Quinta-feira, 8 de Novembro de 2018

Vital Moreira contra Manuel Alegre e a barbárie tauromáquica

 

No Blogue Causa Nossa, Vital Moreira responde à Carta Aberta que o triste Manuel Alegre escreveu a António Costa, defendendo as touradas, considerando que que «não faz nenhum sentido invocar a liberdade do gosto contra uma prática violenta, cruel, sangrenta e degradante, para satisfação sádica de protagonistas e espectadores, à maneira dos espectáculos circenses da antiga Roma”.

 

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 Origem da imagem: Internet

 

Vital Moreira discorda em absoluto da "carta aberta" de Manuel Alegre, em defesa das touradas e da redução do IVA nos respectivos espectáculos, em primeiro lugar, por não fazer sentido misturar as touradas com a caça, como se fosse a mesma a oposição a uma e a outra ou como se fossem as mesmas razões a motivá-la. A razão básica contra as touradas está no facto de elas serem um espectáculo e consistirem em infligir um suplício prolongado a animais para proveito pessoal dos toureiros e para gáudio público, o que se não verifica na caça, refere Vital Moreira, assinalando que não consta que o gosto pelas touradas integre os direitos fundamentais constitucionalmente protegidos...

 

Para o constitucionalista, tampouco cabe invocar a "tradição", de resto cada vez mais acantonada, desde logo porque ao longo dos tempos a história da civilização e do progresso humano foi, em grande medida, uma luta da razão contra as tradições que exploram os sentimentos e instintos menos louváveis dos homens. Há muitos outros gostos e tradições que o desenvolvimento humano e cultural tornou intoleráveis.

 

Para Vital Moreira, parece inteiramente descabido o argumento de que uma eventual proibição nacional das touradas - que, aliás, não está iminente - seja equivalente a uma "ditadura política do gosto" e um sinal de "totalitarismo" emergente.

 

Nada de mais despropositado!, salienta Vital Moreira, acrescentando: «Que eu saiba, entre os muitos países que consideram as touradas como "barbárie" - como os países escandinavos ou anglo-saxónicos - contam-se alguns dos países mais livres e das democracias mais liberais do mundo!

 

Nunca me impressionou o argumento dos escritores e artistas que manifesta(ra)m o seu apreço pelas touradas. Para além de serem uma pequena minoria, a verdade é que ao longo da história as piores práticas da humanidade sempre encontraram quem as defendesse entre a elite intelectual, desde a escravatura aos tratos cruéis, desumanos ou degradantes, até que o Iluminismo as proscreveu ou tornou insustentáveis. Tenho para mim que dentro de poucas décadas, quando as touradas forem uma má memória na história nacional, os intelectuais que hoje as defendem sejam olhados com a mesma estranheza com que hoje olhamos os defensores pretéritos de outras "tradições" execráveis.

 

E Vital Moreira diz não se surpreender ao ver as touradas defendidas pela direita mais tradicional, porque elas fazem parte integrante da cultura "marialva" que ela privilegiadamente encarna, tendo enormes dificuldades em compreender - afastado o diletantismo político ou intelectual - o que leva alguma esquerda a admirar um espectáculo tão violento e tão sangrento, assente no sofrimento causado a seres vivos indefesos, para gozo público.

 

Por último, o constitucionalista acrescenta que não lhe parece que haja motivo para tão grande alarme público dos amantes da indústria da tortura-de-animais-na-arena-para-gáudio-público e do poderoso lobby económico, político e mediático que a suporta e promove. Afinal, trata-se somente de criar uma pequena diferença de IVA em relação a outros espectáculos. Infelizmente, não se trata de um primeiro passo para abolição das touradas. Para isso, os tempos ainda estão para vir...

 

Fonte:

https://causa-nossa.blogspot.com/2018/11/a-barbarie-tauromaquica-7-contra-manuel.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:21

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Quarta-feira, 18 de Outubro de 2017

Nova Carta Aberta a Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa

 

Por uma Cultura Culta, em Portugal

 

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Exmo. Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

Digníssimo Presidente da República Portuguesa,

 

Foram várias as vezes que ousei escrever a V. Excelência, abordando, publicamente, matérias que, aos meus olhos de cidadã portuguesa, imbuída de juízo crítico, considerei pertinentes, por serem do interesse de Portugal e dos Portugueses. 

 

Aqui estou, uma vez mais, a dirigir-me a V. Excelência, com o mesmo intuito, aproveitando duas circunstâncias actuais, bastante significativas: uma, de enorme júbilo; outra, de enorme tristeza.

 

A de júbilo, alude à atribuição do Prémio Camilo Castelo Branco/2017, à insigne escritora portuguesa, Teolinda Gersão que, há tempos, dirigiu ao Senhor Presidente, as palavras reproduzidas na imagem que ilustra esta carta, e que, já agora, aproveito, para fazer também minhas.

 

A atribuição deste prémio a uma das vozes críticas à imposição, que V. Excelência sabe ser ilegal e inconstitucional, da ortografia brasileira aos Portugueses, nomeadamente às crianças portuguesas, as mais enganadas e prejudicadas com esta atitude incompreensível à luz de todas as razões, além de ser merecida, do ponto de vista literário, pois Teolinda Gersão é uma fabulosa artesã da Língua Portuguesa, constitui uma bofetada bem assente na cara de todos aqueles que, por motivos obscuros, teimam em trocar a qualidade pela quantidade, estando, com isto, a servir de pasto à ignorância, se me permite esta expressão menos erudita.

 

A de tristeza, diz respeito à tragédia dos fogos que consumiram vidas humanas a fauna e flora portuguesas, de um modo brutal, irracional, inconcebível, jamais visto, e que deixou a Europa e o mundo estupefactos. Como é que num país territorialmente tão pequeno, foi possível uma tragédia desta dimensão? Mais um caso único português, para o Guinness World Records.

 

Pois bem, Senhor Presidente da República Portuguesa, foi com grande expectativa que, ontem, aguardei a comunicação de V. Excelência, ao País. Devo confessar que esperava mais do mesmo, como é hábito dos nossos governantes, que não costumam dar-nos nada de novo, muito pelo contrário.

 

Mas ontem, ontem, dia 17 de Outubro de 2017, precisamente quatro meses passados sobre a tragédia de Pedrógão Grande, o senhor surpreendeu Portugal com o discurso mais notável, jamais proferido, por um Presidente da República Portuguesa, um discurso realmente digno de um Presidente da República Portuguesa, no qual demonstrou a força e o poder que um Presidente da República pode e deve ter, quando o País está à beira de se afundar num abismo de incompetências, de jogos de poder, de incapacidades, de um “brincar à política” nunca visto.

 

Ontem, o Senhor Presidente demonstrou ser o Presidente de todos os Portugueses quando, humildemente, pediu desculpas, sem ter culpas, pela tragédia sem precedentes, que se abateu sobre Portugal, atitude que o primeiro-ministro de Portugal não teve.

 

Pela primeira vez, um Presidente da República fez cair um governante que, ao que parece, já teria pedido a demissão, mas não a aceitaram, porque enquanto os “canhões” estivessem virados para o Ministério da Administração Interna, o primeiro-ministro continuaria em segurança.

 

Foi então que eu, e talvez milhares de Portugueses, com o mesmo sentido crítico e cívico, nos apercebemos de que se o Presidente da República quer, o Presidente da República pode, ou seja, ontem, V. Excelência mostrou que tem poder para influir na governação do país, quando ele está desgovernado.

 

Posto isto, e uma vez que Portugal está no mau caminho, no que respeita a outros Ministérios, como por exemplo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (que é mais dos negócios dos estrangeiros, e tem Portugal suspenso por um fio de teia de aranha sob um abismo, no que respeita à Língua Oficial Portuguesa, que o PR tem o dever de defender); o Ministério da Cultura (que não sabe distinguir Cultura Culta de cultura inculta, e anda por aí a apoiar, para vergonha de Portugal, a selvajaria tauromáquica); o Ministério da Educação (que anda a enganar as crianças portuguesas, exigindo-lhes que aprendam uma ortografia que não é a portuguesa), para falar apenas nos que mais disparates têm feito, no que respeita à Língua, à Cultura e ao Ensino, três pilares que sustentam a alma portuguesa, porque nem só de pão vive o homem, venho solicitar ao Senhor Presidente, e tenho certeza, em nome de milhares de Portugueses que, da mesma forma que ontem veio a público, exercer o seu poder, para defender Portugal do descalabro total, e para que não tenha de vir novamente a público pedir perdão aos Portugueses, desta vez, com culpas redobradas, por ter deixado “queimar” a Língua Portuguesa, num fogo tão endoidecido, como o que fez arder mais de uma centena de Portugueses, uma vastíssima área das nossas florestas, incluindo o Pinhal de Leiria, património português, a nossa fauna, morta aos milhares, fábricas, culturas agrícolas, o que tornou Portugal muito mais pobre e negro, venha a público, defender também, com igual força e poder, a Língua Oficial Portuguesa, a Língua Portuguesa, consignada na Constituição da República Portuguesa, e que o Presidente da República Portuguesa tem o supremo dever de defender.

 

Senhor Presidente, V. Excelência sabe como a Língua Portuguesa anda por aí espezinhada, mal escrita, mal falada, mal ensinada. É que, em Portugal, não se escreve nem em Português, nem em acordês, mas sim num vergonhoso mixordês, que é isto mesmo que anda por aí a circular, como língua de uma nação europeia, um daqueles casos únicos, que fez entrar Portugal para o Guinness World Records.

 

Em Portugal, está-se a formar uma geração de semianalfabetos, aqueles que aprenderão os rudimentos da escrita e da leitura, mas nunca serão capazes de escrever, ler e compreender o que lêem, corrente e correctamente, a sua própria língua. Mas estão a aprender a escrever e a ler correctamente o Inglês, o Francês e o Castelhano, por exemplo.

 

E V. Excelência sabe que tenho razão. Basta olhar à volta, na nossa comunicação social (felizmente nem toda), e nos ofícios e mensagens estatais, tudo rabiscado na mais vergonhosa e pobre ortografia.

 

Aguardo, aguardamos todos, que V. Excelência use do poder que ontem demonstrou ter, para recomendar a demissão do MNE, do MC e do ME, porque não estão a servir Portugal, mas tão-só os interesses de grupos económicos obscuros.

 

Com os meus mais respeitosos cumprimentos,

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:50

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Sexta-feira, 14 de Julho de 2017

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALBUFEIRA, A NÓDOA NEGRA DO ALGARVE

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Exmo. Senhor Carlos Eduardo da Silva e Sousa (PSD)

 

Por princípio, a não ser que, por qualquer imperiosa circunstância, a isso seja obrigada, não costumo sujar as solas dos meus sapatos no chão de localidades que têm activa uma arena onde se torturam seres vivos para divertimento de sádicos e de psicopatas, sim, porque é dos sádicos e dos psicopatas deleitarem-se com o sofrimento alheio.

 

Foi o que aconteceu, desta vez. Na passada semana, a força de uma circunstância obrigou-me a pisar o chão de Albufeira, município que consta do rol das localidades portuguesas com um atraso civilizacional considerável, pelo simples facto de manter vivo um costume bárbaro, do tempo em que imperava a mais profunda ignorância: a cruenta actividade a que chamam “corrida de touros”.

 

Não, não é uma cidade bonita. Sim, tem boas praias, como as da Falésia, da Rocha Baixinha, dos Tomates, dos Olhos de Água, do Barranco das Belharucas, entre outras, frequentadas por turistas portugueses e estrangeiros, de um certo nível cultural, que nada tem a ver com a barbárie propagandeada nos cartazes terceiro-mundistas que se encontram no percurso dessas praias, e que causa mal-estar e náuseas a esses turistas.

 

Francamente, senhor Carlos Eduardo da Silva e Sousa (PSD), o senhor acha (porque pensar é para quem sabe) que os turistas que se deslocam a Albufeira estão interessados num divertimento de broncos primitivos que se recusam a evoluir?

 

Quando me vi diante daquele monstruoso edifício que dá pelo nome de “Praça de Toiros” (Bullring, em inglês, para afugentar os estrangeiros) senti-me como se estivesse numa aldeola onde a civilização ficou à porta.

 

É que isto de civilização nada tem a ver com hotéis de luxo, resorts, grandes supermercados, belas praias, campos de golf e outras coisas deste género, que pertencem ao que se denomina progresso, mas progresso nem sempre rima com sucesso.

 

O verdadeiro grau de civilização de determinada sociedade é medido pela forma como trata os seus animais, ou os seus indivíduos mais frágeis.

 

Ora como se sabe, as touradas não têm mais lugar numa sociedade civilizada. O ser humano tem evoluído no sentido de cada vez mais respeitar o sofrimento e a vida dos animais não humanos e, por esse motivo, as touradas têm vindo a ser repudiadas e proibidas em muitas cidades e regiões, nos oito países (entre os 193 que existem no mundo) onde ainda esta selvajaria se pratica.

 

Trata-se de uma actividade bárbara que não serve absolutamente nenhum interesse do ser verdadeiramente humano. Serve apenas obscuros interesses económicos e o sadismo e psicopatia de uma minoria que insiste em sustentar e perpetuar esse “gosto” mórbido, de se entreter à custa do sofrimento de um animal herbívoro, senciente e manso, que nasceu para pastar e conviver tranquilamente com os da sua espécie, em campos verdejantes.

 

A selvajaria tauromáquica promove apenas violência e crueldade gratuitas; deseduca as crianças a quem criminosamente obrigam a assistir a tais práticas selváticas e cruéis, inclusive provocando-lhes traumas para a vida (basta ler os estudos já efectuados que o provam); e representam uma afronta à ciência que já demonstrou e provou sobejamente que os Touros são animais sencientes, racionais e conscientes tal como nós, animais humanos.

 

Para que o senhor Carlos Eduardo da Silva e Sousa (PSD) não diga que não sabia, informo-o de que em Março de 2012, um grupo de neurocientistas de renome internacional, declarou pela Universidade de Cambridge que todos os mamíferos, aves, répteis e outros animais de várias espécies, além de serem sencientes têm também consciência. Isto significa que eles têm plena noção do que se passa à sua volta e que, tal como o animal humano, têm a capacidade de experimentar sofrimento físico e emocional, como dor, tristeza, medo, stress, pânico, mas também alegria, amor e emoção.

 

Sugiro-lhe que leia este artigo onde poderá ler esta declaração:

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/declaracao-de-cambridge-sobre-a-511642

 

Está mais do que provado que, aos olhos da ciência (mas bastaria estar aos olhos de qualquer pessoa civilizada, sensível e compassiva; eu, por exemplo, desde criança que o sei, porque desde criança convivo com animais de muitas espécies) que não existem diferenças fundamentais entre nós, humanos, e os restantes animais não humanos.

 

E quando digo diferenças são as que justifiquem a utilização de animais como objectos de tortura em práticas absurdas e sádicas, para as quais são violentamente retirados do seu habitat, drogados, amedrontados, provocados, feridos, antes, durante e depois da lide, e, os que conseguem resistir, durante vários dias sem tratamento, comida ou água, são mortos cruelmente num qualquer matadouro. E isto é um fim de vida demasiado torturante, inglório e indigno para um animal que os tauricidas dizem “honrar”.

 

Como cidadã portuguesa, senti-me envergonhada em Albufeira, diante de turistas estrangeiros que ali foram ao engano. Albufeira, que poderia comparar-se às mais civilizadas estâncias balneares do mundo, não fossem os cartazes vergonhosos a apelar à crueldade e violência, espalhados pelos percursos das praias, que eu não recomendo aos meus amigos estrangeiros

 

O senhor não tem vergonha de permitir algo tão degradante, cruel e primitivo em pleno século XXI, da era cristã, em Albufeira?

 

Alenta-me saber que já há muitos autarcas e outros políticos dispostos a lutar pelo fim de algo que tem tanto de dispensável quanto de sugador de impostos. É inadmissível que mais de 16 milhões de euros sejam retirados, anualmente, das nossas contribuições e impostos e canalizados para sustentar a selvajaria tauromáquica, em todas as suas cruéis vertentes. Todos sabemos que as touradas têm apresentado prejuízo e caso não fôssemos nós, cidadãos portugueses, a sustentá-la contra a nossa vontade, elas já não teriam lugar em Portugal.

 

Mais de 90% dos portugueses repudia as touradas como qualquer outro evento que se baseie em maltrato de animais, e creio que o senhor presidente da Câmara Municipal de Albufeira, com certeza, gostaria de figurar no rol dos autarcas portugueses mais civilizados e compassivos, de modo a merecer os votos dos seus munícipes mais evoluídos. Cada vez mais a consciência dos portugueses eleva-se e rejeita os autarcas que apoiam estas práticas bárbaras.

 

No próximo ano, gostaria de regressar a uma Albufeira limpa dos cartazes que anunciam esta terrível e venal “arte” de torturar e matar animais em público; que traumatiza as crianças e adultos sensíveis; que agrava o estado dos neuróticos atraídos por estas práticas cruentas; desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura; e provoca asco às pessoas civilizadas.

 

Para que o senhor saiba o que pensam os estrangeiros desta barbárie, sugiro-lhe que veja e ouça este vídeo:

 

 

Esperando o melhor acolhimento desta minha carta, que apenas tem a intenção de contribuir para a evolução de Albufeira, despeço-me com fé e esperança no triunfo da lucidez,

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:32

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Quarta-feira, 21 de Junho de 2017

CARTA ABERTA ÀS AUTORIDADES DE BENAVENTE (SANTARÉM) E ÀS OUTRAS AUTORIDADES PORTUGUESAS…

 

EM BENAVENTE REGREDIR É A PALAVRA DE ORDEM

 

O que se pretende fazer aos Touros, em Benavente, no dia 24 de Junho, dia de São João, é infligir um dos maiores sofrimentos que se pode causar a um animal senciente.

 

Como isto ainda é possível?

É isso que vamos perguntar às autoridades daquela vila portuguesa, parada no tempo, no distrito de Santarém, e a todas as outras autoridades portuguesas que têm a função de fazer cumprir as leis.

 

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- Isto é uma tradição. Fazemo-lo desde o século XVI.

- 500 anos e não evoluímos nem um pouquinho…

 

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Benavente,

Exmo. Senhor Comandante do Posto Territorial de Benavente da Guarda Nacional Republicana,

Exmas. autoridades responsáveis pelo cumprimento das leis em Portugal,

Excelências,

 

Tenho conhecimento de que está prevista uma prática bárbara que dá pelo nome de “Touros de Fogo”, para o dia 22 de Junho, e uma “Picaria de Touros/Picaria à Vara Larga”, no próximo dia 24 de Junho, dia dedicado a São João, um santo católico, e que acontecerão no âmbito de uma “festa” chamada hipocritamente “Festa da Amizade”, que pretende incluir duas actividades que causam a maior repulsa a qualquer ser humano normal.

 

As “picarias” são práticas que não fazem parte das actividades tauromáquicas portuguesas – tanto que não estão sequer consideradas no Regulamento de “Espectáculos” Tauromáquicos – e que consistem na utilização de varas para picar os animais usados nestas práticas bárbaras, supostamente a fim de se poder aferir a “bravura” destes. Em termos de prática tauromáquica, equipara-se à sorte de varas, no sentido em que consiste na utilização de uma vara do mesmo tipo das que são usadas na sorte de varas, provocando aos animais um sofrimento tão grande quanto aquele que lhes é infligido na sorte de varas.

 

Sendo a sorte de varas uma prática proibida pelo artigo 3.º, 3, da Lei n.º 92/95, de 12 de Setembro, com a redacção actualizada pela Lei n.º 19/2002, de 31 de Julho, as “picarias”, por se equipararem a esta prática, estão, por implicação, igualmente proibidas. É um facto que a referida proibição contempla excepções para aquilo que determina, mas, tal como no disposto no artigo 3.º, 4, as excepções só são válidas para os casos em que “sejam de atender tradições locais que se tenham mantido de forma ininterrupta, pelo menos, nos 50 anos anteriores à entrada em vigor” do diploma em causa, o que não é o caso desta “picaria” programada para Benavente (além de que, segundo o mesmo diploma, é a Inspecção Geral das Actividades Culturais que detém “competência exclusiva” para autorizar as excepções, quando preenchidos os requisitos legais para tal).

 

Logo, este evento anunciado para Benavente, não deve ser permitido, pois, a acontecer, infringirá a referida disposição legal.

 

Quanto aos “Touros de Fogo” são cruéis actividades tauromáquicas praticadas apenas em algumas localidades espanholas, civilizacionalmente atrasadas, nomeadamente Valencia, nas quais os touros são presos pelos cornos a postes, sendo-lhes colocados, através de hastes, bolas de alcatrão ou pez, às quais, como material inflamável que são, é pegado fogo. Os touros são depois soltos dos postes, ficando com os cornos a arder durante o período habitual de uma hora – tempo que esta barbaridade costuma durar.

 

Segundo testemunhos de médicos veterinários e especialistas em comportamento animal, o sofrimento físico que os touros experienciam quando os seus cornos ficam a arder é muito grande, quer porque os cornos dos touros são muito sensíveis, quer ainda porque os touros acabam por ficar com os olhos, focinho, boca e língua gravemente queimados, entre outras partes do corpo. A isto acresce o sofrimento psíquico que resulta de estarem nestas circunstâncias, querendo libertar-se do fogo que arde nos seus cornos e não sendo capazes de o fazer.

 

E isto é extramente bárbaro e cruel. Absolutamente desumano.

 

Também sei que, no seguimento de uma providência cautelar requerida pela Associação ANIMAL em 2006, a propósito de uma iniciativa que previa a utilização de “touros de fogo”, a mesma foi impedida por ordem de um Juiz do Tribunal de Santarém. Por isso, é ainda possível travar esta barbaridade.

 

Como é que isto ainda é possível acontecer em pleno ano de 2017, da era cristã?

 

Posto isto, apelo ao bom senso, ao cumprimento das leis, mas sobretudo, à humanidade que julgo existir em Vossas Excelências, e impeçam tais actos bárbaros, inadequados a um povo evoluído.

 

Isabel A. Ferreira

 

Enviada para:

 

ct.str.dcch.pbnv@gnr.pt; carlos.coutinho@cm-benavente.pt,

gp_psd@psd.parlamento.pt, gp_ps@ps.parlamento.pt, gp_pp@pp.parlamento.pt, bloco.esquerda@be.parlamento.pt,gp_pcp@pcp.parlamento.pt, pev.correio@pev.parlamento.pt, comunicacao@pan.com.pt, belem@presidencia.pt,

info@patriarcado-lisboa.pt, ed.portugues@ossrom.va, agencia@ecclesia.pt,ed.portugues@ossrom.va, ap.salesianos.evora@gmail.com, vmredaccao@netcabo.pt, gab.patriarca@patriarcado-lisboa.pt, melicias@netcabo.pt, franciscanosofm@mail.telepac.pt, conv.varatojo@mail.telepac.pt, info@rr.pt, diocese.angra@iol.pt, diocese.evora@gmail.com; ump@netcabo.pt, av@pccs.va,francisco@vatican.va

C/C: info@animal.org.pt

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:57

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Terça-feira, 16 de Maio de 2017

CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO

 

Porque a Cultura Musical é como uma segunda pele: dá-nos sensibilidade e outra dimensão da vida, concordo com esta carta aberta, e espero que o primeiro-ministro de Portugal seja sensível a elas: à carta e à musica. (Isabel A. Ferreira)

 

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Texto de Manuel Tavares

 

O Sr. Primeiro-Ministro veio a público agradecer e enaltecer a vitória do Salvador Sobral. Seria igualmente bom que agora promovesse o que até hoje nenhum governo promoveu, um plano de 20 ou 30 anos para o ensino de música neste país que inclua um verdadeiro "pacto de regime" alargado a todos os partidos, para que Portugal possa ter mais e melhor ensino de música que não esteja sujeito à precariedade ou arbitrariedade deste ou aquele governante.

 

Tenho a certeza de que sabe o salto que a música deu no país nestes últimos 20-30 anos, fruto de um trabalho continuado e duro de docentes e restante comunidade escolar. Um trabalho feito não raras vezes em circunstâncias dramáticas devido à ausência total de uma estratégia nacional para esta área (sei que infelizmente é um mal que acompanha também o ensino no geral).

 

Se começarmos AGORA esta missão talvez daqui a dez anos existam mais locais de trabalho para verdadeiros músicos porque o ensino também serve para isso... formar públicos (porque nem todos se tornam músicos profissionais apesar de gostarem de música) que hoje ainda são escassos por cá, ou melhor, públicos que não gostem apenas das coisas inenarráveis que lhes despejam em cima diariamente (nomeadamente muitos meios de comunicação ... públicos!)

 

Conto-lhe um episódio que se passou comigo há cerca de dez anos na Bélgica. Na praça central de Bruxelas decorria um concerto de música clássica e o público (que enchia a praça) era o mais variado que se possa imaginar, de todas as idades e estilos (desde punks de moicano habituados a um bom "mosh", ao betinho mais atinadinho) mas havia algo em comum a todos eles, estavam calados e com uma concentração que quase me fez chorar.

 

O Sr. Primeiro-Ministro acha que daqui a dez anos será possível algo do género por cá? Ou vamos continuar a deixar o futuro da música entregue ao esforço de meia dúzia? Ou daqui a cinquenta anos alguém voltar a ganhar um concurso musical televisivo chega para ficarmos satisfeitos?

 

Muito obrigado pela sua atenção Sr. Primeiro-Ministro e mãos à obra! Conte para isso com a ajuda de todos os que já vão fazendo das tripas coração pelo ensino e divulgação da (M)úsica.

 

Manuel Tavares

 

Petição para assinar, por favor:

EM DEFESA DO ENSINO DA MÚSICA

https://www.peticao24.com/em_defesa_do_ensino_da_musica

 

Manuel Tavares    Contactar o autor da petição

 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:37

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Quinta-feira, 4 de Agosto de 2016

CARTA ABERTA AO SOCIÓLOGO SOCIALISTA LUÍS CAPUCHA

 

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Senhor sociólogo, professor e aficionado de tortura de Touros,

 

Com que então o senhor sociólogo ficou indignado com o editor do jornal Público que, no passado dia 22 de Julho, escreveu um editorial sob o título “Touradas e clientelas políticas”, tendo este a superior coragem de ali pôr a nu uma verdade que outros órgãos de informação, por serem demasiado servis, tentam esconder, afastando-se, deste modo, da nobre missão de fazer Jornalismo! Teve a coragem de pôr os pontos nos devidos is. Teve a coragem de colocar soda cáustica na chaga aberta que traz Portugal tão civilizacionalmente enfermo.

 

O Jornal Público não precisa de defensor público, nem eu estou aqui nessa qualidade. Estou aqui na qualidade de cidadã livre e leitora de um jornal que admiro por não se vergar a lobbies, e praticar um jornalismo isento e baseado em factos, que facilmente podem ser provados, por serem demasiado óbvios, e não em fantasias para governantes ficarem satisfeitos.

 

Li o editorial em causa e porque nele li a verdade que eu também sei, até partilhei o texto aqui no meu Blogue.

 

Pois não me surpreendi com a indignação injustificada de um socialista aficionado de tauromaquia, natural de Vila Franca de Xira, uma localidade que tresanda a sangue, suor, urina e crueldade tauromáquica, porque quem aqui nasce e cresce nunca evoluirá, a não ser que tenha uma bagagem moral e intelectual superior ao comum dos mortais.

 

Pois fique sabendo, senhor sociólogo, que tudo o que foi dito naquele editorial é a mais pura verdade. É uma verdade muito óbvia, mas que os cegos mentais, porque são demasiado cegos, não vêem, ou se recusam a ver por uma qualquer obscura conveniência.

 

O seu artigo “Em defesa do bom jornalismo e da liberdade cultural” (publicado no Jornal Público a 01/08/2016) fez-me rir, pelo conteúdo, saído de uma mente que ainda vive na Idade das Trevas, e fez-me chorar, pelos erros ortográficos que deu, mostrando uma falta de conhecimento da Língua (Oficial) Portuguesa.

 

Triste. Muito triste.

 

Mas ainda assim, o Jornal Público teve a hombridade de publicar o seu texto, demonstrando uma superioridade que falta a quem acha que o bom jornalismo se baseia no servilismo, e a liberdade cultural, na defesa de valores ignóbeis, assentes em mentiras repetidas há séculos, e que quem não sabe discernir acha que são verdades.

 

O redaCtor (é assim que se escreve esta palavra) do Editorial de 22 de Julho (é com letra maiúscula que se escrevem os meses do ano) do Público não alinhou com argumentos anti-taurinos, coisa nenhuma, senhor sociólogo.

 

O redactor simplesmente limitou-se a constatar um facto, e a dizer o que na realidade todos os portugueses atentos sabem: o lobby tauromáquico está bem instalado na Assembleia da República, representado pela maioria dos deputados da Nação, que se tivessem Honra também teriam Vergonha e não faziam a figura triste que fazem, perante o mundo civilizado.

 

Ficaram mal na fotografia ao defender o indefensável à luz da Racionalidade.

 

Não foi sem reflexão ou justificação que o redactor acusou os partidos que chumbaram os projeCtos (é assim que se escreve esta palavra) do PAN, do BE e do PEV de clientelismo político, pois todos nós sabemos que os partidos que aprovaram a continuidade de usar os impostos dos portugueses para subsidiar a tortura de Touros e Cavalos e encher os bolsos a ganadeiros estão ao serviço dos interesses do lobby tauromáquico.

 

E ter a coragem de dizer isto é fazer bom jornalismo. A direCção (é assim que se escreve esta palavra) do Público está muito bem informada e, sobretudo, é honesta. E os portugueses têm o direito de saber a verdade.

 

Como se atreve um aficionado vila-franquense vir a público dizer que o Público disse falsidades? É que nem sequer foi uma opinião do redactor. Foi a verdade, tal qual ela existe sob o tecto do Palácio de São Bento. Infelizmente, para Portugal.

 

Nenhum de nós tem ideias erradas nos planos moral e ético, quando falamos de tortura de seres sencientes indefesos e da utilização dos impostos dos portugueses nesta prática bárbara, porque a tortura não é nem da Moral, nem da Ética, nem da Evolução. É simplesmente imoral. E nem os impostos dos portugueses devem servir para encher a pança de pançudos.

 

O que lemos no editorial do jornal Público nada tem a ver com opinião. Foi a constatação de factos que aos governantes não convém dizer alto, para não prejudicar a minoria inculta que manda na Assembleia da República e que eles tanto protegem.

 

Mas há quem tenha a coragem de o fazer.

 

E sabe porquê, senhor sociólogo (nem sei como é que se pode ser sociólogo, professor e aficionado de tortura ao mesmo tempo. Ou saberei? É que o Ensino Superior dá “canudos”, mas não dá carácter a ninguém)?

 

Porque nem todos são escravos do poder.

 

O senhor sociólogo diz no seu texto: «Diz-se no referido Editorial que “quando um pouco por toda a parte tendências de comportamento e movimentos cívicos evidenciam uma crescente sensibilização aos direitos dos animais, a Assembleia da República mostra o quanto está distante dessas preocupações e desses avanços civilizacionais”. Estranho civismo este que esquece o mais importante: um pouco por todo o lado o que cresce é a violência, o autoritarismo, o ódio, o terrorismo, a injustiça social e económica, o recuo dos direitos humanos, as agressões ao ambiente. O recuo do humanismo, o avanço da misantropia e a transferência dos afetos (erro de Português – escreve-se afeCtos; "afêtos" é uma coisa inexistente) para com os nossos semelhantes para os afetos para com os animais de companhia não fará parte do ambiente cultural em que vingam todos estes grande problemas humanos?

 

Ora faça-me um favor! É por causa de gente como o senhor sociólogo e de governantes que apoiam a crueldade que o mundo está cheio de violência, de autoritarismo, de ódio, de terrorismo, de injustiça social e económica, de recuo dos direitos humanos, de agressões ao ambiente e de agressões também aos animais não humanos que connosco partilham o Planeta e têm todo o direito a viver nele, porque não é o homem que é a medida de todas as coisas, mas sim a Natureza.

 

O senhor demonstra uma ignorância crassa sobre esta matéria. Aliás não é apenas o senhor sociólogo, mas todos os governantes que apoiam esta actividade extremamente cruel e sanguinária.

 

Mas vou deixar-lhe aqui uns links para que se instrua e não torne a dizer disparates do quilate daqueles que disse, ou a acusar jornalistas bem informados, ou a desfazer nos bem fundamentados projectos do PAN, do BE e do PEV. E principalmente para não morrer ignorante.

 

E não torne a dizer que os aficionados são “pessoas” iguais a nós. Porque não são. Todos nós, que defendemos os animais (obviamente humanos e não humanos e também o Planeta) pertencemos à espécie Homo Sapiens, porque evoluímos.

 

Os aficionados e afins pertencem à espécie Homo Parvus, porque ainda não evoluíram, estando a um nível ainda pré-humano.

 

Sobre esta matéria, aconselho-o a ler o livro «A Hora do Lobo» onde a autora Josefina Maller desenvolve uma teoria inovadora sobre um novo conceito de Humanidade.

 

O senhor sociólogo, professor no ISCTE-IUL, socialista convidado para a comissão do futuro museu da tauromaquia de Vila Franca de Xira (onde ficará patente todo o lixo tauromáquico existente) ficou parado no tempo. Não evoluiu e veio a Público demonstrar uma ignorância que até dói às pedras da calçada portuguesa.

 

Aqui ficam os links para que se instrua, e passe a respeitar os jornalistas que têm a coragem de dizer que em São Bento existe um manifesto clientelismo político. Porque esta é a mais pura verdade.

 

É que nem todos somos parvos, senhor sociólogo...

 

Isabel A. Ferreira

 

***

A VERDADE PERVERSA SOBRE A TORTURA DE TOUROS E CAVALOS, ANTES, DURANTE E DEPOIS DA LIDE

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/484004.html

 

 

«A TOURADA, RAZÃO DA EXISTÊNCIA DO TOURO BRAVO?» OU A QUEDA DE UM MITO

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/98835.html?thread=1885459#t1885459

 

 

HÁ VARIAS RAZÕES PARA SER ANTI-TOURADA

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/148618.html

 

 

«E A TOURADA CONTINUA…»

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/e-a-tourada-continua-662892

 

 

O QUE SEPARA O HOMO SAPIENS DO HOMO PARVUS

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/o-que-separa-o-homo-sapiens-do-homo-654936

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:18

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016

Carta aberta ao senhor presidente da República, doutor Marcelo Rebelo de Sousa

 

MARCELO.png

O ainda Professor Marcelo Rebelo de Sousa e Maurício do Vale, à direita, autor do desvairado apontamento que desprestigia Portugal, a Cultura Portuguesa e o novo Presidente da República

Origem da imagem:

https://protouro.wordpress.com/2016/03/14/se-a-estupidez-matasse/

 

Exmo. Senhor Presidente da República Portuguesa

Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

 

Tive o desprazer de ler, num aficionado e desprestigiado órgão de comunicação social, o seguinte texto, intitulado «Presidente, vá por si», assinado por um amigo de V. Excelência, o também aficionado Maurício do Vale, no qual faz um brinde toureiro, ao novo Presidente da República, como se um brinde toureiro (seja lá o que isto for) seja algo que eleve a condição e o prestígio do representante máximo da Nação Portuguesa.

 

Diz ele:

 

“A Tauromaquia é uma escola de ética e estética. De solidariedade e doutros valores. Respeito e solenidade. Elegância no gesto, rigor e determinação. Sublimando arte, sortilégio de Vida em encontro com a Morte. Brinda-se. Entrega total, aproximando-se de Deus, como dizia o aficionado Padre Teodoro!

 

Hoje e aqui, em arena de esperança, um brinde a quem já nos acentua que valemos muito mais do que pensamos, mensagens de liberdade de pensamento e expressão, abraços de AFECTOS que unem. A Tauromaquia está consigo, feliz pelo seu advento e CARÁCTER de popularidade ilustre, como a Festa de Toiros, baluarte de portuguesismo, como dizia Ramalho Ortigão.

 

Início de tempo novo. Um brinde toureiro: “Senhor Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, vá por si e que o vejamos muitas vezes!”

 

Não posso dizer que fiquei “chocada” com este pequeno (parvo) texto, que diz bem da perturbação mental de que sofrem os que vêem na tortura de seres sencientes, ética e estética, solidariedade, valores, respeito, solenidade, elegância, arte, sortilégio de vida em encontro com a morte, entrega total aproximando-se de Deus (aqui a culpa é dos padres católicos), festa de Touros como baluarte de portuguesismo (nem sequer a ironia de Ortigão foi entendida!).

 

Não fiquei “chocada”, pois é mais do que sabido que o mundo tauromáquico não passa de uma alucinação, onde alienados mentais “vivem” uma mentira propagada desde o tempo das trevas, como se fosse verdade.

 

Nascendo-se, crescendo-se e vivendo-se fechado num mundinho muito limitado, desvirtuado pela ignorância, e onde a evolução nunca teve a oportunidade de entrar, provocando, deste modo, uma estagnação total nas mentalidades, é muito natural que se escreva o que o articulista escreveu, com uma monumental falta de noção do ridículo.

 

Ali, sublima-se a vidinha pequena que se vive, por não se conhecer outros horizontes, outros mundos, outras vivências maiores. E então, naquelas mentes deformadas, a tortura de um ser vivo transforma-se em arte, em estética, em ética, em tudo aquilo de que já ouviram falar, mas que não fazem a mínima ideia do que é.

 

É assim como quando alguém sabendo que é chique usar gravata, enfia na cabeça uma boina velha, calça umas tamancas, veste umas farpelas maiores do que o próprio corpo, amarra ao pescoço a tal gravata que comprou com muito sacrifício, e sai para a rua a pavonear-se como se fosse um lorde.

 

Eu não fiquei “chocada” com o que Maurício do Vale escreveu. Não fiquei.

 

Porém, senti-me fortemente agredida na minha inteligência, na minha condição de cidadã portuguesa, na minha dignidade, em tudo o que aprendi na Universidade que, tal como V. Excelência, tive o privilégio de frequentar.

 

Lá, aprendi os conceitos de Cultura e de Civilização, que V. Exa. poderá (se assim o entender, obviamente) consultar neste link:

 

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/22410.html

 

E foi precisamente neste meu saber que me senti agredida, fustigada, esmagada, como se as palavras do articulista fossem pedregulhos arremessados por uma besta (pronuncia-se bésta) medieval, contra a Humanidade.

 

Senhor Presidente da República, mas estes são aqueles que nunca tiveram a oportunidade de se instruírem, de se cultivarem, de evoluírem. Ou mesmo que tivessem. É mais do que sabido que as licenciaturas, os doutoramentos, ou quaisquer outros graus académicos não conferem dignidade ao ser humano, se este não nasceu predisposto a evoluir.

 

Mas convenhamos… V. Excelência agora é o Presidente da República Portuguesa. Não pode andar por aí na boca do povo, como um aficionadozinho qualquer. Não fica bem ao representante máximo da Nação.

 

Bem sei que V. Excelência já me confessou, em particular, que não é aficionado. Mas as suas atitudes públicas desmentem-no. Talvez tenha de confessar publicamente, a sua não afición, para que os Portugueses tenham a certeza de que o Palácio de Belém não está ocupado por alguém que aplaude e se diverte com a tortura de um ser senciente, tão animal como qualquer um de nós, com as nossas dores, emoções, sentimentos… Tal e qual. Diz a Ciência, e eu confirmo, porque desde criança que convivo com animais não-humanos de várias espécies.

 

Talvez Vossa Excelência tenha de confessar publicamente que não pode brindar com os aficionados o brinde toureiro, que lhe propôs o articulista, e que também não pode ser visto nem muitas nem poucas vezes nesses lugares de tortura animal, porque não é digno de um Presidente da República.

 

Se realmente Vossa Excelência pretende ser o Presidente de todos os Portugueses (apesar de ter sido eleito por pouco mais de dois milhões de eleitores, entre nove milhões) terá de ter em conta o que a esmagadora maioria quer para Portugal, a este respeito, ou seja, a abolição da tauromaquia.

 

Vossa Excelência não pode correr o risco de se ver, aleatoriamente, envolvido nesse mundo com cheiro a mofo, a bosta, a urina, a suor, a sangue, a miséria moral, e imerso em escuridades, que é o mundo da tauromaquia, porque agora Vossa Excelência é o Presidente da República Portuguesa.

 

E tal cargo acarreta uma responsabilidade acrescida no que respeita ao respeito a ter por toda a fauna portuguesa, seja ela humana ou não-humana.

 

Com os meus melhores cumprimentos,

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:23

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Sexta-feira, 8 de Maio de 2015

CARTA ABERTA ÀS AUTORIDADES DE VILA FRANCA DO CAMPO (AÇORES)

 

TOURADA À CORDA12.jpg

 

Pelas tradições locais livres de selvajaria tauromáquica

 

Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo,

Presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca do Campo,

Presidente da Junta de Freguesia de Ponta Garça,

Presidente da Assembleia de Freguesia de Ponta Garça,

 

C/c: Bispo da Diocese dos Açores,

Padre da Paróquia de Ponta Garça,

Presidente da AVIPAA

 

Exmos. Senhores,

 

Tomei conhecimento de que está prevista a realização de uma tourada à corda na freguesia de Ponta Garça, no próximo dia 24 de Maio, promovida pela Irmandade do Espírito Santo dos Aflitos (Boavista), e venho manifestar o meu mais veemente repúdio por esta iniciativa que, além de conspurcar as tradições do concelho de Vila Franca, que se manteve até ao momento livre de eventos degradantes, como são as touradas, conspurca também a acção de uma Irmandade que deveria seguir os preceitos cristãos, e opta por introduzir numa localidade limpa, costumes pagãos primitivos e de má memória.

 

No caso presente a situação é bem mais grave, pois o evento é organizado por uma instituição que irá desviar dinheiro dos ponta-garcenses, que devia ser utilizado em acções de solidariedade social e no são convívio, para alimentar um negócio obscuro, que em nada contribui para educar o povo local para o respeito que todos devemos aos animais não humanos, tanto como aos animais humanos, além de causar sofrimento inútil aos primeiros, e colocar em risco a vida dos que vão assistir a esta diversão completamente irracional e incivilizada.

 

Num concelho que quer ser respeitado pela sua modernidade, pelo seu apego e proximidade aos valores naturais, pelo desenvolvimento do turismo de Natureza e pelo seu cuidado e bem-estar dos animais, não deve existir lugar para este tipo de iniciativas degradantes para animais não humanos e também para os animais humanos, pelo que venho solicitar um acto de contrição por parte dos organizadores de tão indigna iniciativa, e a tomada de medidas para dar cumprimento ao estipulado no Código de Posturas da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo que menciona ser proibidoutilizar animais em touradas”.

 

Com a minha mais veemente indignação,

 

Isabel A. Ferreira

***

Enviem os vossos protestos para:

rcouto@cmvfc.pt, cmartins@cmvfc.pt, jfpontagarca@gmail.com, avipaa.associacao@gmail.com, info@igrejaacores.pt, diocese.angra@iol.pt, amigosdosanimaisvilafranca@gmail.com

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:09

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Terça-feira, 24 de Março de 2015

TEMOS O DEVER DE NOS INDIGNARMOS COM A FALTA DE DIGNIDADE DE CERTOS DEPUTADOS DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

 

Afinal, quem paga os salários dos deputados?

 

É o povo, obviamente.

 

E se há coisa que eu, como povo, não tolero num governante é a falta de dignidade para exercer um cargo que é pago também com o meu dinheiro.

 

De um aficionado vulgar, de um ganadeiro inculto, de um forcado cobarde ou de um torturador estou habituada a receber os comentários mais desprezíveis e obscenos que possam imaginar-se.

 

De um deputado da nação, não é comum, mas aconteceu.

 

E porque considero grave o comportamento deste deputado centrista, tornarei pública a nossa troca de “galhardetes”.

 

CDS PP.jpg

 

Tudo começou quando um deputado do CDS/PP veio a público dizer que se envergonhava de algumas coisas, das quais havia participado na Assembleia da República Portuguesa.

 

Ora, entre essas coisas, não li uma, que envergonha até as pedras da calçada, e que o referido deputado não mencionou.

 

Daí que lhe enviei e tornei pública a seguinte mensagem:

 

Exmo. Senhor deputado,

 

Li esta entrevista de V. Exa. e pasmei:

 

(…)  

Pensei que ia ler que se sente envergonhado TAMBÉM por ter votado em leis que permitem a selvajaria tauromáquica, algo que desqualifica, sem qualquer apelo, um deputado da nação...

 

Mas não.

 

Foi uma desilusão.

 

Deve envergonhar-se de muita, mas muita coisa, em que participou no Parlamento, mas a de ser aficionado da tortura de seres vivos é a mais vil de todas.

 

Tenho vergonha dos políticos que se vergam (sabe-se lá porquê! ou saberemos?) a um lobby inculto, macabro, obscuro, selvático, primitivo, grosseiro, uma minoria desclassificada, para manter uma prática bárbara, digna apenas de broncos.

 

Envergonhe-se disto, em primeiro lugar, senhor deputado. E depois, envergonhe-se de tudo o resto que levou à descredibilização da classe política e dos políticos portugueses.

E acho muito bem que não volte a candidatar-se à Assembleia da República, porque esse órgão do poder tem de ser dignificado, urgentemente.

 

Com a minha mais veemente indignação,

 

Isabel A. Ferreira

 

***

Ora o Exmo. Senhor Deputado, respondeu-me o seguinte:

 

Exma. Senhora,

 

Já me tinham, na verdade, prevenido para que o fanatismo chega a ser uma doença incurável.

 

Desejo as melhoras e que não seja nada de particularmente grave.

 

Cumprimentos,

 

Deputado (…)

 

***

Na verdade, não esperava esta resposta, vinda de um deputado da nação, a alguém que ajuda a pagar-lhe o salário. Até porque (a resposta) está ao nível do mais vulgar aficionado de selvajaria tauromáquica, e não ao de um deputado da nação.

 

Como não admito que alguém, a quem ajudo a pagar o salário, se dirija a mim, nestes termos, contestei:

 

Exmo. Senhor Deputado,

 

A resposta de V. Exa. não me surpreendeu, pois é o vulgar argumento dos que não têm argumentos racionais e lógicos, para defender o indefensável: a tortura de seres vivos para divertir os marialvas que não cortaram o cordão umbilical que os liga aos tempos salazaristas.

 

Estará V. Exa. a falar de si próprio? Saberá como se designa esse "fenómeno" em Psicologia? Transpor para os outros os próprios "defeitos"?

 

Chama-se projecção, ou seja um mecanismo de autodefesa, a acção de expulsar inconscientemente os sentimentos ou desejos individuais considerados totalmente inaceitáveis, ou muito vergonhosos, obscenos e perigosos, atribuindo-os a outra pessoa.

 

Relembro a V. Exa. que não sou eu que vou aplaudir a tortura de Touros para as arenas. Algo imoral, anti-ético, e que pertence ao rol do fanatismo ritualista de um passado muito primitivo.

 

Relembro a V. Exa. que "fanáticos" (que significa apaixonados) são os aficionados da selvajaria tauromáquica, são os terroristas islâmicos, são todos aqueles que fanaticamente pugnam pela barbárie, que os mantém tão cegos que não conseguem raciocinar.

 

Eu não sou fanática dessa barbárie, ao contrário de V. Exa., cujo fanatismo é tanto, que o cega, não deixando lugar para a racionalidade.

 

Disto é que devia envergonhar-se. O nome de V. Exa. ficará para a História como um deputado que pugnou pela tortura de seres vivos, na Assembleia da República. É desse modo que os seus descendentes o lembrarão, numa época em que a selvajaria tauromáquica será tida como uma vergonha da humanidade, tal como o é hoje o Circo Romano.

 

Eu sou apaixonada pela Cultura Culta e abomino a selvajaria, qualquer selvajaria, principalmente vinda de gente que tem cargos públicos e devia pugnar pela dignidade desses cargos e do bom nome do País que serve. Se a isto quiser chamar "fanatismo" esteja à vontade. Não me faz qualquer mossa.

 

Doença, têm os aficionados. Chama-se PSICOPATIA, que está estudada por especialistas, nessa matéria. Alteração de personalidade, porque não é normal, uma pessoa no seu juízo perfeito gostar de ver torturar um ser vivo, e aplaudir o atroz sofrimento dele. Isto não é uma doença incurável para aqueles que se se deixam tratar. Nos outros, nos mais fanáticos, como V. Exa., será um caso perdido.

 

Com esta postura, V. Exa. revela a inconsciência de um conhecimento mais profundo que lhe permita fazer uso do seu intelecto e discernir sobre questões morais, sobre o que é certo e errado em situações que envolvem tortura e sofrimento. Revela grande ausência de carácter na postura confortável que partilha com padrões arcaicos de comportamento institucionalizado na sociedade, demonstrando uma real falta de consciência ética e falta de conhecimentos elementares no que diz respeito ao conhecimento das espécies animais.

 

Espero que a Assembleia da República se livre urgentemente de deputados como V. Exa., que não lhe confere prestígio algum.

 

Nunca, como hoje, esse órgão do poder legislativo, esteve tão desqualificado, por muitos e variados motivos, e mais este.

 

Com os meus cumprimentos,

 

Isabel A. Ferreira  

 

***

 

Ora o senhor deputado, não gostou da minha contestação, e refutou deste modo:

 

Exm.a Senhora,

 

Constato, com profundo pesar, que os meus desejos de melhoras e de que não estivéssemos perante um caso particularmente grave não foram favoravelmente acolhidos pelo destino. Lamento-o.

 

Verifico também que V. Ex.ª usa frases e ideias (se lhes podemos chamar de "ideias") que são vulgares nos que padecem de similar fanatismo, mas, para mais, no seu caso, revestidas de singular vulgaridade.

 

V. Ex.ª não me conhece de parte nenhuma, nem conhece o que penso ou não penso sobre as matérias em que discorre. O seu discurso é de puro ódio e completamente desconexo, nos lugares-comuns que vai bolsando.

 

Verifico ainda que V. Ex.ª dispõe de tempo em excesso, privilégio que usa em modo particularmente anti-social. Esse não é o meu caso.

 

Volto a desejar melhoras. Passe bem.

 

Cumprimentos,

Deputado (…)

 

***

 

Não sou de me vergar, nem perante um Rei, muito menos a um deputado que perde a sua dignidade, ao não respeitar o lugar que ocupa: o de servidor de um País e de um Povo aos quais pertenço.

 

Respondi-lhe à letra, como não podia deixar de ser.

 

Exmo. Senhor Deputado,

 

Francamente! Esperava que eu me vergasse a um comentário tão descortês, como o que me enviou?

 

Saiba que estou habituada a que os aficionados de touradas, mesmo os que não tiveram a oportunidade de frequentar uma universidade, me mimoseiem precisamente com as mesmas palavras que me dirigiu.

 

Estudaram todos pela mesma cartilha na escola primária. Dizem todos o mesmo. Não admira. E continua a projectar em mim, o que V. Exa. é. Não me surpreende.

 

A resposta de V. Exa. corresponde exactamente à ideia que sempre fiz de alguém que vai para a política sem nada saber da Arte Política.

Pois está muito enganado, em tudo o que diz. Nem sequer tem a capacidade de destrinçar o que é a vulgaridade (por exemplo, a resposta descortês que V. Exa. me enviou), de superioridade moral, que é algo que verdadeiramente lhe falta.

 

 

Não conheço V. Exa.?

 

Pessoalmente não conheço, e espero nunca vir a conhecer, porque não é propriamente alguém que me interesse conhecer.

 

Mas não se esqueça que, desafortunadamente, é uma “figura pública” que todos os portugueses (e não só eu) conhecem através dos seus actos pouco elevados na Assembleia da República, pelo que diz nas televisões, e quando aparece nas arenas de tortura de bovinos, a aplaudir a tortura e o sofrimento deles.

 

E há algo mais: V. Exa., tal como o mais vulgar aficionado, não sabe distinguir “ódio” que é um sentimento menor que os aficionados de touradas consagram aos bovinos, para lhe aplaudirem o tormento, de INDIGNAÇÃO. Como é possível, se são dois sentimentos tão diferentes?

 

Quanto ao tempo que disponho em excesso, deve ser igual ao de V. Exa.. Só que o meu é fruto de uma política de desemprego que V. Exa. ajudou a criar. E o de V. Exa. será fruto de um dolce fare niente, inerente ao cargo político que ocupa.

 

Quanto ao termo anti-social, que utiliza, tem a certeza de que ele se aplica à minha pessoa?

 

Olhe que não! Olhe que não!

 

Olhe que não sou eu que vou aplaudir o sofrimento de touros numa arena. E esse é o caso de V. Exa.. Existem provas.

 

E por fim deixo-lhe aqui um desafio, para ver quem deseja a quem as melhoras:

 

Desafio-o a consultar um psiquiatra imparcial, que nos avalie aos dois, psicologicamente. Que avalie os nossos comportamentos. A nossa mente.

 

E terá uma colossal surpresa.

 

Com os meus cumprimentos,

 

Isabel A. Ferreira

 

***

 

Bem… a partir daqui fui bloqueada na “conta” deste deputado, no site da Assembleia da República.

 

O que não me admirou nada.

 

E eu só queria que alguém, que ocupa um cargo do Governo Português, me apresentasse um argumento racional, lógico, ético, culto, evoluído, civilizado, que justificasse a prática da selvajaria tauromáquica em Portugal.

 

Nem o Doutor Paulo Portas, a quem dirigi uma gentil Carta Aberta, ainda não conseguiu enviar-me um só argumento que fosse.

 

E eu já dei a minha palavra de honra que deponho as minhas armas pacíficas (as palavras) no dia em que um governante justifique racionalmente a existência da tortura de seres vivos, para divertir os aficionados desta prática selvagem, que têm assento na Assembleia da República Portuguesa.

 

Será pedir muito?

 

 ***

Pouco tempo depois de ter publicado este texto, recebi este e-mail do senhor deputado visado neste post:

 

Exm.ª Senhora,

 

Informo que não foi bloqueada na minha conta. É, contudo, uma sugestão.

 

A mensagem que recebeu era tão-só um sinal subtil de que se esgotou a minha paciência para a aturar.

 

Em complemento das preocupações que anteriormente já lhe transmiti, acrescento, agora, que dizem a fúria faz bem: estimula a corrente sanguínea. Tenha, todavia, muito cuidado com a tensão arterial.

 

Recomendo-lhe, ainda, que cuide bem da sua dignidade. E do seu tempo também.

 

Passe bem. E por favor deixe de me maçar com as suas obsessões.

 

Cumprimentos,

Deputado (…)

 

***

Bem, por aqui se vê a exiguidade moral e mental deste deputado centrista, a quem o povo português paga o salário, esperando dele uma atitude condizente com o cargo que ocupa.

 

Infelizmente não honra nem dignifica a Assembleia da República Portuguesa.

 

É lamentável. Muito lamentável.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:39

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Terça-feira, 28 de Outubro de 2014

DEPUTADOS EUROPEUS FERNANDO RUAS E SOFIA RIBEIRO EXPLICAM O SEU SENTIDO DE VOTO EM RELAÇÃO AOS SUBSÍDIOS ATRIBUÍDOS A GANADEIROS

 

Explicações que não alteram em nada a imoralidade de se continuar a subsidiar ganadeiros, para que inocentes e indefesos bovinos sejam torturados até à morte, e enriquecer e divertir uma minoria absolutamente inculta

 

TOURO EM SOFRIMENTO.jpg

 

No seguimento da minha Carta Aberta dirigida aos deputados portugueses do Parlamento Europeu, que votaram contra (ou se abstiveram ou simplesmente não votaram) o fim dos subsídios a ganadeiros, para que estes possam continuar a enriquecer à custa da tortura de bovinos e divertir sádicos, conforme consta neste link:

 

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/carta-aberta-aos-deputados-portugueses-481639

 

recebi as seguintes mensagens:

 

«Cara conterrânea, não é verdade que eu tenha votado contra. Abstive-me até em sentido diferente da posição oficial do grupo político que integro.

cump. F. Ruas

 

Enviado do tablet Samsung»

 

***

Sr. Fernando Ruas,

 

A minha carta foi dirigida aos que votaram a favor dos subsídios, aos que se abstiveram, e aos que simplesmente não votaram.

 

Nos documentos oficiais consta que V. Exa. votou a favor de subsidiar ganadeiros para que se continue a torturar seres vivos, para divertir gente que não evoluiu.

 

Limitei-me apenas a transmitir as informações que vieram do Parlamento Europeu.

 

Se não é verdade, terá de tornar pública a posição de V. Exa.

 

Sempre ao dispor,

 

Isabel A. Ferreira

***

«Exmo(a). Senhor(a)

 

Em resposta ao email que me enviou, cumpre-me informar que há uma contra-informação quanto ao meu sentido de voto, não tendo este sido contra a emenda apresentada. A proposta que foi sujeita a votação não introduziria qualquer alteração no que respeita à defesa dos animais,  traduzindo-se numa proposta vazia e populista, que ilude os cidadãos europeus. Não podendo, por esse motivo, votar favoravelmente, também não quis votar contra (tal como o indicava o PPE) para não ficar associada ao que, ainda que de uma forma implícita, se critica, o que justificou a minha abstenção. Por exigir precisão na acção política em todas as áreas de actuação, tive o cuidado de apresentar ao Parlamento Europeu uma declaração que enquadra e justifica o meu sentido de voto, que pode ser consultada em

http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+CRE+20141022+ITEM-005-04+DOC+XML+V0//PT&language=pt&query=INTERV&detail=3-282-000

 

Com os melhores cumprimentos

 

Sofia Ribeiro

***

Exma. Sra. Deputada Sofia Ribeiro,

 

Agradeço a resposta de V. Excelência.

Tornarei pública esta informação, embora não altere a crítica que fiz à postura dos deputados europeus, que viabilizaram a continuidade de subsídios a ganadeiros, para que estes possam enriquecer à custa da tortura de seres vivos e divertir sádicos.

 

Isto é imoral e desumano.

 

Sempre ao dispor,

Isabel A. Ferreira


***
Senhores deputados, vejam aqui a imoralidade do que ajudam a manter:

http://apodrecetuga.blogspot.pt/2012/05/agora-vai-saber-verdadeira-razao-porque.html#.VE_DBbcqWmw

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:34

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