Quinta-feira, 10 de Setembro de 2015

NÃO FAZ SENTIDO

 

«Os que criticam aqueles que lutam por uma causa são os parasitas da sociedade, os inúteis que, além de não fazerem nada por ninguém, andam no mundo só por ver andar os outros… São uns tristes, uns apoucados, uns pobres diabos…»

(Isabel A. Ferreira)

 

SHUT UP.jpg

 

Há uns dias encontrei várias publicações, tanto de indivíduos como de organizações, a criticarem quem defende os animais: segundo eles, quem defende os animais não se interessa pelas pessoas, os animais são inferiores aos seres humanos e não merecem a ajuda que recebem, mas-que-estupidez-vem-a-ser-esta e sou-tão-bom-a-argumentar-que-preciso-de-insultar. Para ratificar ainda mais a indignação, adicionaram à declaração furiosa uma montagem com duas imagens: a de Aylan Kurdi, a criança síria-curda de três anos que morreu afogada, e a de uma baleia encalhada a ser ajudada por dezenas de pessoas.

 

Primeiramente, preciso de referir como é barbaramente execrável utilizar um registo trágico para criticar uma causa: é uma falta de respeito atroz para com a vítima exposta, visto que estão a aproveitar-se do sucedido para ganhar atenção suficiente e conseguir expor massivamente a sua visão negativa em relação à defesa dos animais. Pelo que eu sei uma causa não prejudica outras, bem como nenhuma causa deve sobrepor-se às outras. As causas não servem para alimentar egos - algo que, infelizmente, não é levado a sério e pode ser perfeitamente visualizado neste tipo de atitudes.

 

Para além disso, quem está a criticar deve conhecer, e muito bem, todos os defensores dos animais deste planeta: é a conclusão que eu tiro, visto que só desta maneira é que pode regurgitar afirmar, com toda a segurança, o que diz em relação aos supracitados.

 

O que vale é que ninguém, mas mesmo ninguém, fica satisfeito quando alguém milita por alguma coisa. Encontra sempre defeitos, torce o nariz, a causa não é nobre o suficiente, mas há coisas mais importantes, e por aí fora.

 

Se luta contra a desflorestação e planta novas árvores é porque não se interessa pelos animais;

 

Se ajuda animais é porque não se importa com as pessoas;

 

Se participa na distribuição de alimentos e roupas para os sem-abrigo é porque despreza as mulheres vítimas de violência doméstica;

 

Se ajuda as mulheres é insensível com as crianças, porque as crianças são mais indefesas do que as mulheres;

 

Se ajuda as crianças é porque esqueceu-se dos órfãos, e esses sim, é que precisam verdadeiramente de atenção;

 

Se vai cuidar de crianças que perderam os pais é porque está a lixar-se para as crianças com cancro;

 

Se visita crianças com cancro é porque deixou a própria família de parte;

 

Se passa algum tempo com a família é porque não quer saber dos outros;

 

Se quer saber dos outros, porque não dá o raio de um rim para alguém que precisa de um para sobreviver;

 

E, francamente, porque diabos deu um rim a um desconhecido quando, sabe-se lá, alguém da sua família poderá futuramente precisar;

 

Isto assim não pode ser;

 

E isto assim também não pode ser;

 

E blá blá blá...

 

Moral da história: preso por ter cão e preso por não ter.

 

Segunda moral da história: nenhuma causa é mais importante do que a outra. Isto não é uma competição para ver quem merece mais a nossa solidariedade.

 

Os animais têm os seus direitos e as suas necessidades, bem como os seres humanos têm os seus direitos e as suas necessidades, e ninguém tem o privilégio divino de dizer o contrário e de menosprezar um, ou outro, ou ambos, só porque possui um determinado juízo de valor.

 

As causas não se movem por esses juízos: movem-se porque há quem sinta compaixão, quem sinta amor e quem se preocupe genuinamente - e quem não compreende e não aceita isso, pura e simplesmente, não empate. Não concorda com a causa, seja ela pelas pessoas, pela natureza ou pelos animais? Então fique sossegado e não arrelie. Vá ler um livro, jogar ping-pong, lavar a loiça, mas deixe de ser troll nas redes sociais e pare de atacar pessoas que não conhece de lado nenhum.

 

É que já não há paciência.

 

Fonte: http://grito-silenciado.blogspot.pt/

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:31

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Quarta-feira, 8 de Abril de 2015

CTT CONFUNDE CONCERTOS DE MÚSICA E ESPECTÁCULOS DE DANÇA COM SELVAJARIA TAUROMÁQUICA (ESCLARECIMENTO)

 

A propósito deste texto, que pode ser consultado no seguinte link:

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/ctt-confunde-concertos-de-musica-e-523139

recebi dois comentários que passarei a transcrever e a responder, à guisa de esclarecimento público

 

CTT.jpg

 

Comentário no post CTT CONFUNDE CONCERTOS DE MÚSICA E ESPECTÁCULOS DE DANÇA COM SELVAJARIA TAUROMÁQUICA

 

Eu não defendo nem acuso, nem sequer tenho posição, contudo e neste contexto creio que tudo não passa de comércio. Senão vejamos, a Senhora parece ter uma posição muito correcta face aos direitos dos animais, devo considerar que a sua roupa não tem ar ...Eu não defendo nem acuso, nem sequer tenho posição, contudo e neste contexto creio que tudo não passa de comércio. Senão vejamos, a Senhora parece ter uma posição muito correcta face aos direitos dos animais, devo considerar que a sua roupa não tem artigos made in China? Que não tem um smartphone? Que não possui mada que possa eventualmente derivar das péssimas condições de trabalho que existem por esse mundo fora em países super-populados e escravos da produção em massa? Devo concluir que neste momento imperfeito, todos incluindo eu, somos egoístas, somos idealistas... contudo o mundo em que vivemos requer um pouco mais de realismo. Infelizmente, e volto a salientar que não defendo touradas ou qualquer outro tipo de manifestação parecida, mas do ponto de vista comercial os CTT como a Fnac, como outro tipo qualquer de bilheteiras está no seu direito COMERCIAL de vender entradas para tal acontecimento. Respeitosamente, Dário Falardo.

Dário Falardo a 7 de Abril 2015, 22:57:57

 

***

Exmo. Senhor Dário Falardo:

 

 

Agradeço este seu comentário, porque me dá a oportunidade de desmistificar ideias fixas e preconcebidas, a propósito do nosso dever cívico de proteger a vida, e de contribuir para uma sociedade evoluída, assente em valores humanos e complacentes.

 

Diz que «não defende nem acusa, nem sequer tem posição», se todos fossem assim, o mundo não avançaria. Os indiferentes são o maior entrave à evolução das sociedades.

 

Diz também que “neste contexto tudo não passa de comércio». De que comércio, Sr. Falardo? O senhor tem a ousadia de considerar “comércio” a tortura de seres vivos praticada por psicopatas, para divertir sádicos?

 

E sim, é verdade. Eu tenho uma postura muito correcta, face ao direito de TODOS os animais: humanos e não humanos. Daí que além de defender os direitos deles, não uso nada “Made in China”. Sou adepta de comprar produtos exclusivamente portugueses.

 


E não, não tenho um smartphone. Por que haveria de ter?

 

E também não compro absolutamente nada que derive das péssimas condições de trabalho que existem por esse mundo fora em países super-populosos e escravos da produção em massa. Por que haveria de comprar, se tenho outras opções?

 

O momento, o mundo, as circunstâncias da vida podem ser imperfeitas, mas todos nós, seres humanos, até porque somos racionais, temos o DEVER de pugnar pela perfeição, e não andar no mundo só por ver andar os outros, e ser indiferente a tudo e a todos os que nos rodeiam.

 

E se o senhor se diz egoísta, saiba que eu não me considero egoísta. Sou bastante altruísta. E também sou IDEALISTA, mas foram sempre os idealistas que fizeram as grandes revoluções no avanço do mundo.

 

Finalmente devo dizer-lhe que nem os CTT, nem a FNAC têm o direito de colocar o vil metal acima da VIDA, ainda que essa vida seja a de Touros e Cavalos, que são seres sencientes e animais como nós.

 

E o que chama “vender entradas para tal acontecimento” significa simplesmente vender entradas para a selvajaria tauromáquica, que é algo que não prestigia nem os CTT, nem a FNAC.

 

E eu, porque não tenho outra opção, de vez em quando, muito de vez em quando, lá tenho de comprar um selo aos CTT, mas para evitar dar lucro a essa empresa, que apoia a tortura de seres vivos, utilizo preferencialmente o e-mail, para me comunicar com o mundo.

 

Quanto à FNAC não compro absolutamente nada, na FNAC, nem a nenhuma empresa que apoie a selvajaria tauromáquica.

 

Se eu não agisse deste modo, que moralidade teria para defender as minhas causas?

 

Com todo o respeito…

 

***

Ana Sofia da Rocha Simões, deixou um comentário ao post CTT CONFUNDE CONCERTOS DE MÚSICA E ESPECTÁCULOS DE DANÇA COM SELVAJARIA TAUROMÁQUICA às 23:04, 2015-04-07.

Comentário:

 

Boa noite, D. Isabel Devo dizer-lhe, enquanto defensora da abolição das touradas e de todas as tradições do género que envolvam animais, que concordo com a seu manifesto incómodo em relação à atitude dos CTT, como posto de venda de bilhetes para esse tão deprimente espetáculo. Também concordo que não devia fazê-lo mas com o que não posso concordar é que tenha exposto num blog, um "sitio" público a que toda a gente tem acesso, o nome da funcionária que lhe respondeu. A Senhora deve saber tão bem quanto eu que os funcionários de empresas como os CTT mais não fazem do que cumprir ordens e nada têm que ver com as decisões da empresa onde trabalham. Por muito indignada que a Senhora tenha ficado com a resposta que lhe foi dada, e com direito, creio que deveria ter-se escusado a mencionar o nome da pessoa que assina a resposta que pode, até, ser tão defensora dos animais como a senhora. O mundo do trabalho não é fácil hoje em dia e com esta atitude, mesmo que inconscientemente, a Senhora pode estar a prejudicar uma pessoa que apenas se limita a fazer o seu trabalho sem que isso signifique que concorde com as medidas da empresa que representa. Boa noite Ana Sofia Simões

 

***

Exma. Senhora D. Ana Sofia da Rocha Simões,

 

Agradeço igualmente este seu comentário, que me dá a oportunidade de esclarecer algo que, ao que parece, não está claro aos olhos dos leitores dos Blogues.

 

O que tornei público foi um comunicado que todas as pessoas que escreveram para os CTT a pedir que não apoiem a selvajaria tauromáquica, receberam também. E está muito divulgado no Facebook. Ora quando tornamos público um pedido como o nosso, é natural que a resposta também seja pública e assinada por quem de direito.

 

Concordo que o nome que deveria constar no comunicado não deveria ser o de uma funcionária, mas o dos responsáveis maiores pelos CTT.

 

Mas as coisas não funcionam assim.

 

Sei perfeitamente que as funcionárias, as secretárias de Suas Excelências não têm qualquer culpa das imoralidades dos seus patrões. Nem isto aqui ficou em causa.

 

Penso que ao publicar o nome de quem assinou o comunicado, não violei regra alguma, nem expus o bom nome da senhora, até porque sabemos que ela apenas se limitou a assinar o “recado” que deveria ter a assinatura dos patrões.

 

E, se reparar, em momento algum, coloquei em cheque a honorabilidade da senhora, dirigindo-me sempre aos CTT, e não à senhora que assinou o comunicado que foi igual para todos, e não só para mim, como são todos os comunicados de empresas.

 

Contudo, qualquer comunicado que tornemos público tem de ter uma assinatura para se tornar credível.

 

Penso que ninguém, que seja minimamente racional, entenderá que o conteúdo do comunicado corresponde ao pensar de quem o assinou.

 

Sabemos que é simplesmente o pensar dos CTT.

 

Sei que o mundo do trabalho não é fácil, mas sei também que ao publicar o comunicado, tal qual nos chegou, não estaremos a prejudicar quem o assinou.

 

Sempre se publicaram os comunicados das instituições com as respectivas assinaturas.

 

Porém, se a senhora que o assinou for prejudicada, de algum modo, agradeço que me comunique, ela própria, para que eu possa tomar as providências necessárias para que não lhe seja atribuída uma culpa que não tem.

 

Muito obrigada.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:30

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