembra-se do cheiro da bosta, do suor, da urina, do sangue que cheirou. E isso, na verdade fica para toda a vida entranhado nas narinas, como uma doença.]

 

«Talvez mais intensa do que hoje. De usar panos de cozinha como capotes e colheres de pau como bandarilhas. O toiro era, muitas vezes, um banco - o banco parado no meio da sala, e eu em volta, a cravar ferros. Mais ou menos o mesmo que tourear um murube.»

 

[Um menino normal, nessas idades, ia para a rua jogar à bola com os amigos, mas este, não. Brincava na sala aos torcionários. Este já nasceu com a doença ancestral, a correr-lhe no sangue, e brincadeiras saudáveis não eram para ele. Por que havia de ser, se não conhecia mais nada, e quem o “educou” educou-o para a ignorância, para acrueldade e para a violência?Mas o pior, é que têm essa ignorância como uma grande sabedoria. Como uma respiração. E se não inalam aqueles odores já referidos, acham que não é viver. Pobres mentes! E de quem é a culpa? É dos legisladores e das autoridades e das comissões de “protecção”  de menores e da igreja católica, que não cumpre a sua missão cristã.]

 

«Não me lembro se era egoísta, se era chorão, teimoso ou divertido. Lembro-me de gostar de toiros. Tenho esta certeza absoluta em relação a mim. Nasci apaixonado por “isto”. Antes da memória dos golfinhos no bolo de chocolate, lembro-me de tentas no campo.»

 

[Pois… as tentas no campo… Essas é que são as memórias, não por serem boas, mas por serem as que mais o afectaram psiquicamente enquanto criança. E obviamente o traumatizaram ao ponto de não ver mais nada à frente dos olhos do que touros, touros e mais touros… Mas isso não é de uma criança com um desenvolvimento normal. Isso faz parte de um desequilíbrio mental que o acompanhou até à juventude. E deu no que deu: mais um perdido no mundo da violência, da crueldade, da tortura, da maldade, da ignorância, da estupidez, da iniquidade… e que não tem a mínima noção do que diz. Neste texto, não vejo o jovem/velho  “Palhinha” a encantar-se com uma namoradinha, por exemplo,  o que seria bastante mais saudável. Não! O “Palhinha” só pensa em touros, e no modo como os torturar. Isto é fruto de um desadequado desenvolvimento mental, desintegrado do que se considera uma vivência saudável.]

 

«Empoleirado nas varolas do tentadero da Quinta da Foz. E de querer e não poder ir aos currais, sem que alguém me levasse pela mão. E de ir aos toiros. Às corridas, ainda antes de me poder lembrar bem disso.»

 

[Por aqui podemos comprovar a má influência  que tais visões deixaram no miúdo, ao ponto de viver obcecado por isso. Ele só queria “ir aos toiros”, não porque isso fosse bom, mas porque o enfeitiçava,  o arrebatava, e nesse arrebatamento,  ele colhia todo o prazer mórbido de uma mente já doente e envelhecida. As crianças que nascem nestes meios, já nascem velhas, e poucas são as que conseguem “renascer” para uma vida saudável. O “Palhinha” é um bom exemplo disso.]

 

«Lembro-me que esperava esses dias com uma ansiedade como hoje já não espero. Nem eu, nem muitos dos actuais aficionados imberbes esperarão. Querem roubar-lhes essa ansiedade.»

 

[É natural. A ansiedade vai passando, à medida em que não depende de ninguém para ir… para ver… para estar onde está a violência, que já se entranhou na sua mente. E já não consegue viver sem esse aditivo mental.]

 

«Querem roubar a ansiedade a quem tenha menos de 12 anos. Querem acabar com as pegas a cabeças de toiro, feitas com os dedos dos pais, com as bandarilhas de colher de pau, com os capotes aos quadrados, com os bancos que marram.»

 

[Atente-se neste pormenor: «Querem roubar a ansiedade a quem tenha menos de 12 anos». Como se a ansiedade por ir ver torturar Touros fosse algo bom para uma criança menor de 12 anos, ou mesmo de um adulto! Por aqui se vê o dano mental que a tourada fez a este jovem/velho que nunca teve infância. Vejamos o que é a ansiedade: é aflição, é perturbação, é agonia, é tormento, tudo isto faz parte de uma patologia do foro psiquiátrico. E é disso que sofre uma criança sujeita à iniquidade da tauromaquia. E até são os pais que ajudam a esta “missa” , juntamente com os padres, que lhes dão a bênção.  E as comissões “protectoras”  para que servirão, se não protegem os que têm a infelicidade de nascer no seio de uma família aficionada? Bandarilhas de colher de pau? Bancos que marram? Não é isso que as imagens mostram. São bandarilhas de ferros afiados. São bezerrinhos vivos e ainda por desmamar. Além de psicóticos, tornam-se mentirosos.]

 

«Mas nós diremos que não. Que não deixamos. Que é a luta que nos resta. Desobedecer cegamente. Porque não? Porque havemos de encarneirar sempre? Vamos, por uma vez, fazer as coisas à nossa maneira. Como queremos. Como seres livres que somos. Vamos levar crianças às praças. Mentir na idade que têm, escondê-las da polícia, fingir que não conhecemos a lei. Porque é essa a nossa obrigação.»

 

[Eis o cúmulo da alienação. Eis algo juridicamente, moralmente, culturalmente, socialmente grave. Eis algo para as autoridades tomarem uma posição pública. Não podem deixar que um imberbe diga isto publicamente e se fique por aqui. Será menor para umas coisas e para outras não?

 

«Alimentar a aficion de quem a tem sem saber porquê. Porque um dia que eu seja pai, quero investir com um carrinho de mão, quero montar praças com lego, quero ir aos toiros e explicar que o forcado da cara não é um campino, por ter barrete.

 

Quero e hei-de fazê-lo. Que não é a lei que mata a aficion. E não é a lei que nos impede de fazer o que queremos. Nunca foi.»

 

-[Até ao dia de hoje, “Palhinha”. Essa protecção à tauromaquia é anticonstitucional. É um crime que todos cometem às claras… até ao dia em que hja uma autoridade competente que faça cumprir as leis… Além disso, a afición está  a morrer, por todo o mundo. E talvez mais cedo do que se espera, os que querem manter este costume bárbaro terão de se socorrer de colheres de pau a fazer de bandarilhas, e bancos de cozinha a protagonizar touros no meio das salas. O “Palhinha” acaba de dar uma grande facada na tauromaquia, e nem o padre da sua paróquia lhe valerá.]

 

Excelentíssimas autoridades, juridicamente temos aqui algo grave… não?

 

Isabel A. Ferreira

Fonte:

http://diariotaurino.blogspot.pt/2014/03/mentidero-por-duarte-palha-desmamar.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:06

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Domingo, 20 de Novembro de 2016

A TOURADA É CULTURA - A CULTURA DA INCULTURA

 

Um texto inserido no BLogue «Estúpido Aluga-se», que contém as maiores “pérolas” de aficionados que gostam de se expor ao ridículo e aprofundar, até ao tutano, uma ignorância atávica que faz parte de uma herança genética e não há como reverter essa doença congénita.

 

Pasmem-se!

 

INCULTURA.jpg

 

«12 de Outubro, 2016

 

Perdi alguns minutos a ler a entrevista de Hélder Milheiro ao DN, para quem não conhece este aficionado, é o homem que assumiu na Federação Portuguesa de Tauromaquia, a missão de mudar a imagem da tourada em Portugal.

 

Hélder afirma que "não há violência nas corridas de toiros, há pedagogia", este universitário em filosofia, vê a tourada como os antigos romanos, um acto bárbaro que fortalece a corrente elitista e consanguínea que advém deste evento.

 

Na mesma entrevista saliento "Há crianças de 5 e 6 anos a aprender a tourear como a aprender ballet ou futebol.

 

Não é o mesmo... Não?

 

"O que se aprende é a coreografia. Treina-se com a tourinha (uma espécie de carrinho de mão que faz as vezes do animal) e nem se vê nada parecido com um toiro até aos 14 anos, que é quando se começa a treinar com bezerros. E há sempre enorme preocupação com a segurança: para alguém com menos de 18 anos entrar num espectáculo é preciso a validação da Comissão de Protecção de Menores; os pesos do animal e do toureiro são fiscalizados, está tudo regulado ao pormenor."

 

O que aqui é dito é uma falácia facilmente desmontada, a tourada é uma violência inútil camuflada sobre o pretexto de "ARTE", recordo aqui as palavras de Duarte Palha:

 

«Mas nós diremos que não. Que não deixamos. Que é a luta que nos resta. Desobedecer cegamente. Porque não? Porque havemos de encarneirar sempre? Vamos, por uma vez, fazer as coisas à nossa maneira. Como queremos. Como seres livres que somos. Vamos levar crianças às praças. Mentir na idade que têm, escondê-las da polícia, fingir que não conhecemos a lei. Porque é essa a nossa obrigação (…) E não é a lei que nos impede de fazer o que queremos. Nunca foi

 

Em relação ao cumprimento de regras de segurança, os registos são quase nulos porque aquando da entrada dos miúdos nas urgências pediátricas, os acidentes são dados como outros e não como acidente desportivo, o que faz com que o pagamento seja suportado uma vez mais pelo SNS (nós o contribuinte), isto passa-se com a conivência dos pais aficionados e respectivas escolas de toureio.

 

"O espectáculo tauromáquico não traduz violência, é pedagógico e recomendável, é extremamente didáctico porque ensina às crianças a forma de estar na vida."

Hélder Milheiro

 

"Talvez mais intensa do que hoje. De usar panos de cozinha como capotes e colheres de pau como bandarilhas. O toiro era, muitas vezes, um banco - o banco parado no meio da sala, e eu em volta, a cravar ferros. Mais ou menos o mesmo que tourear um murube."

Duarte Palha

 

Segundo o Hélder MATAR é didáctico e para o jovem Palha o acto pedagógico é enfiar ferros num touro imaginado, esta é a conduta apresentada pelos pró-touro, isto numa sociedade cada vez mais consciente de que os animais merecem ser respeitados, eles sentem, amam, sofrem e desfrutam como os seres humanos.

 

Os três pilares éticos fundamentais do Hélder:

 

- O primeiro é o toiro, que é criado quase em total liberdade, "em enormes áreas, de forma a manter-se o mais toiro possível, o mais selvagem - e que nos passa o valor da natureza e da sua natureza animal" (se colocar um ser humano num campo com todas as condições sabendo que o seu destino a curto prazo é a morte, aceitaria?).

 

- Segue-se o espectáculo, em que o "homem arrisca a vida ao encarar o toiro"(a sério?) (seria interessante ver essa valentia de mãos livres), traduzindo duas ordens de valores: os do animal, combativo, que nunca desiste de investir; e os do homem, corajoso, leal para com o toiro porque o encara e se expõe de uma maneira que permite ser colhido; solidário, pronto a saltar a qualquer momento para ajudar um companheiro de lide.

 

- E por último o público, "que está na bancada e absorve os valores éticos, culturais e artísticos passados por estes dois elementos, que absorve a excelência humana, aprende a estar sereno perante o perigo, a ser frontal e leal"(na realidade a tourada é uma barbárie que tem pouco a ver com a cultura e mais com a morte gratuita de um animal indefeso, muitas vezes drogado antes mesmo de sair para lutar, e isso não tem nada de excelência).

 

Podia continuar a desmontar a falácia promocional, mas não tenho paciência para tanto disparate junto.

 

Deixo-vos aqui um (…) BLOG para quem quiser ler mais sobre o assunto.

ARCO DE ALMEDINA

 

Fonte:

http://estupidoaluga-se.blogs.sapo.pt/a-tourada-e-cultura-a-cultura-da-747396

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:38

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Sexta-feira, 21 de Março de 2014

A maior prova do mal que as touradas provocam nas crianças, pela boca de um jovem/velho que ainda vive obcecado por tortura

 

Este texto vai à atenção das autoridades, que aqui são frontalmente ultrajadas, e das comissões de protecção de menores, que andam a “dormir”…

 

Este texto diz claramente que a tauromaquia é protegida pelas autoridades. Porquê?

 

 

 

«Mas nós diremos que não. Que não deixamos. Que é a luta que nos resta. Desobedecer cegamente. Porque não? Porque havemos de encarneirar sempre? Vamos, por uma vez, fazer as coisas à nossa maneira. Como queremos. Como seres livres que somos. Vamos levar crianças às praças. Mentir na idade que têm, escondê-las da polícia, fingir que não conhecemos a lei. Porque é essa a nossa obrigação (…) E não é a lei que nos impede de fazer o que queremos. Nunca foi(Duarte Palha)

 

Excelentíssimas autoridades, juridicamente temos aqui algo grave… não?

 

***

“Mentidero” por Duarte Palha: Desmamar a afición

 

«Lembro-me de fazer 6 anos e soprar as velas na cozinha da minha avó. Era um bolo de chocolate com gomas em forma de golfinho. Podiam ser ursos, mas eu lembro-me de golfinhos. É talvez a primeira memória visual que sou capaz de identificar no tempo. Tenho outras memórias, que julgo anteriores, mais ou menos nítidas, mais ou menos leves, perdidas na incerteza do tempo.

 

Quase todas me trazem toiros, cavalos, campinos, forcados e toureiros. Quase todas me trazem a minha aficion.» 


-
Pois… é muito normal dentro das psicopatias, um jovem lembrar-se muito intensamente de episódios passados na primeira infância, mormente, se eles têm a ver com touros, cavalos, campinos, forcados e toureiros. Mas isto, nada tem a ver com a afición. Tem a ver com os cheiros que o transtornaram.

 

O “Palhinha” lembra-se do cheiro da bosta, do suor, da urina, do sangue que cheirou. E isso, na verdade fica para toda a vida entranhado nas narinas, como uma doença.

 

«Talvez mais intensa do que hoje. De usar panos de cozinha como capotes e colheres de pau como bandarilhas. O toiro era, muitas vezes, um banco - o banco parado no meio da sala, e eu em volta, a cravar ferros. Mais ou menos o mesmo que tourear um murube.»

 

- Um menino normal, nessas idades, ia para a rua jogar à bola com os amigos, mas este, não. Brincava na sala aos torcionários. Este já nasceu com a doença ancestral, a correr-lhe no sangue, e brincadeiras saudáveis não eram para ele. Por que havia de ser, se não conhecia mais nada, e quem o “educou” educou-o para a ignorância, para acrueldade e para a violência?

 

Mas o pior, é que têm essa ignorância como uma grande sabedoria. Como uma respiração. E se não inalam aqueles odores já referidos, acham que não é viver. Pobres mentes!

 

E de quem é a culpa? É dos legisladores e das autoridades e das comissões de “protecção”  de menores e da igreja católica, que não cumpre a sua missão cristã.

 

«Não me lembro se era egoísta, se era chorão, teimoso ou divertido. Lembro-me de gostar de toiros. Tenho esta certeza absoluta em relação a mim. Nasci apaixonado por “isto”. Antes da memória dos golfinhos no bolo de chocolate, lembro-me de tentas no campo.»

 

- Pois… as tentas no campo… Essas é que são as memórias, não por serem boas, mas por serem as que mais o afectaram psiquicamente enquanto criança.

E obviamente o traumatizaram ao ponto de não ver mais nada à frente do que touros, touros e mais touros…

 

Mas isso não é de uma criança com um desenvolvimento normal.

 

Isso faz parte de um desequilíbrio mental que o acompanhou até à juventude. E deu no que deu: mais um perdido no mundo da violência, da crueldade, da tortura, da maldade, da ignorância, da estupidez, da iniquidade… e que não tem a mínima noção do que diz.

Neste texto, não vejo o jovem/velho  “Palhinha” a encantar-se com uma namoradinha, por exemplo,  o que seria bastante saudável.

Não! O “Palhinha” só pensa em touros, e no modo como os torturar.

Isto é fruto de um desadequado desenvolvimento mental, desintegrado do que se considera uma vivência saudável.

 

«Empoleirado nas varolas do tentadero da Quinta da Foz. E de querer e não poder ir aos currais, sem que alguém me levasse pela mão. E de ir aos toiros. Às corridas, ainda antes de me poder lembrar bem disso.»

 

Por aqui podemos comprovar a má influência  que tais visões deixaram no miúdo, ao ponto de viver obcecado por isso. Ele só queria “ir aos toiros”, não porque isso fosse bom, mas porque o enfeitiçava,  o arrebatava, e nesse arrebatamento,  ele colhia todo o prazer mórbido de uma mente já doente e envelhecida.

As crianças que nascem nestes meios, já nascem velhas, e poucas são as que conseguem “renascer” para uma vida saudável. O “Palhinha” é um bom exemplo disso.

 

«Lembro-me que esperava esses dias com uma ansiedade como hoje já não espero. Nem eu, nem muitos dos actuais aficionados imberbes esperarão. Querem roubar-lhes essa ansiedade.»

 

- É natural. A ansiedade vai passando, à medida em que não depende de ninguém para ir… para ver… para estar onde está a violência, que já se entranhou na sua mente. E já não consegue viver sem esse aditivo mental. 

 

«Querem roubar a ansiedade a quem tenha menos de 12 anos. Querem acabar com as pegas a cabeças de toiro, feitas com os dedos dos pais, com as bandarilhas de colher de pau, com os capotes aos quadrados, com os bancos que marram.»

 

- Atente-se neste pormenor: «Querem roubar a ansiedade a quem tenha menos de 12 anos». Como se a ansiedade por ir ver torturar Touros fosse algo bom para uma criança menor de 12 anos, ou mesmo de um adulto!

 

Por aqui se vê o dano mental que a tourada fez a este jovem/velho que nunca teve infância.

 

Vejamos o que é a ansiedade: é aflição, é perturbação, é agonia, é tormento, tudo isto faz parte de uma patologia do foro psiquiátrico.

 

E é disso que sofre uma criança sujeita à iniquidade da tauromaquia. E até são os pais que ajudam a esta “missa” , juntamente com os padres, que lhes dão a bênção.  E as comissões “protectoras”  para que servirão, se não protegem os que têm a infelicidade de nascer no seio de uma família aficionada?

 

Bandarilhas de colher de pau? Bancos que marram? Não é isso que as imagens mostram. São bandarilhas de ferros afiados. São bezerrinhos vivos e ainda por desmamar. Além de psicóticos, tornam-se mentirosos.  

 

«Mas nós diremos que não. Que não deixamos. Que é a luta que nos resta. Desobedecer cegamente. Porque não? Porque havemos de encarneirar sempre? Vamos, por uma vez, fazer as coisas à nossa maneira. Como queremos. Como seres livres que somos. Vamos levar crianças às praças. Mentir na idade que têm, escondê-las da polícia, fingir que não conhecemos a lei. Porque é essa a nossa obrigação.»

 

- Eis o cúmulo da alienação. Eis algo juridicamente, moralmente, culturalmente, socialmente grave. Eis algo para as autoridades tomarem uma posição pública. Não podem deixar que um imberbe diga isto publicamente e se fique por aqui.

Será menor para umas coisas e para outras não?

 

«Alimentar a aficion de quem a tem sem saber porquê. Porque um dia que eu seja pai, quero investir com um carrinho de mão, quero montar praças com lego, quero ir aos toiros e explicar que o forcado da cara não é um campino, por ter barrete.

 

Quero e hei-de fazê-lo. Que não é a lei que mata a aficion. E não é a lei que nos impede de fazer o que queremos. Nunca foi.»

 

- Até ao dia de hoje, “Palhinha”.

 

Essa protecção à tauromaquia é anticonstitucional. É um crime que todos cometem às claras… até um dia…

 

Além disso, a afición está morta.

 

E a lei enterrá-la-á muito brevemente.

 

E os que querem manter este costume bárbaro terão de se socorrer de colheres de pau a fazer de bandarilhas, e bancos de cozinha a protagonizar touros no meio das salas.

 

O “Palhinha” acaba de dar uma grande facada na tauromaquia, e nem o padre da sua paróquia lhe valerá.

 

Fonte:

http://diariotaurino.blogspot.pt/2014/03/mentidero-por-duarte-palha-desmamar.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:37

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Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

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