Brigitte Bardot (77 anos), Alain Delon (76 anos) e Jean-Paul Belmondo (79 anos), numa carta aberta aos sábios do Conselho Constitucional, pediram a abolição das touradas em França. "É chegada a hora de proibir a tortura, e de a abolir em todo o território, especialmente porque a tourada é considerada pelo Código Penal como um acto de crueldade, sendo punida com dois anos de prisão... ", escreveram eles.
Excepto em algumas regiões do sul, onde a tourada é considerada como "tradição local ininterrupta". Os sábios não só rejeitaram as petições apresentadas por duas associações anti-touradas que queriam que as mesmas penas se aplicassem em toda a França, como anunciaram que essas “diferenças de tratamento" não são inconstitucionais.
Uma decisão que deixou Brigitte Bardot muito irritada. "Estou desesperada. Vivemos num país retrógrado que não evoluirá jamais (...) É inaceitável que se permita desenvolver os mais baixos instintos do homem. Eu não entendo como as pessoas sentem prazer na tortura e no sangue derramado. Vivemos num país que é um grande matadouro. Talvez aconteça que um dia a tourada possa ser abolida», salientou Brigitte acrescentando com a habilidade que lhe reconhecemos: «O Conselho Constitucional não é constituído por sábios, mas por covardes»...
Fonte:
Acrescente-se que a tourada em França ocorre em apenas 10% do território nacional.
Apesar de o código penal francês reconhecer claramente que as touradas são “ACTOS CRUÉIS E GRAVES MAUS TRATOS PARA COM OS ANIMAIS” (artigo 521 -1), elas são autorizadas numa pequena área a sul do País como uma "tradição ininterrupta local".
Tal como em Portugal, a indústria tauromáquica francesa é mantida por financiamentos públicos. Eles recebem dinheiro de cidades e / ou departamentos, regiões, do Estado e da Europa.
Em 22 de Abril de 2011, Frédéric Mitterrand, ministro francês da Cultura, num gesto que o DESQUALIFICOU, inscreveu oficialmente as touradas numa lista onde é considerada património cultural do país, mas NÃO com o aval da UNESCO, como por vezes se lê por aí.
Em França existem quatro escolas onde se aprende a TORTURAR TOUROS. Tal como cá.
Como diz e muito bem Brigitte Bardot, a França é um país RETRÓGRADO, tal como Portugal e Espanha. Os países três mais REACCIONÁRIOS DA EUROPA.
http://www.esdaw.eu/francetouristeu.htm
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Para ficarmos com uma ideia completa do que se passou em França (que é o mesmo que se passa em Portugal e em Espanha e nos restantes países tauricidas), transcrevo um texto da PRÓTOURO (não confundir com prótoiro, estes estão CONTRA OS TOUROS) onde se explica as razões POLÍTICAS para a infeliz decisão que a França acabou de tomar, tal como acontece no nosso Parlamento:
A TOURADA É UMA QUESTÃO POLÍTICA, DE SUBMISSÃO AO LOBBY TAUROMÁQUICO. UM LAIVO DE ESCRAVATURA, DA QUAL OS NOSSOS GOVERNANTES NÃO SE APERCEBEM, DEVIDO À CEGUEIRA MENTAL QUE TOLDA O DISCERNIMENTO DELES.
Conselho Constitucional Francês uma Decisão Puramente Política
by protouro |
O Conselho constitucional francês, também conhecido por Comissão de Sábios (sem comentários), não é um tribunal.
O Conselho constitucional foi instituído pela Constituição da 5ª República, em 4/10/1958 e está no topo de qualquer hierarquia de tribunais sejam eles judiciais ou administrativos.
É composto por 9 membros e esses membros são designados pelo Presidente da República e pelo presidente de cada uma das assembleias do parlamento ( Senado e Assembleia Nacional). Os antigos presidentes da república são por direito próprio parte do conselho constitucional desde que não ocupem uma função incompatível com o mandato de membro do Conselho. O presidente do Conselho constitucional é designado pelo Presidente da República.
Quem são actualmente os membros do dito Conselho Constitucional:
- Jean-Louis Debré, designado pelo Presidente da República;
- Valéry Giscard D'Estaing, ex-presidente da república;
- Jacques Chirac, ex-presidente da república:
- Nicolas Sarkozy, ex-presidente da república e aficionado:
- Pierre Steinmetz, nomeado pelo Eliseu;
- Jacqueline de Guillenchmidt, nomeada pelo Senado;
- Renaud Denoix de Saint Marc, nomeado pelo Senado;
- Guy Canivet, nomeado pela Assembleia Nacional;
- Michel Charasse, nomeado pelo Senado;
- Hubert HaenelL, nomeado pelo Senado;
- Jacques Barrot, nomeado pela Assembleia Nacional;
- Claire Bazy Malaurie, nomeada pela Assembleia Nacional.
São todos políticos. Portanto a decisão dos sábios deste conselho nunca iria ser jurídica mas sim política.
E todos sabemos como é fácil influenciar e exercer pressão sobre os mesmos.
No mesmo dia em que as partes (anti-touradas e pró-touradas) iam ser ouvidas pelo Conselho Constitucional, o Ministro do Interior francês Manuel Valls (nascido na Catalunha), afirmava aos órgãos de comunicação social o seguinte: "As touradas são algo que eu amo. A tourada é uma cultura a preservar e faz parte da cultura da minha família".
Estava assim lançada a pressão sobre os seus camaradas políticos do Conselho Constitucional.
Aliás, o que estava em causa não era como é afirmado pelos tauromáquicos se as touradas são constitucionais ou não. O que estava em causa era decidir se a lei que proíbe todas as crueldades praticadas contra animais, podia criar excepções para touradas e lutas de galos, uma vez que está em causa o princípio da unidade da lei no território francês. E a decisão acabou por ser que a excepção ou disparidade, foi considerada constitucional na medida em que se baseia numa tradição local ininterrupta.
Os tauromáquicos podem cantar vitória, no entanto a verdade é que numa guerra se perdem batalhas. A guerra é pela abolição das touradas e uma batalha perdida não nos enfraquece, antes pelo contrário só fortalece ainda mais a nossa luta.
Prótouro
Pelos touros em liberdade
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COM ISTO FICA TUDO DITO.
A IDIOTIA ANDA Á SOLTA POR AÍ...