Os pró-tourada transformam a harmonia que se vê nesta imagem de luz, numa poça de sangue
e chamam a isso “cultura”...
Eis uma carta do Dr. Vasco Reis, único médico veterinário português que vejo dar a cara pela Causa da Abolição das Touradas, a propósito de declarações patéticas da PRÓTOIRO, como esta: «o Bloco de Esquerda é um partido extremista e que não aceita a cultura portuguesa».
CULTURA PORTUGUESA? A tortura de Touros? Nunca em tempo algum isso foi cultura, mas tão só o resultado de uma ignorância crassa, entranhada numa fatia da população portuguesa, que ainda vive nos tempos pré-históricos. É o que é a vossa tauromaquia.
Já o disse e repito: eu não tenho de ser politicamente correcta com gente que massacra seres vivos, para se divertir e ganhar dinheiro.
O vosso protesto é um protesto que diz muito da vossa insciência. Não têm a noção do ridículo? Ainda não deu para verem que estão isolados na vossa obstinação em considerar “cultura portuguesa” a tortura de Touros e Cavalos? Isso é a DESONRA PORTUGUESA. Isso sim.
E falam também em LIBERDADE?
Não, não têm nem DIREITO, nem LIBERDADE de torturarem Touros e Cavalos. A lei está do vosso lado? Mas quando as leis são injustas, não temos obrigação de as seguir. Está nos códigos da humanidade.
As vossas ideias não nos dizem nada. Os vossos actos, sim. E os vossos actos são bárbaros e sangrentos. E ainda se atrevem a julgar-se no direito de se indignarem? Pobres Touros e Cavalos, esses sim, é que têm de indignar-se com a vossa falta de lucidez.
Transcrevo aqui a carta do Dr. Vasco Reis, por concordar inteiramente com o seu conteúdo, e por nunca ser demais chamar a atenção para o grande equívoco que é a tauromaquia.
Água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Temos esperança de que mais dia, menos dia, essas cabeças duras abrir-se-ão para a realidade: a de que A TAUROMAQUIA É PURA COVARDIA.
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«Exmo Senhor Paulo Baldaia, Dgmo. Director Editorial da TSF,
paulo.baldaia@tsf.pt
A PRÓTOIRO afirma que o Bloco de Esquerda é um partido extremista e que não aceita a cultura portuguesa, tentando por todos os meios destruí-la. Aconselha a que seja mostrada indignação partilhando o post que disponibilizam pelo "Sim às Touradas" e que se dirijam ao diretor editorial da TSF paulo.baldaia@tsf.pt colocando a seguinte mensagem:
“Manifesto a minha indignação pelo facto de estarem a divulgar a notícia do projeto do Bloco sem ouvir e expressar a posição dos taurinos, num exemplo de pseudo-jornalismo, claramente anti-taurino e anti-cultura portuguesa ”.
Recomenda, ainda, que se espalhe aos quatro ventos a oposição a este tipo de ideias extremistas e anti-cultura portuguesa e anti-liberdade e que todos vão defender a nossa CULTURA, IDENTIDADE E A LIBERDADE!! e que PARTILHEM!!!!."
A propósito disto, eu, Vasco Manuel Martins Reis, na qualidade de médico veterinário, devo aqui lembrar/informar o que é fundamental para que se esclareça e se possa tomar partido, contra ou a favor da corrida de touros, inclusive, se publicite ou se negue publicitar:
- Os touros e os cavalos são seres vivos sencientes, capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como sentimentos de angústia, stress e ansiedade, atracção ou repulsa, de modo comparável em elevadíssimo grau aos seres humanos, pois anatómica, fisiológica e neurologicamente estas três espécies, bovina, equina e humana, são muito semelhantes e os ADN são muito equivalentes.
De facto, o BE defendeu o fim dos apoios públicos aos espetáculos tauromáquicos e a alteração à lei da televisão para impedir a transmissão destes eventos nos canais do serviço público, a bem da «exigência ética» do Estado.
A deputada do BE, Catarina Martins, afirmou em conferência de imprensa no Parlamento:
«Fazemos a escolha de considerar que hoje, face ao que são as evidências científicas, não se pode negar que há sofrimento dos animais nas touradas e, portanto, não há razão nenhuma para excluir as touradas do que é a prática legislativa portuguesa em relação aos espetáculos que inflingem sofrimento animal», alegou.
A deputada bloquista referiu que «Portugal tem financiado, seja através de dinheiros comunitários, seja através de orçamento das autarquias e do Orçamento do Estado, espetáculos tauromáquicos» e que, em 2009, o Estado gastou «na ordem de um milhão de euros» com eventos deste tipo.
Catarina Martins criticou que se gaste "bastante dinheiro público para espetáculos destes" e disse que já houve notícias de fundos europeus "para a agricultura e pecuária" que foram utilizados em gastos relacionados com a tauromaquia.
A parlamentar do BE defendeu ainda que a RTP deixe de poder transmitir touradas, "à semelhança do que acontece já com a TVE, na vizinha Espanha".
"Porque é o serviço público de televisão e, naturalmente, quando falamos de exigências éticas, de padrões éticos de sociedade, as exigências para com o serviço público são naturalmente maiores, é isso também que define o serviço público", sustentou.
Com os melhores cumprimentos, em nome da ciência, da cultura, da compaixão, da ética
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário».