Terça-feira, 25 de Novembro de 2014

Portugal (tal como o Perdigão de Luís de Camões) perdeu a pena, e não há mal que lhe não venha...

 

Nestas últimas semanas, Portugal tem andado na boca do mundo pelos piores motivos: corrupção (activa e passiva), branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal ao mais alto nível.

 

E existe ainda algo que envergonha Portugal e que está envolto num profundo silêncio (e nós gostaríamos de saber porquê), um silêncio que faz parte de uma culpa, talvez, ou de uma desvergonha, mas é algo que existe e é grave, é imoral, é inconstitucional e deve ser também denunciado, e investigado e punido: as ilegalidades cometidas em nome do governo português, no que respeita às actividades tauromáquicas, cujo lobby domina a Assembleia da República Portuguesa.

 

 

Injustiça.jpeg

 

Não, não digam: lá vem esta com a tauromaquia… Lá vem esta misturar alhos com bugalhos…Não, não misturo alhos com bugalhos. Faz tudo parte da mesma "panelinha".

 

Apenas, nestes últimos anos, tenho aprofundado esta questão, e mergulhado a fundo nos labirintos desta “pornografia” que enxovalha Portugal, e existem dados que nos levam a uma e à mesma coisa: corrupção (activa e passiva) neste mundinho pobre e podre que utiliza dinheiros públicos, para que duas dezenas de famílias portuguesas incultas possam usufruir de privilégios que a Cultura Culta não usufrui. E isto é demasiado grave para um país que se quer civilizado.

 

Porquê proteger a tortura, a violência, a crueldade e a violação dos direitos das crianças que frequentam antros para aprenderem a matar por matar, num País cujos políticos se afundam na arte das artimanhas, ainda que alguns, passivamente?

 

Senhoras e senhores que têm na mão o leme dos Poderes Político, Judicial e Policial: chegou o momento de fazer uma profunda reflexão sobre o que está a passar-se no nosso País, aproveitando esta que foi a maior devastação na credibilidade que nos devia merecer os que ocupam cargos públicos e recebem salários oriundos dos impostos que pagamos, para que sirvam Portugal e os Portugueses, e o que fazem? Servem-se ou permitem que se sirvam tão simplesmente a si próprios.

 

O nosso Primeiro-ministro, Dr. Passos Coelho (PSD), a propósito do “deslize” do nosso ex-primeiro-ministro José Sócrates (PS) (quem diria?) disse algo que tem a sua razão de ser: «Os políticos não são todos iguais».

 

Pois não, os políticos não são todos iguais, Dr. Passos Coelho. Concordo plenamente. Os políticos não são todos iguais. Se não vejamos:

 

Os políticos são incompetentes. Mas uns são mais incompetentes do que outros.

 

Os políticos são oportunistas. Mas uns são mais oportunistas do que outros.

 

Os políticos são corruptos. Mas uns são mais corruptos (activos), do que outros (passivos).

 

Tão incompetentes são os que não sabem o que fazem, como aqueles que até sabem fazer mas não fazem, nem se insurgem contra os que não sabem.

 

Tão oportunistas são os que vão para a política para se governarem, como os que vão para a política com a intenção de governar o País, mas nem governam, nem travam as investidas descaradas dos oportunistas que se governam.

 

Tão corruptos são os que se envolvem nos enredos das trafulhices, dos compadrios, do tráfico de influências, da cedência a lobbies obscuros, para disso tirarem proveitos, como os que, tendo conhecimento dessas traficâncias, se remetem ao silêncio, tornando-se cúmplices dessas iniquidades.

 

Não, os políticos não são todos iguais, mas há uma coisa que os torna iguais: o poder pelo poder. E não a vontade legítima de servir o País.

 

E não interessa se eu sou honesto e o outro é desonesto. Isso é lá com ele. Eu não sou desonesto, logo, não posso ser atingido pela desonestidade do outro. Nada mais falso.

 

E então quando se pertence a um Partido Político, ainda mais falso se torna, porque quem cala consente.

 

Não é admissível que, por exemplo, na Assembleia da República, haja políticos “honestos” que, perante a desonestidade dos outros, dentro de um mesmo partido, se calem, e sejam cúmplices dessa desonestidade.

 

Quem é verdadeiramente honesto não compactua com a desonestidade. Nunca. E das duas uma: ou denuncia publicamente essa desonestidade, ou abandona o cargo. Se consente na iniquidade do parceiro político, é seu cúmplice.

 

É assim no âmbito dos crimes de sangue, porque não há-de ser assim no mundo da política?

 

A cumplicidade é uma forma de transgressão.

 

Senhoras e senhores que têm na mão o leme dos Poderes Político, Judicial e Policial, Portugal bateu no fundo. No mais fundo que existe.

BASTA!

 

É preciso recuperar a credibilidade das instituições políticas, judiciais e policiais.

E o momento é este.

 

Aproveite-se o embalo do triste deslize do Engenheiro José Sócrates, ex-Primeiro-ministro de Portugal, e reponha-se os sonhos que o 25 de Abril trouxe aos Portugueses e nunca foram cumpridos.

 

Que todos os que tenham de sentar-se no banco dos réus se sentem. E não apenas alguns.

 

Aproveite-se para “limpar” o País da corrupção que o devora e o põe mal visto no mundo, e já agora acabe-se definitivamente com a legitimidade da tortura, da violência e da crueldade, que também sujam desmedidamente o nome de Portugal e dos Portugueses.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:18

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