Imagem do importante evento cultural e patrimonial português defendido no debate em Vila Franca de Xira... Esta afirmação não virá de cérebros imprepardos?
«A tauromaquia é uma tradição sem partidos que deve estar acima dos políticos», uma estranha forma de ver a tortura de seres vivos, defendida num debate sobre a Política e os Toiros, ocorrido a 4 de Julho, em Vila Franca de Xira (a segunda terra mais carniceira de Portugal) no âmbito da XXIII semana da COLTURA tauromáquica da cidade, em que participaram quatro aficionados que envergonham o país.
Sim, porque em Vila Franca de Xira não há semanas culturais nobres. Apenas a sanguinária, que até é Património Imoral do Município.
Ora os quatro “magníficos” foram a presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha (que está envolta em trevas, embora tenha luz no nome); Gabriela Canavilhas (ex-ministra da cultura, senhora de uma COLTURA igual a varredura); Demétrio Perez (ex-delegado da junta de Andalucia, Espanha, outro que tal tauricida) e Francisco Moita Flores (presidente da Câmara Municipal de Santarém, aquele que acha que quem defende a VIDA e a DIGNIDADE DOS ANIMAIS NÃO HUMANOS é talibã).
Disse-se nesse debate que a tauromaquia é um importante evento cultural e patrimonial português (não têm mínima noção do que disseram, e passam por incultos em qualquer parte do mundo, até entre os mais incultos dos incultos) e que deve ser preservado (talvez como as múmias) e deve estar acima dos interesses partidários e políticos (o que é o mesmo que dizer abaixo de lixo).
A desiluminada Maria da Luz Rosinha, do PS, referiu que «nestas coisas não deve haver partidos. Trata-se de defender a nossa cultura e o que temos de mais tradicional».
Ora, francamente, a tortura de seres vivos é o que Vila Franca de Xira tem de “mais tradicional”? Não terão por lá um Rancho Folclórico que DIGNIFIQUE aquela terra? A TORTURA DE TOUROS e CAVALOS é o que têm de mais tradicional? Nem um docinho têm?
Que terra mais pobrezinha culturalmente!
Uma ideia também defendida neste debate foi a de que «o trabalho feito na praça Palha Blanco e a constante aposta na festa do Colete Encarnado têm permitido a Vila Franca crescer e recuperar, pouco a pouco, o seu lugar central no cenário tauromáquico português».
Isto realmente é algo muito importante, que traz um ENORME PRESTÍGIO para a terra, muito maior do que os festivais de música erudita ou mesmo roqueira. Ficam ACIMA de qualquer cidade europeia, com tanta COLTURA.
VFX cresce com TORTURA e SANGUE. Está ao nível dos grandes centros europeus, onde a verdadeira Cultura borbulha a cada esquina, num edifício, numa fonte, numa ponte, num jardim, numa escultura, num grupo de artistas de rua...
A casa estava cheia, o que foi motivo de ORGULHO para Rosinha. Uma casa cheia de sádicos, talvez também necrófilos, ávidos de sangue.
Neste debate, imaginem, foi proposta a realização de uma corrida de homenagem nacional às figuras públicas que apoiam e “dão a cara” pela festa de touros.
Algo que trará um ENORME prestígio aos homenageados, que talvez até recebam uma medalha da autarquia, onde figure a imagem que ilustra este texto. Para recordarem o tempo em que eram sanguinários, quando a tourada for considerada a vergonha de um mundo antigo, como hoje é o do Circo Romano.
Também se falou naquela MENTIRA em que se baseiam os tauricidas para sustentarem a tese da NECESSIDADE da tauromaquia: a quantidade de empregos gerados pela actividade tauromáquica na região do Ribatejo (que ousadia! Até parece que são mais do que as mães!).
E reflectiram igualmente sobre a proibição de touros de morte em Portugal.
Esta gente em vez de EVOLUIR, REGRIDE. Cada vez está mais “doente”. A loucura libertou-se em Vila Franca de Xira e escorreu pelas mentes daquela gente.
A Rosinha chegou a citar o “brilhante” Miguel Sousa Tavares em relação à proposta de lei apresentada pelo Bloco de Esquerda, nessa mesma tarde, para que acabassem a exibição televisiva de touradas e os apoios públicos aos espectáculos tauromáquicos, dizendo que é uma proposta «culturalmente ignorante, ditatorial, centralizadora e arrogante».
Isto pode parecer uma anedota, mas não é. Esta é a realidade PODRE da tauromaquia.
O que eles defenderam ali foi a ignorância, a ditadura do sangue, a centralização de ideias desumanas e a arrogância dos néscios.
Como é possível isto ainda existir?... É um grande mistério envolto nos fumos e nos mofos dos tempos primitivos.
Conclusão: esta gente não tem o cérebro programado para a EVOLUÇÃO.
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=556&id=84600&idSeccao=9357&Action=noticia
Para começar gostaria de lembrar o que disse Charles Darwin, o homem que mais conviveu com animais não-humanos:
«Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais. Tanto os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento».
Na próxima Segunda-feira, dia 31 de Outubro, no programa «Você na TV», na TVI, realizar-se-á um debate sobre Tauromaquia.
Pela luta anti-tourada estarão presentes o Comendador Tomé de Barros Queiroz, presidente da Sociedade Protectora dos Animais, o Dr. Vasco Reis, médico-veterinário, e o Professor Paulo Borges, da Universidade de Lisboa, grande defensor da causa animal, e presidente do PAN (Partido pelos Animais e pela Natureza).
Do lado pró-tourada estão confirmados os administradores do site TouroeOuro.com, o Secretário-Geral da PróToiro, Dr. Diogo Costa Monteiro e o Prof. Doutor Joaquim Grave.
Deste debate espera-se que se esclareça, de uma vez por todas, algumas das questões mais pertinentes relacionadas com este espectáculo que não dignifica o ser humano, nem o povo português, nem Portugal, nem o ser não-humano que é sacrificado, num ritual macabro e primitivo – o Touro.
As principais questões poderão ser as seguintes:
O massacre de Touros onde a tortura, a crueldade, o sadismo e a impiedade imperam será:
Arte?
Património?
Cultura?
Será um espectáculo que imprime DIGNIDADE ao ser dito humano, que nele participa, ou ao Touro, um mamífero superior, cujas entranhas são de todo semelhantes à do homem, e portanto sofrerá horrores às mãos dos seus carrascos?
Que se diga se um Touro, tal como TODOS os outros animais vertebrados e com sistema nervoso central não sente DOR, quando é bárbara e covardemente torturado.
Que se diga se o Touro não sente MEDO, FOME, SEDE, tal como qualquer animal humano.
Os pró-tourada baseiam-se em três argumentos que caem pela sua fragilidade:
Tradição (que não é argumento) porque uma tradição só sobrevive se acompanhar a evolução de mentalidades;
Cultura (algo demasiado sangrento para ser cultura);
Arte (a arte da tortura, do fazer sangrar, da crueldade e da morte)?
Também se espera, que nesta questão sejam envolvidas as seguintes entidades que, neste momento, além de serem CÚMPLICES do MASSACRE DE TOUROS em Portugal, são SUBMISSAS ao lobby tauromáquico, o que não deixa de ser um acto indigno de subserviência, que poderá ficar para a História.
O Governo Português (que não cumpre o seu papel).
Os deputados da Nação (que têm medo de se pronunciarem).
O presidente da República (que se remete ao silêncio, quando devia interferir)
A Igreja Católica (que “abençoa” os massacres, não cumprindo a sua missão cristã)
A Ordem dos Médicos-Veterinários (que, por omissão, despreza a Ética, que os levaram a abraçar esta profissão)
A Comissão Nacional da UNESCO (que ainda não tomou uma posição pública definitiva, apenas fez uma Declaração em 1980)
Os órgãos de comunicação social (que dão cobertura à violência e à tortura de seres vivos sencientes)
Dom Duarte Pio de Bragança (que ainda promove as Touradas Reais, muito tempo depois do Marquês de Pombal as ter proibido)
E todos os que directa ou indirectamente se envolvem nestes massacres:clubes, marcas e associações de solidariedade.
Victor Hugo dizia que a proteção dos animais faz parte da moral e da cultura dos povos.
Se estas entidades nada fizerem no sentido da Abolição do massacre de Touros em Portugal, os seus nomes e as suas caras ficarão para sempre ligadas a esta barbárie, como gente que não soube proteger a Moral e a Cultura do seu Povo.
Isabel A. Ferreira