Sábado, 10 de Junho de 2023

Evocando o “10 de Junho”, Dia de Camões e da Língua Portuguesa: testemunhos preciosos de aquém e de além-mar sobre a vilania do AO90, imposto a Portugal ilegalmente

 

«Não é dia de celebração.

É dia de denúncia.

Não há polimento possível que retoque o que não tem ponta por onde se lhe pegue. É um exercício fútil tentar ancorar algo no vácuo: a ideia de a ortografia navegar à mercê das ondas do elemento mais indomável, flutuante, contingente, mais variável geográfica, temporal e individualmente que há na língua – a pronúncia, evidentemente.

Revogue-se o «Acordo».

Manuel Matos Monteiro

 ***

Penso que a melhor maneira de evocarmos o “10 de Junho”, Dia de Camões e da Língua Portuguesa, de Portugal e dos Portugueses, é expor ao mundo exemplos da RESISTÊNCIA que está em curso, e que é um bom exemplo de que em Portugal ainda temos gente suficientemente corajosa para lutar pelo seu património linguístico, desprezado por quem tem o dever constitucional de o defender. 

 

Dia de Camões.png

 

A actual sociedade portuguesa é composta por quatro grupos de pessoas: os que mandam; os que obedecem; os que se resignam; e os que resistem, insistem e persistem. E será este último grupo que expulsará os vendilhões da Língua Portuguesa e que devolverá a Portugal a sua Identidade Linguística.

 

Os governantes portugueses têm de ser pulverizados com as verdades irrefutáveis sobre a inutilidade do AO90, e que não há como rebater, até que compreendam que estão a ser os algozes da Língua Portuguesa, e é como algozes que ficarão para a História se nada fizerem para anular o inconcebível e ilegal acordo que está a esvaziar a Língua Portuguesa da sua individualidade.

A Identidade portuguesa, tal como a identidade de todos os países livres do mundo, é a Língua, muito mais do que o território. A Língua de um Povo é a coluna vertebral da sua Identidade, citação de Jacques Attali, economista e escritor frncês.

 

Não saberão os governantes portugueses desta verdade tão óbvia, tão óbvia, que até uma criança consegue avaliar?


Os textos seleccionados para evocar este “Dia de Camões e da Língua Portuguesa”  foram-me enviados no âmbito do  APELO que um Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses aos quais já se juntaram Brasileiros, enviou ao Presidente da República, e vai continuar a enviar até que o AO90 seja eliminado do território português. As palavras destes cidadãos dizem do estado d’alma de quem sofre, ao ver que não temos, em Portugal, governantes que defendam, como é do seu dever constitucional, a nossa Identidade, com quase mil anos de história, assente na nossa Língua, com mais de 800 anos de existência.

 

***

Este texto evocativo do Dia de Camões e da Língua Portuguesa vai ser enviado ao Presidente da República, ao governo e aos Deputados da nossa pobre Nação, que tem a infelicidade de estar a ser invadida por uma gigantesca onda de ignorância, sem precedentes, em toda a existência do Reino, do Império, da República, da Ditadura e da actual pseudo-democracia de Portugal.

Evoquemos a NOSSA Língua Portuguesa, com palavras de profundo repúdio pela vil tentativa de, através da imposição ILEGAL do AO90, destruir o NOSSO Património Linguístico, aquele que, mais do que o território, constitui a coluna vertebral da nossa identidade.

 

Isabel A. Ferreira

***

Textos de subscritores do APELO:

 

«Concordo em absoluto que reúna num texto as contribuições dos subscritores e o publique no seu Blog a enviar para o PR, que neste momento só vê Lulas e mais Lulas. Por isso, é bom deixar passar a febre da lulice aguda e logo, logo a seguir ao 25 de Abril , enviar de novo para o PR  e agora via CTT o APELO e a nova lista de subscritores que, felizmente, continuam a chegar.


Não podemos desistir. A razão está do nosso lado e a força bruta está do lado contrário. É urgente, inclusive, enviar o seu Blog, como sempre o tem feito, para todos os continentes onde há portugueses e que muitos possam dar a sua contribuição nesta justa luta.  Há, certamente, milhões espalhados um pouco por todo o mundo que abominam o infame AO90 e não o utilizam, porque é irracional, confuso, facilitista, absurdo, tendo nascido no meio de sombras sinistras, lobbies, jogos de poder inacreditáveis. Aliás, a história do infame está por fazer e não serão os que o pariram e o impuseram ao país de forma totalitária que terão alguma vez discernimento e capacidade para escrever tal história. Esta tem de ser escrita. E já vai bem longa. Estou neste momento a lembrar-me, por exemplo, do trabalho gigantesco que a Isabel teve em reunir especialistas na matéria, juristas, psicólogos, jornalistas, historiadores, para enviar o resultado do trabalho para a UNESCO, repudiando o infame AO. Era bom tornar pública também a resposta desta organização que talvez tenha tido alguma credibilidade num tempo passado, mas que actualmente deixa muito a desejar...

[A resposta da UNESCO foi curta, grossa e dúbia, então, pedimos que nos esclarecesse, pois o que nos disseram não tinha pés nem cabeça, nem sequer era atingível, para podermos esclarecer os Portugueses. Até hoje estamos à espera da resposta – I.A.F.]. 

A desobediência civil é a arma mais poderosa que temos ao nosso dispor. Basta de medos. São estes que agradam à força bruta, ao totalitarismo e não à razão e à inteligência humanas.

 É a obediência dos povos que alimenta a tirania dos governos (Agostinho da Silva). As obras deste grande filósofo português deviam ser inseridas nos currículos durante toda a escolaridade obrigatória. Talvez a sociedade portuguesa acordasse do marasmo em que foi obrigada a mergulhar ao longo de dezenas de anos de sucessivos desvarios governamentais e atentados contra a Cultura Portuguesa. 

Saudações anti-acordistas SEMPER

 Idalete Giga (livre-pensadora)» 

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Olá,

O meu nome é António Miguel Pinto dos Santos.

Sou cidadão português, nascido e criado, mas no momento vivo em Londres há já 9 anos, neste momento trabalho como gerente de restaurante.

Adoro literatura sempre gostei de ler e não acredito no que está a acontecer em Portugal. 

Já partilhei os factos com amigos daqui e ninguém acredita que um governo tenha a coragem de destruir a nossa identidade e a nossa herança cultural e literária para benefícios económicos. Nunca na vida passaria pela cabeça de um político inglês mudar a forma de escrever e consequente a forma de falar dos cidadãos para poderem beneficiar financeiramente de pressupostas vendas aos Estados Unidos.

Eu até nem acredito que algum dia as empresas portuguesas claramente os média vão vender alguma coisa ao Brasil que já não vendam agora.

Até porque teriam primeiramente de ensinar à população brasileira a apreciar a nossa cultura.

Os portugueses não se manifestam, são uns acomodados eu sempre que posso subscrevo apoios e partilho campanhas a promover o fim do AO90, mas não me parece que as pessoas tenham interesse em proteger a nossa cultura.

No Reino Unido existe uma biblioteca e um teatro em cada esquina. Na cidade do Porto de onde sou existem duas bibliotecas.

Desculpe o desabafo, não acredito como os portugueses não se sentem incomodados com a situação que eu vejo como maquiavélica, vil, como se pode reinar com tanta ignorância no século XXI. O enriquecimento financeiro acima de tudo.

Temos um nível muito baixo de educação e de cultura quando comparado sobretudo com os países do norte da Europa.

Parabéns pelo trabalho muita força e não desista eu acredito que se nós não conseguirmos as próximas gerações vão corrigir os erros cometidos hoje é o que se observa nos países mais avançados as gerações com nível mais elevado de educação entendem a importância de proteger a sua identidade a sua cultura e respeitar os antepassados. 

Tudo de bom e muita esperança.

 António

*** 

«Tudo quanto seja para anular o absurdo e o caótico "acordo ortográfico", é de insistir. O gang que se apoderou e o vendeu a interesses inexplicáveis, estão pela exaustão a levar a água ao seu moinho. O primeiro-ministro ao dizer publicamente "temos pena de não falarmos com o vosso sotaque", espelha o ideal em como a ilegalidade germina nas mentes traidoras. O "temos" refere-se a nós, portugueses, o que por mim, não tem o aval para o dizer. Quanto ao sr. Presidente da República se dedicasse mais atenção (sendo um homem das letras) pelo cargo que ocupa, não pode alegar desconhecimento do estado actual da Língua Portuguesa e em como tem sido aviltada. É imperioso que seja abanado, para acordar.»       

Pedro Jorge Carvalho

 

***

«Prezada Dr.ª Ana Sousa Dias [Provedora do TelespeCtador]

Nós sabemos que houve um governo que ordenou que órgãos dele dependentes passassem a usar o AO90 mesmo antes de o seu uso ser obrigatório.

 Devido a sabe-se lá quais pressões, firmas privadas também aderiram.

 Tudo isto é triste, embora haja muita gente, como eu, que se insurge contra a falta de lógica e aberrações nessa mixórdia (expectável e expetativa é um exemplo gritante).

 Ora eu sou espectador do Jornal Nacional da Rede Globo brasileira, e assim sou testemunha de factos enervantes e humilhantes.

 Jornalistas brasileiros adquiriram o hábito (vindo do brasileiro comum) de dizer um 'i' que não existe entre duas consoantes. Exemplos há muitos, mas bastava ter assistido ao discurso do Presidente Lula para ter ouvido um "ábisurdu".

Esse vício, essa deturpação do Português num país que não aprovou o Acordo, deveria ser suficiente para que o uso dele fosse considerado como uma subserviência a quem deveria aprender a falar aquilo que é a língua oficial do país.

 Ainda pior que essa inserção oral duma letra que não existe é o seguinte:

 Enquanto a RTP (e outros órgãos) escreveria agora "detetada", ouvi uma jornalista da Globo dizer "dêtêquitáda"!

 Isto prova que no Brasil continuam a escrever propriamente "detectada" (mas deturpando a pronúncia), enquanto os palermas dos portugueses escrevem (e até dizem!) da maneira que pensam ser brasileira...

 Isto enquanto um PM é suficientemente tonto para dizer o que disse sobre o sotaque brasileiro (falando pelo povo!) e um PR que acha graça a tentar imitar brasileiro, o que fez Chico Buarque ficar de boca aberta, espantado com a insanidade...

 Onde quero eu chegar?

Que até morrer vou continuar desgostado com o país onde cresci, mas que agora acho que não presta...

Escrever acordês, nunca, jamais!

Cumprimentos cordiais,

C. Coimbra (Toronto - Canadá)»

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«A Língua de Portugal, que aqui nasceu e aqui vive há séculos, é nossa! Cabe-nos a nós, portugueses, respeitá-la, conhecê-la, 'vivê-la' e transmiti-la aos nossos descendentes, na sua integridade, sem a adulterarmos ao sabor da ignorância e da prepotência políticas. Os povos a quem a deixámos, fruto da nossa História comum, são livres de a usarem e dela cuidarem como entenderem. 

Nós não demos aos políticos, que temos vindo a eleger, o direito de se apoderarem da Língua de Portugal, para com ela negociarem e lhe imporem o linguisticamente indefensável Acordo Ortográfico de 1990 (AO90), que a desfigura e está a destruí-la, como se pode verificar todos os dias!

 Felizmente há portugueses que não se calam e clamam bem alto o seu amor à nossa língua e a imperiosa necessidade de abolir, de vez, o vergonhoso AO90 - deixo-vos com uma intervenção vibrante e firme, em defesa da língua de Portugal. Vejam e ouçam este vídeo:

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/em-luta-pela-lingua-portuguesa-nao-ao-431104

Maria José Abranches

 

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«O nosso maior tesouro

Nunca é demais realçar que a Língua é um dos instrumentos fundamentais da identidade de um povo. Cada vez mais os jovens comunicam através de interjeições, estrangeirismos vários ou distorções gramaticais. O próprio acordo ortográfico tem revelado várias incongruências e insuficiências. Para além de ser tecnicamente insustentável e juridicamente inválido, é politicamente inepto e materialmente impraticável. Para além de não ter cumprido os objectivos primordiais de unificar e simplificar a língua portuguesa entre os Estados onde é língua oficial, bem como as disfunções linguísticas e jurídicas e até inconstitucionalidades que enferma.

A valorização e enriquecimento da língua é vital para o desenvolvimento e memória de um povo. Importa envolver as comunidades académica, literária e científica, todos os que trabalham com a Língua Portuguesa, com vista à definição de princípios e objectivos gerais que conduzam à dignificação, valorização e enobrecimento da Língua Portuguesa.»  

Alfredo Fernandes  

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«Olá, Isabel.

 O meu nome é Cláudia Maria Raposo Coiteiro e este é o meu email de contacto. Sou Socióloga de formação e exerço as profissões de Formadora, Consultora e Coach. Há 8 anos que vivo em Luanda e felizmente cá não existe essa coisa do ‘aborto ortográfico’.

 Força! Esta iniciativa [o APELO ao PR] é muito importante para se tentar repor as coisas no lugar certo.

 Muito obrigada.»

***

«Penso que Angola é o último reduto da Língua Portuguesa, e quem aí está, não tem de levar com a gradual degradação da Língua, que mete dó até às pedras da calçada portuguesa. Os que dizem que "não vale a pena" nunca fizeram avançar o mundo. Por vezes, basta UM dizer que vale a pena, para que o mundo dê um passo em frente.

Os NINS também nunca fizeram avançar o mundo. São zombies que andam por aí, à deriva, impedindo uma evolução mais acelerada.  

 Isabel A. Ferreira

***

«Quero só contribuir com duas notas:

1 - Esta primeira nota é meramente uma opinião pessoal. Tal como já o tinha comentado num contacto inicial com a Isabel, embora sobre argumentos contra o AO90, sou mais apologista de recorrermos aos argumentos que nenhum acordista pode rebater – a saber, todos os constrangimentos linguísticos que antes não havia e agora há (como as múltiplas grafias que passaram a existir onde antes só havia duas, por exemplo); todas as arbitrariedades e inconsistências do AO90 (em coisas que antes estavam bem definidas); a ilegalidade da implementação do AO90; a falácia da maior projecção da língua de Portugal na comunidade internacional; a falácia da maior facilidade de publicar autores portugueses no Brasil; e muitas outras que correspondem a factos registados em várias fontes. Existem inúmeros sites anti-acordistas que fizeram levantamentos destas e outras razões para se revogar o AO90, justificando-as de forma inequívoca e inegável.

Entendo perfeitamente que haja alguns de nós que se sintam ofendidos no seu patriotismo com esta questão mas, se já vimos que quem defende esta patranha se está bem nas tintas para o respeito pela Língua, querermos apelar ao brio que possam ter por Camões, Pessoa, Eça ou outros dos nossos grandes autores, vai cair no vazio.
Não quero com isto minimizar a importância que dão ao assunto, apenas me parece que é uma questão mais facilmente rebatível e "relativizável" do que os factos que possamos apresentar (e que são muitos).

2 -  Esta nota é para dar conta de outros tipos de resistência que podemos aplicar.

 Sou tradutor de profissão e, sempre que tenho clientes novos, NUNCA escrevo com AO90, nem mesmo nos testes de tradução que me pedem (quando se trata de agências).

 Apenas uso AO90 quando me dizem que é a norma que seguem e, nessa situação, explico que, sendo eu contra (e explicando que o sou pelos constrangimentos linguísticos que acarreta), seguirei a norma, mas que SEMPRE, em situações em que haja dupla grafia, adoptarei a do AO45 e, sempre que posso, fujo como o Diabo da Cruz de usar anormalidades como "pára" sem acento ou "veem".

 As agências portuguesas, por ignorância ou preguiça, já quase todas seguem o AO (e sei que, por exemplo, as legendagens para a RTP têm mesmo de seguir o AO90).

Acontece que, recentemente, obtive um cliente novo estrangeiro que, após o teste, me corrigiu "reflecte" para "reflete". Expliquei-lhe o porquê da minha opção ortográfica, que o AO90 dificultava a compreensão do texto, que, além do mais, era ilegal e que, em boa consciência, não podia como profissional da língua recomendar o seu uso. Fiquei agradavelmente surpreendido quando me disseram que desconheciam essa situação e confiaram no meu juízo.

Além de ter sido um bálsamo para os olhos poder traduzir conteúdos em Português correcto e LEGAL, serviu para perceber que muita gente só adopta o AO90 porque DESCONHECE que não deve, nem tem de o fazer.
Foi um pequeno gesto de luta "passiva", mas que se for repetido noutras áreas, contribuirá para manter a luta viva, até que o malfadado AO90 seja enterrado de vez.»

Bruno Afonso

 

***

«Apenas a talho de foice, concordo que para além da resistência activa, também a resistência passiva é importante.

Até 2021 (desde 1975) leccionei na Universidade de Lisboa (ISEG) e nunca apliquei o novo (mas mau e inútil) Acordo, quer nos textos pedagógicos que eram distribuídos aos alunos, e que constituíam textos de apoio às disciplinas, quer nos enunciados dos exames e outros documentos.

Também registo que nunca fui admoestado, nem objecto de reparos, por ninguém, incluindo, naturalmente, os diversos órgãos de gestão, científicos e pedagógicos da Escola.

 O único que me "admoesta" é o corrector do meu I_Phone, mas não lhe obedeço.»

 Manuel Ramalhete

 

***

«Fui professora de Português e Francês e sou contra o AO90 desde que ele foi publicado no Diário da República. Cheguei a ir ouvir Malaca Casteleiro, a quem perguntei publicamente se as nossas crianças e jovens tinham algum atraso mental, uma vez que ingleses, alemães, franceses, italianos e outros conseguiam aprender ortografias muito mais complexas do que a nossa. Reformada desde Janeiro de 2006, a minha luta no ensino deixou de ser possível. Em 2008, ainda tentei alertar a Associação de Professores de Português (APP) e a FENPROF, em que estava sindicalizada, para a necessidade de promoverem um debate a nível nacional sobre esta questão: não serviu de nada! E não posso entender que os professores aceitem passivamente colaborar na 'vandalização' do Português!»

Maria José Abranches Gonçalves dos Santos

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«Cada qual resiste como pode. Eu por exemplo redijo documentos oficiais, entre eles convocatórias, actas, sumários, propostas, etc., em Português correcto. Quando me vêm com a história dos erros, simplesmente ignoro e faço como quero.

 É continuarmos. Água mole em pedra dura... (mas atenção: do outro lado, a água mole em pedra dura também se aplica. Sobretudo se começarmos a dispersar)».

Alexandre Figueiredo

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«Desmontar toda a teia desde o inicio, que segundo li de 27 pareceres duma comissão que analisou a proposta inicial para um pseudo-acordo ortográfico, recebeu 25 negativos e somente dois positivos, sendo um deles de Malaca Casteleiro um dos cozinheiros do festim. Bastava isto para saber como, quem e porquê se continuou o aviltamento já planeado, que é a imposição do dialecto brasileiro como o português instalado de pedra e cal. A traição à cultura portuguesa, à riqueza da nossa ortografia está cada vez mais espelhada na educação escolar, na imprensa, nas TVs e a ter o efeito de dominó nas redes sociais e na Google que começa a estar/está manipulada sem freio, o corrector automático é uma prova disso.»

 Pedro Jorge Carvalho

 

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 «PARABÉNS!

 

Tendo alguém como a Isabel, a lutar como defensora da Língua Portuguesa tal como eu a aprendi, e tão patriota como eu na oposição à bandalheira de uns quantos "intelectuais" e políticos que não bastando estar a afundar Portugal outrora Glorioso, procuram também mutilar a Língua de Camões, desde que com isso se possam considerar aquilo que não são nem virão a ser o que possam ter sonhado, e perdoados pelo crime da traição à Pátria, que é a Nossa Verdadeira Língua, faz-me sentir orgulhosamente mais português.

Não serei eu que não tendo literacia e menos ainda aptidão para escrever, que deixarei também de lutar contra os Vilões que a eles querem que nos associemos.

Tenho quase 85 anos, e mais de metade da minha vivência fora de Portugal, mas nunca abdiquei de ser fiel aos meus dignos antepassados, procurando manter a minha nacionalidade original e defender a integridade, a honra e o nome da Nação que me viu nascer, embora por ela tivesse sido rejeitado, tendo como "castigo" emigrado e encontrado para mim e minha família, uma vida cheia de sucesso, apreço e reconhecimento.

Com um cordial e patriótico abraço,

De Sydney -- Austrália,

Manuel da Costa»

 

[Apenas os apátridas NÃO são patriotas, Manuel da Costa – Isabel A. Ferreira]

***
Devido à lista de nomes já ser demasiado longa, o Blogue não comporta a extensão do texto, de modo que publicarei a lista numa publicação à parte e apensarei aqui o link:

Lista actualizada dos nomes dos subscritores do APELO a reenviar ao Presidente da República, juntamente com esta Evocação do Dia 10 de Junho

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:24

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Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2023

PAN quer proibição de corridas de cães

 

Em comunicado à imprensa, o PAN Pessoas-Animais-Natureza informou que deu entrada de uma iniciativa que introduz a proibição em Portugal de eventos que promovam corridas de cães, independentemente da sua raça, com fins competitivos e/ou recreativos.

 

Corridas de cães.PNG

A morte é o destino para os cães de corrida que já não servem para a função. Alguns são abandonados e deixados a morrer lentamente.   

 

Em causa está o fim de corridas de cães, entendidas como todo e qualquer evento que envolva a instigação à corrida de canídeos em pistas, amadoras ou profissionais, instalações, terrenos ou outros tipos de espaço, públicos ou privados, com fins competitivos e/ou recreativos. “Apesar de Portugal reconhecer um estatuto jurídico próprio dos animais em geral e contar com legislação de protecção penal para os animais de companhia, tem-se verificado que continuam a aparecer ou a persistir actividades como as corridas cães, particularmente de galgos, as quais perpetuam a exploração dos animais, sujeitam-nos a treinos particularmente difíceis, bem como ao abandono e a condições de vida indignas”, afirma a porta-voz e deputada do PAN, Inês de Sousa Real.

 

No entender do PAN, as corridas organizadas de cães contrariam os princípios estabelecidos pela Lei de Protecção aos Animais, que estabelece a proibição de todas as violências injustificadas contra animais, tais como exigir a um animal esforços ou actuações que, em virtude da sua condição, ele seja obviamente incapaz de realizar ou que estejam obviamente para além das suas possibilidades; utilizar animais para fins de treino, exibições ou actividades semelhantes, na medida em que daí resultem para eles dor ou sofrimentos consideráveis ou utilizar animais em treinos particularmente difíceis ou em experiências ou divertimentos consistentes em confrontar mortalmente animais uns contra os outros.

 

O PAN pretende ainda com esta iniciativa que quem promova, por qualquer forma, corridas de cães, nomeadamente através da organização de eventos, divulgação, venda de bilhetes, fornecimento de instalações, prestação de auxílio material ou qualquer outra actividade dirigida à sua realização, seja punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa, bem como que quem participe com animais em corridas de cães, seja punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa.

 

De acordo com os dados disponíveis, persistem apenas corridas de galgos em 28 países em todo o mundo. Destes, apenas sete têm pistas profissionais como são os casos da Austrália, Irlanda, Macau, México, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. Os restantes 21, em que se inclui Portugal, têm pistas amadoras. Segundo a organização Grey 2K USA Worldwide, existem seis pistas em Portugal.

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:12

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Sexta-feira, 9 de Setembro de 2022

A Rainha Elisabeth II morreu. O Povo britânico chora. E não choramos por quem não merece as nossas lágrimas, nem o mundo homenageia tiranos ou governantes sem Sentido de Estado

 

In Memoriam Elisabeth II , Queen of the United Kingdom.

 

Morreu ontem, 08 de Setembro de 2022, no Castelo de Balmoral (Escócia), aos 96 anos, A RAINHA que durante 70 anos serviu o seu Povo, conforme o prometido, aquando do Juramento da Coroação, durasse o tempo que durasse o seu reinado.

 

Aquando da primeira visita de Elisabeth II a Portugal, em 18 de Fevereiro de 1957, dia em que a minha Mãe celebrava os seus 33 anos, estávamos em Lisboa, e vi o rosto da Rainha, pela primeira vez, a passar num carro preto, e a acenar ao Povo, e a imagem que vi, naquele dia, deslumbrou-me, e até hoje a retenho na memória, porque olhei para a Rainha e depois para a minha Mãe e as semelhanças eram tantas, que me pareceu que era a minha Mãe que ia dentro daquele carro.

 

Desde esse dia, todas as vezes que eu via a imagem da Rainha, na televisão, via a minha Mãe. Quando a perdi, e olhando agora para as reportagens da Rainha quando jovem, revejo nela a minha Mãe. E perdê-la, hoje, foi como perder a minha Mãe duas vezes.

 

Quenn Elisabeth II.jpg

Fonte da imagem: https://www.bbc.com/news/uk-61585886

 

A Rainha subiu ao trono com 25 anos de idade, depois da morte de Jorge VI, seu pai, em 06 de Fevereiro de 1952, mas só foi proclamada rainha do Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Paquistão e Ceilão (hoje Sri Lanka), em 08 de Fevereiro, desse mesmo ano.  

 

A coroação só ocorreu em 02 de Junho de 1953, na Abadia de Westminster, em Londres, devido à tradição de guardar o luto, pela morte do monarca anterior.

 

Coroação de Isabel II - 1.png

 

A Rainha Elisabeth II, no dia da sua coroação, com Philip, Duque de Edinburgh, nascido Fhilip da Grécia e Dinamarca, marido da rainha e Príncipe Consorte do Reino Unido, da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e dos reinos da Comunidade das Nações de 1952 até sua morte em 09 de Abril de 2021, no Castelo de Windsor, no Reino Unido

Fonte da imagem: http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/417937?tp=KM&w=620

 

Foram 70 anos de um reinado exercido com dignidade, com sobriedade e com um Sentido de Estado irrepreensível, algo que, geralmente, não vemos em quem jura defender as Constituições das Repúblicas e servir os países e os Povos que dizem representar, e, depois, já com as rédeas do Poder na mão, dão o dito pelo não dito, e o que juraram é simplesmente ignorado, como se nunca tivesse sido jurado. A isto chama-se NÃO ter dignidade nem Sentido de Estado, e ser-se aldrabão. Conheço alguns.


A Rainha Elizabeth II tinha defeitos? Tinha. (*)

 

Elizabeth Alexandra Mary nasceu em 21 de Abril de 1926, em Londres, na residência do duque e da duquesa de York, os futuros rei George VI e rainha Elizabeth.  

 

Em 12 de Dezembro de 1936, Elisabeth (II), ainda menina, torna-se herdeira da coroa britânica, quando o seu pai chega ao trono depois da abdicação do seu tio Eduardo VIII, que renunciou ao trono para casar com Wallis Simpson, norte-americana e divorciada, o que o impedia de continuar a ser Rei.

 

O seu primeiro compromisso público, ainda como princesa, ocorreu no dia em que completou 16 anos, quando passou revista à guarda no Castelo de Windsor, em 21 de Abril de 1942.  

 

Casamento de Isabel II - 1.png

Rainha Elizabeth II, no seu casamento com o príncipe Philip (Foto: Getty Images)

 

Em 20 de Novembro de 1947, Elisabeth casa-se com o príncipe Fhilip da Grécia e Dinamarca, que abdica desses títulos, para poder casar-se.

 

O nascimento do primeiro filho do casal, o príncipe Charles, herdeiro ao trono, ocorre em 14 de Novembro de 1948. Do casal nascerão mais três filhos: Anne, Princesa Real (1950); Príncipe Andrew, Duque de York (1960), e Príncipe Edward, Conde de Wessex (1964).

 Em 1977, Elisabeth II celebra o seu Jubileu de Prata (25 anos no trono).  

 

O ano de 1992 é um “annus horribilis” para a Rainha, conforme o recorda no seu discurso de Natal. Três dos seus filhos divorciam-se e um incêndio destrói uma ala do Castelo de Windsor.

 

Em 31 de Agosto de 1997, morre Diana, Princesa de Wales, num brutal acidente de automóvel, em Paris, e a rainha é criticada por se ter recolhido em Balmoral, com os netos William e Harry, atitude que contrastou com a visível perturbação dos britânicos, que ficaram em choque, com esta tragédia.

 

Em 09 de Fevereiro 2002 morre a sua irmã Margaret, Condessa de Snowdon, irmã da Rainha, e pouco tempo depois, em 30 de Março, morre a sua mãe, a rainha-mãe, aos 101 anos.

 

Em Junho de 2012, comemorou-se durante quatro dias, com grandes festividades, o Jubileu de Diamante (60 anos de reinado) da Rainha.

 

Em 31 de Janeiro de 2020, o Reino Unido abandona a União Europeia (UE) e concretiza o polémico ‘Brexit’, que dividiu os britânicos.

 

Em 09 de Abril de 2021, morre o príncipe Fhilip, aos 99 anos, o amor da vida da monarca.

 

Que descanse agora em paz, aquela que, em vida, não teve descanso, para que pudesse honrar a promessa que fez, no Juramento da Coroação, de servir com dignidade o seu Povo.


Long live King Charles III!

 

(*) Elizabeth II, como qualquer outro ser humano não era perfeita. Adorava os seus Cães e dizia que adorava Cavalos. Porém, as corridas de Cavalos era o seu desporto favorito. Saberia a Rainha que os Cavalos sofrem horrores quando os arreiam e lhes metem na boca aqueles ferros com serrilhas, que lhes cortam a garganta, e a dor que sofrem é igual à dor que sofreria um homem na mesma circunstância? Se amas os Cavalos não os montes. 

Permitir a Caça, onde animais indefesos são mortos de surpresa, sem direito a defenderem-se, no seu próprio habitat, é uma cobardia. A caça e as corridas de Cavalos eram os principais defeitos da Rainha. Saberia ela porquê?

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:15

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Quarta-feira, 25 de Março de 2020

«Coronavírus: o cisne negro da modernidade»

 

«Era bom que depois de atravessarmos o perigo do coronavírus e de lamentarmos cada uma das mortes que ele vai provocar, conseguíssemos sair do perigo com novos hábitos de vida, mais cientes das nossas limitações e da nossa fragilidade, mas mais solidários, menos consumistas, mais amigos do outro e do planeta. Isso é não só possível como desejável.» (António Costa Silva)

 

Magnífico texto! Obrigatório ler.

Uma excelente reflexão de como esta crise global poderá levar os homens à construção de um mundo onde a Vida terá mais valor do que o vil metal. Porque é esta a mensagem que este coronavírus nos veio dar. Que não reste qualquer dúvida.

Saibam os que governam o mundo entendê-la.

 

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Por António Costa Silva

 

 

«O filósofo Karl Popper, em páginas brilhantes em que discutiu a nossa relação com a realidade e o mistério da percepção humana, usou o exemplo dos cisnes brancos e dos cisnes negros para mostrar as limitações do nosso quadro mental face à complexidade do mundo. A percepção ocidental de que os cisnes eram todos brancos sofreu um abalo sísmico quando os primeiros navegadores britânicos chegaram à Austrália e se depararam com cisnes negros. Isso estilhaçou o quadro mental existente e abriu novos horizontes para a percepção humana. Hoje utilizamos o conceito dos cisnes negros para designar fenómenos raros que têm baixa probabilidade de ocorrência mas que, quando aparecem, mudam tudo. É o caso do coronavírus. Face a ele as nossas certezas desabam. Vivíamos ciosos de que podemos controlar o mundo, a economia, o planeta. E, de repente, o mundo fica de pernas para o ar. O coronavírus vem lembrar-nos que o mundo é feito de incerteza e mudança, que a nossa civilização é frágil, que a vida é precária, que o nosso sonho de tudo dominar acaba sempre dominado pela realidade.

 

O coronavírus é trágico porque mata e cada morte é uma perda que nada pode reparar. Os especialistas vêm lembrar que as mortes provocadas por outras epidemias ou pelos acidentes de viação são em muito maior número. Só que essas mortes já fazem parte do nosso quadro mental e por isso já não temos medo. O que assusta é o vírus desconhecido, cuja vacina ainda não existe, e parece muito contagioso. E por isso o coronavírus é um acelerador do medo. Nós vivemos em sociedades do medo que às vezes se torna desmesurado. Um estudo da Universidade de Harvard indica que se o coronavírus se transformar numa pandemia global, um em cada seis adultos no mundo pode ser infectado, mas que destes 98% vão sobreviver. Será que a taxa de letalidade é baixa? Não sabemos, porque varia de país para país, depende do ritmo de propagação do vírus, da capacidade de interromper as cadeias de contágio, da qualidade dos sistemas de saúde e das políticas de prevenção adoptadas. É um grave problema global de saúde pública e convém usarmos a racionalidade tanto quanto possível, murar o medo e confinar o catastrofismo.

 

Mas o coronavírus veio também questionar o nosso modo de vida. Nós vivemos na civilização da pressa, do movimento contínuo, das viagens constantes, do consumo frenético, da delapidação exponencial dos recursos E, além de tudo isso, estamos confrontados com a mudança climática e com a necessidade de mudar comportamentos. Durante anos vimos os parcos resultados das sucessivas conferências climáticas, das proclamações dos líderes, dos gritos dos activistas. Muito pouco aconteceu. De repente o coronavírus obrigou-nos a parar, a moderar a pressa, a viajar muito menos, a reduzir as reuniões, as conferências, as deslocações, reduzir as visitas aos centros comerciais e aos pólos de consumo. Obrigou-nos a ficar em casa, a pensar e a reflectir, a reinventar o trabalho à distância, a substituir as reuniões por meios digitais, a mudar hábitos. Afinal, é mesmo possível mudar e viver de outra maneira. Depois das cruzadas contra as tecnologias, afinal podemos viver e trabalhar digitalmente, e isso pode fazer toda a diferença.

 

Por outro lado, o coronavírus pode levar a uma redução das emissões de CO2 e contribuir para estabilizar o clima do planeta. Quando vemos as fotografias de satélite das cidades chinesas, que estão entre as mais poluídas do mundo, onde o trânsito é reduzido, podemos dizer que esta pausa é má para a economia, mas boa para o planeta. 2020 arrisca-se a ser o ano da queda significativa das emissões de CO2 no mundo. Vamos tirar férias do planeta e o planeta de nós e isso pode ser o início de um novo caminho. O que pode acontecer é que daqui a uns meses, quando a vacina for descoberta, tudo regressa à normalidade, e esta mudança de hábitos não deixar rasto. E isto não devia acontecer. O escritor inglês Gilbert Chesterton dizia que o despropósito do mundo advém do facto de nós nunca perguntarmos qual é o propósito. Temos de deixar de viver numa civilização em que a pressa é tudo, o movimento é tudo e o objectivo não é nada.

 

Mas o coronavírus interroga também os fundamentos do nosso modelo de desenvolvimento económico e social. Ele está a paralisar a economia, fecha as fábricas, causa a ruptura das cadeias logísticas e de abastecimento, cerceia o comércio mundial, diminui drasticamente o turismo. Nós vivemos numa civilização que coloca todos os dias no ar 12 milhões de passageiros. É muita coisa. O coronavírus vai obrigar-nos a repensar. Se olharmos para as grandes epidemias da história, elas tiveram um impacto brutal no modelo económico do seu tempo. O caso mais paradigmático é o da Peste Negra. Ela causou a desintegração do modelo de produção feudal. O coronavírus pode levar à desintegração do modelo de capitalismo selvagem, o capitalismo sem regras, sem regulação, sem controle, que periodicamente abala o planeta com crises que causam um sofrimento atroz. O capitalismo cria riqueza, prosperidade e bem-estar, mas o capitalismo selvagem aprisiona a maior parte da riqueza gerada no topo dos mais ricos. É preciso repensar o modelo, distribuir a riqueza, repensar o papel das empresas, ir além do mantra do lucro a todo o custo para um capitalismo que sirva os “stakeholders” e gere bem-estar para accionistas, trabalhadores, comunidades e a sociedade em geral. Esta paragem abrupta da economia global pode levar a uma introspecção profunda e à geração de novas ideias. É difícil porque vamos a caminho de uma recessão global e de muita dor e sofrimento. Mas precisamos de um novo modelo que seja moderado e sustentável na gestão e consumo dos recursos, não faça perigar o planeta e, ao mesmo tempo, assegure que as pessoas de menos rendimentos e recursos não caiam abaixo da linha de pobreza.

 

No que concerne a Portugal, o coronavírus vai testar as capacidades do SNS e da governação. Vai questionar o nosso modelo de desenvolvimento económico e a sua excessiva dependência do turismo. O turismo tem desempenhado um papel relevante na economia portuguesa e oxalá que continue a desempenhar, mas sabemos que a aposta excessiva no turismo torna a economia frágil e volátil porque quando as pessoas deixam de vir os problemas são brutais. É essencial diversificar a economia, criar novos motores de riqueza, repensar o desenvolvimento dos recursos nacionais e não usar o turismo para asfixiar tudo o resto. Podemos pagar muito caro esta falta de visão. Mas o coronavírus pode levar também ao fecho do futebol e sem jogos vamos ter um espaço público mais saudável, sem os trogloditas do costume, que se insultam em directo e fomentam o ódio. Seria a ironia suprema: o coronavírus calar, durante algum tempo, o vírus dos taliban do futebol nacional.

 

O poeta alemão Hölderlin escreveu um dia: “Quem atravessa o perigo toca a salvação.” Era bom que depois de atravessarmos o perigo do coronavírus e de lamentarmos cada uma das mortes que ele vai provocar, conseguíssemos sair do perigo com novos hábitos de vida, mais cientes das nossas limitações e da nossa fragilidade, mas mais solidários, menos consumistas, mais amigos do outro e do planeta. Isso é não só possível como desejável.»

 

 Professor do Instituto Superior Técnico

 

Fonte:

https://www.publico.pt/2020/03/17/mundo/opiniao/coronavirus-cisne-negro-modernidade-1907617?fbclid=IwAR0K5BoCzhNdFJb2LCXoZzD8F1zLGViPN1TRoQ6uMbQ_mGgQ4lQfc2VQNu0

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:42

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Domingo, 25 de Março de 2018

MAIS UMA VERGONHA PARA PORTUGAL…

 

A tantas misérias morais, culturais, políticas e sociais que envergonham Portugal aos olhos do mundo, soma-se mais esta:

 

PILOTO.png

 

Portugal é um país que bate o recorde de casos insólitos, únicos, ou quase, no mundo.

 

Este episódio do co-piloto embriagado, não será único no mundo, e propriamente culpa do governo português, mas é, com toda a certeza, fruto de uma política que não incentiva ao brio profissional, vindo o pior exemplo dos palácios de São Bento  e de Belém.   

 

Eis alguns casos insólitos, de que estou a lembrar-me, neste momento (mas há mais):

 

1 – Nos incêndios do Verão passado, morreram para cima de uma centena de seres humanos (fora os milhares de seres não-humanos), algo que não acontece em parte nenhuma do mundo, atacada por incêndios, como os da Califórnia ou os da Austrália, por exemplo. Ardem casas e bens, e obviamente os animais, donos florestas, mas não morrem pessoas.

 

2 – Rouba-se armas do paiol do Exército Português, bem nas barbas dos militares, sem que ninguém se dê conta…

 

3 – Tem-se uma CPCJ (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens) que, em vez de proteger o Superior Interesse das Crianças, as atira para instituições e adopções, algumas delas ilegais, retirando-as das Mães, simplesmente por motivos de pobreza, enquanto que outras crianças, são atiradas para escolas de toureio, e ninguém as protege dos progenitores, nem da crueldade a que são submetidas, nesses antros de formação de algozes de seres vivos sencientes.

 

4 – Adopta-se ilegalmente, a grafia de uma ex-colónia, em detrimento da grafia portuguesa, e com isto engana-se as crianças, que vão para as escolas aprender a ler e a escrever, formam-se os semianalfabetos do futuro e destruindo-se o maior símbolo identitário de Portugal – a Língua Portuguesa.

 

Isto só num país a fingir que é país, com um regime político autocrata, em que o povo paga os salários dos governantes para que os governantes sirvam o povo, e os governantes servem apenas os lobbies que bem entendem, e pisam na vontade do povo.

 

Como me envergonho de disto tudo!...

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:52

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Quinta-feira, 28 de Setembro de 2017

NÃO DEIXEM O VOSSO FUTURO EM MÃOS ALHEIAS. VOTEM !!!

 

Façam a triagem que tem de ser feita.

Abram os olhos, Portugueses!

Não votem em políticos corruptos, sem carácter e incompetentes!

Mudem Portugal!

 

 

Dos Partidos Políticos que vão a votos, dos que já estiveram no poder e dos que lá estão, esmiúcem o que fizeram de útil pelo País e pela Fauna e Flora portuguesas (se é que me entendem…)

 

É que nem só de pão vive o povo.

 

O país está um caos, socialmente, culturalmente, moralmente…

 

Não se fiem nos abraços e beijinhos que são distribuídos durante as campanhas. E apenas durante as campanhas.

 

Não se fiem nas falsas promessas, que são as de ontem, as mesmas que as de anteontem. A mentira anda por aí, enroscada na corrupção, ao mais alto nível. Portugal marca passo. É desconsiderado, por aí…

 

Até Jean-Claude Juncker, Presidente da Comissão Europeia, que sabe de Geografia, colocou Portugal fora da Europa. E não foi por mero lapso.

 

E Angola deixou-nos fora do seu círculo de países com quem pretende manter amizade.

 

Não esqueçamos o Inferno deste Verão, com incêndios devastadores, e um número de mortos e feridos nunca visto. Nem os maiores incêndios da Califórnia e Austrália, jamais fizeram um tão grande número de mortos e feridos.

 

É gritante a falta de políticas a vários níveis. Na Saúde, na Cultura Culta, na Educação, na Floresta, nas Forças de Segurança Pública…

 

E o roubo de armas no Paiol de Tancos? Ninguém sabe de nada, ninguém viu, ninguém teve culpa…

 

Tudo isto diz muito da ineficácia, da incapacidade, da falta de visão política dos nossos governantes. Destes e de todos os outros que já passaram pelo poder.

 

E o que dizer da inconsequente subserviência do governo português aos lobbies económicos, internos e externos?

 

E a submissão aos interesses do Brasil, no que respeita ao símbolo maior da identidade portuguesa: a Língua Portuguesa? Que anda por aí espezinhada como se fosse lixo!

 

Impera a imoralidade. A incultura. A ignorância.

 

Estamos a retroceder a passos largos.

 

Não se fiem nas falsas promessas.

 

No próximo domingo, saiam à rua e VOTEM, mas votem conscientemente. Não votem em bandeiras ou em cores. Mas nos mais COMPETENTES.

 

Façam a vós próprios esta pergunta: dos PS, PSD, CDS/PP, CDU, BE e PAN (os partidos que estão a votos) qual aquele que aldrabou menos?

 

Votem o voto mais útil. É o vosso futuro que está em causa.

 

A abstenção (que é sempre elevada e representa aqueles a quem os políticos nada têm a oferecer e quase  sempre ganha as eleições) e os votos em branco (que são os de protesto) deveriam contar, mas não contam. Se a percentagem de votos brancos e abstenção ultrapassasse os 80% (/como já ultrapassou) não deveria haver eleitos. Os que são eleitos, são sempre eleitos por uma minoria do povo português.

 

Por isso, VOTEM! Não deixem em mãos alheias o vosso destino, enquanto cidadãos portugueses.

 

Estão a ver o que a abstenção faz: no poder estão aqueles que uns poucos elegeram e que não honram Portugal.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:33

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Segunda-feira, 3 de Outubro de 2016

Ó alentejanos de Cuba, ainda continuam a confundir atraso civilizacional e mental com Cultura, Ética e Lucidez…?

 

Ainda continuam a confundir verdades com insultos?

 

Neste passado fim-de-semana, tive de ausentar-me, e quando me ausento, desligo-me do mundo ao qual não pertenço, ou seja, ao mundo dos que se recusam a evoluir.

 

Porém, como tenho um compromisso com a VIDA e com os que não têm voz para se defenderem de primitivos e perversos algozes, hoje, ao regressar a este mundinho, deparo-me com um derrame de comentários de alentejanos de Cuba que foram desenterrar um texto que escrevi em 29 de Setembro de 2015, sob o título «Atraso Civilizacional de um Lugar Alentejano chamado Cuba” inserido neste link:

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/atraso-civilizacional-de-um-lugar-582422

 

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onde, com palavras correctamente aplicadas, às quais os alentejanos de Cuba, por uma genuína ignorância, chamam de insultos, critico e denuncio o atraso civilizacional e o retrocesso de Cuba quando inaugurou um recinto de tortura de Galgos, os quais, naquela localidade de fim-de-mundo, não são considerados nem cães nem sequer animais como os outros.

 

Nesse artigo escrevi (e repito, não lhe retirando uma só vírgula):

 

«Cuba, um lugarejo situado nos confins do Alentejo, com cerca de apenas 3.200 habitantes, em vez de EVOLUIR, retrocede de um modo desprezível.

 

(disse de um modo desprezível, porque é desprezível o modo como tratam os animais, nomeadamente os Galgos, em Cuba)

 

A vergonhosa notícia de que foi inaugurado um recinto para tortura de Galgos, que são animais, pelos vistos, não reconhecidos como tais, naquela localidade, só diz do atraso civilizacional em que vive um povo, cujos governantes só têm para lhe oferecer o que há de mais repugnante no carácter dos que se dizem "homens": o seu baixo nível moral, cultural e social.

 

(disse de baixo nível moral, cultural e social porque fazer o que fazem aos Galgos é tudo isso, e muito mais, como se verá mais adiante)

 

«Fiquei perplexa, ao ter conhecimento de mais este retrocesso em território português, depois de tudo o que sabemos que se tem passado em Espanha e noutros países...

 

Os Galgos são Cães bastante sensíveis.

 

(mas os alentejanos de Cuba acham que são “coisas” feitas de pau, como os “cavalinhos” com que as crianças costumam brincar).

 

E os Cães, tal como todos os outros animais que habitam o nosso Planeta, não existem para servir de divertimento a sádicos, que se comprazem com o sofrimento alheio.

 

(e ainda por cima, ganham muito dinheiro, e é isso que os move, à custa do sofrimento de animais tão sencientes).

 

«Enquanto o mundo evolui, Portugal transforma-se no paraíso dos mentecaptos.

 

De acordo com uma fonte municipal, nas mãos da CDU, esta iniciativa tem em vista a captação de visitantes e quer afirmar Cuba como a capital dos Galgos de corrida.»

 

(o que significa dizer que os governantes locais, querem transformar Cuba na capital do “divertimento sádico”)

 

«Enganam-se aqueles que pretendem promover Cuba deste modo desactualizado e primitivo, explorando e torturando animais, com dinheiros públicos.

 

Saberão os responsáveis por esta iniciativa retrógrada que, ao contrário do que pensam, só afastarão visitantes?»

 

Quem, no seu juízo perfeito, irá a Cuba assistir a tão degradante “coisa” (não podemos chamar “àquilo” espectáculo)?

 

Apenas os parvos.

 

Inaugurem pavilhões desportivos; escolas de música, de dança e de artes plásticas; salas de teatro...

 

Enfim, inaugurem algo civilizado que possa chamar a Cuba turistas cultos e oferecer aos jovens locais divertimentos que os façam evoluir.

 

Agora, inaugurarem uma pista municipal de Galgos é algo que só desprestigia a vila e a coloca no rol das terrinhas portuguesas condenadas ao abandono e ao desprezo da sociedade civilizada.

 

Abaixo Cuba!»

 

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 Quem tiver olhos de ver, olhe bem para os olhos deste desventurado animal, que não nasceu para isto, e veja-se a angústia reflectida no espelho dos seus olhos… E os de Cuba ganham muito dinheiro à custa desta angústia.

 

O PAN - Pessoas, Animais e Natureza (um partido que levou á Assembleia da República um discurso novo), já denunciou aosMinistério Público os maus tratos a que os galgos estão sujeitos para que energúmenos encham os bolsos, e os sádicos se divirtam.

 

De entre os vários maus tratos denunciados está a suspeita do uso de drogas estimulantes, como cocaína, cafeína, eritropoietina e anfetaminas, bem como anti-inflamatórios não esteróides ou corticosteróides.

 

Todos nós sabemos que esta é uma actividade que «representa um negócio altamente lucrativo que vive à custa da exploração do alto nível da actuação dos galgos, pela exigência dos violentos treinos a que são sujeitos, com choques eléctricos, administração de drogas estimulantes altamente prejudiciais à sua saúde e um desgaste bruta.

 

E todos nós sabemos também que, quando os Galgos, aniquilados pelo uso e abuso de tudo isto, já não dão lucro, são ignobilmente abandonados para morrerem à fome, sem qualquer direito a tratamento, ou abatidos sem dó nem piedade.

 

Além disto tudo, fazem-se apostas ilegais (e quem também não sabe disto?) até porque em Portugal, tudo o que meta a exploração de animais, faz-se com muita ilegalidade à mistura.

 

A corrida de galgos não estará regulamentada, mas a corrida de touros está, e as ilegalidades são mais que muitas, e quem de direito não mexe uma palha para fazer valer o regulamento.

 

Se perguntamos às autoridades se a fiscalização a estas actividades existe, elas não respondem, o que poderá significar que essa fiscalização não existe e tudo se faz na maior das ilegalidades.

 

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Quem tiver olhos de ver continue a reparar na expressão desesperada dos Galgos…

 

Para aqueles alentejanos de Cuba que enviaram comentários ordinários (porque é assim que os cobardes defendem estas actividades lucrativas e abominábeis, com a intenção de calar as vozes que defendem a Vida, qualquer Vida) acrescento que em muitos países esta prática perversa já foi proibida.

 

Há pouco tempo leu-se aqui http://domtotal.com/noticia.php?notId=1045793

 

que o estado australiano de Nova Gales do Sul proibiu a corrida de Galgos depois de uma investigação que revelou o uso de iscas vivas (porcos pequenos, coelhos e gambás, que no final são devorados pelos cães), e o sacrifício de milhares de Cães considerados muito lentos.

 

De acordo com essa investigação, pelo menos 68 mil Cães foram sacrificados nos últimos doze anos.

 

Nessa notícia lê-se ainda que "as corridas de Galgos foram proibidas em muitos países e em muitos estados dos Estados Unidos e são legais em apenas oito países do mundo" (tal como as corridas de touros são legais em apenas oito tristes países do mundo, um dos quais, vergonhosamente, é Portugal).

 

Concluindo:

Alentejanos de Cuba, antes de abrirem essas vossas bocas sujas, para expelirem obscenidades (que é o único modo que sabem utilizar para tentar defender o abuso e tortura de animais sencientes) inteirem-se do que se passa no mundo, ao redor de Cuba, que continua a ser uma vila enterrada no meio do Alentejo, onde a evolução ainda não chegou.

 

E saibam que não tenho medo de ameaças de cobardes.

 

Entretanto vejam neste link quem são os atrasados mentais:

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/cubenses-alentejanos-nao-confundam-583576

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:48

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Quarta-feira, 20 de Julho de 2016

«CADA PEDAÇO DE CARNE QUE COMEMOS É UMA BOFETADA NA FACE MANCHADA DE LÁGRIMAS DE UMA CRIANÇA COM FOME»

 

Magnífico, magnífico, magnífico…

 

Corroboro o que este senhor diz: depois que deixei de comer carne, também deixei de precisar da medicina. Só vou ao médicopara controle de análises, uma vez por ano. E tudo está sempre bem.

 

Este discurso de 10 minutos poderá mudar alguma coisa nas consciências das pessoas que ainda a têm... Não deixem de ver, ouvir e partilhar…

 

(Isabel A. Ferreira)

 

(As legendas contém erros de Português que devem ser desvalorizados, em nome da excelência deste discurso)

 

Philip Wollen, filantropo australiano, patrocinador de diversas ONG´s designadamente GREENPEACE, SEA SHEPARD entre outras, financiou a produção do filme "A trilogia dos Terráqueos".

 

Num discurso brilhante, aquando de uma conferência que decorreu no St James Ethics Centre and the Wheeler Centre, em Melbourne (Austrália), fez um apelo emocionante pela defesa dos animais, pedindo às pessoas que os tirem dos seus pratos.

 

***

DEZ MINUTOS PARA MUDAR O MUNDO (PHILIP WOLLEN)

 

«A carne mata animais, mata-nos e vai matando as nossas economias (a título de exemplo, a MEDICARE já levou à falência os EUA, necessitando de 8 triliões de dólares investidos em títulos do Tesouro só para liquidação de juros)... As Universidades de Cornell e Harvard afirmam que a quantidade ideal de carne numa dieta saudável é precisamente "ZERO".

 

A água é o novo petróleo; em breve as nações irão iniciar guerras por ela. As reservas subterrâneas que demoraram milhões de anos para encher estão agora secas; são necessários 50.000 litros de água para produzir um quilo de carne.

 

Actualmente, há 1 bilião de pessoas famintas e 20 milhões morrerão de má nutrição; se diminuíssemos o consumo de carne em 10%, seria possível alimentar 100 milhões de pessoas. Eliminando totalmente a carne do nosso cardápio, a fome seria erradicada para sempre.

 

Se toda a população mundial seguisse o tipo de dieta ocidental, seriam necessários 2 planetas para suprir as nossas necessidades alimentares, mas só temos um planeta e está a morrer.

 

Os países pobres vendem os seus grãos ao ocidente enquanto as suas crianças morrem de fome nos seus braços e o ocidente dá esses grãos ao gado para que nós possamos comer um bife? Será que mais ninguém vê isto como um crime?

 

A Terra pode produzir o suficiente para suprir as necessidades de todos mas não o suficiente para alimentar a ganância de cada um.

 

As armas de destruição em massa são as nossas facas e garfos.

 

Os animais não são apenas uma outra espécie; são outra nação! E nós? Somos assassinos que apenas nos preocupamos com a nossa vontade e satisfação.

 

A Paz não é apenas ausência de guerra; é a presença da justiça. A justiça tem de ser cega à raça, cor, religião ou espécie. Se não for cega, será uma arma de terror. E hoje à noite há terror inimaginável nesses "Guantánamos" horríveis a que nós chamamos de fábricas de animais ou matadouros.

 

Retiremos os animais dos menus e destas câmaras de tortura. Defendamos aqueles que não têm voz.

 

Desafio:

A carne causa um amplo leque de cancros e doenças cardíacas. Será que alguém pode enumerar uma doença causada por uma dieta vegetariana?

 

«Os animais têm de sair do cardápio... porque esta noite gritam aterrorizados em matadouros e jaulas ... Eu ouvi os gritos de desespero do meu pai enquanto o cancro o consumia e tomei consciência de que já tinha ouvido aqueles gritos antes... no matadouro. Olhos arrancados com facas, os tendões cortados... nos navios para o Oriente Médio com uma baleia a bordo que agoniza enquanto um arpão japonês desfaz o seu cérebro enquanto ainda grita pela sua cria; esses gritos eram os gritos do meu pai.

 

Os direitos dos animais são hoje o maior assunto de justiça social, desde a abolição da escravatura. Sabiam que existem no mundo mais de 600 milhões de vegetarianos? São mais do que a população dos EUA, Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Itália, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Se fossemos uma nação, seríamos do que os 27 países da União Europeia. Apesar desta enorme pegada, ainda somos tidos como imperceptíveis pelas vozes estridentes dos cartéis da morte e da caça, que acreditam que a violência é a resposta quando esta nem sequer deveria ser a pergunta.

 

Plínio Moreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:09

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Segunda-feira, 18 de Março de 2013

«Eles pavoneiam-se cobardemente em arenas, ostentando uma combinação de collants cor-de-rosa e lantejoulas…»

 

 

 

 

 A Hora do Riso, por Ricardo

 

(Para entenderem o que o Ricardo quer dizer, têm de abrir primeiro a publicação d’«O Blá, Blá, Blá…»)

 

Ricardo, deixou um comentário ao post O blá blá blá de sempre dos aficionados... falam, falam e não dizem nada que se aproveite… às 22:09, 2013-03-17.

 

Comentário:

«Este comentário merece ser analisado pois contém todos os pré-conceitos e clichés característicos da filosofia (ou ausência de) aficionada.

 

Quase que tenho pena deste individuo*, tal é o estado de ilusão em que se encontra, mas não é mais do que o resultado de anos e anos de lavagem cerebral.

 

A imagem que este sujeito tem de um "animalista" (conceito bacoco inventado pelos aficionados para descrever o resto do mundo) é a imagem que tem vindo a ser insistida pelo lobby tauromáquico, na sua frustrada tentativa de delimitar e definir o seu "inimigo".

 

É uma imagem completamente falsa, uma triste tentativa de criar uma figura ridicularizável com o qual se tentam vingar de o facto de os aficionados serem motivo de chacota de toda a sociedade.

Eles pavoneiam-se cobardemente em arenas, ostentando uma combinação de collants cor-de-rosa e lantejoulas que faz chorar os olhos de um daltónico e depois os "animalistas" é que são ridículos.

 

A forma como os aficionados inferem sobre características tão específicas das pessoas que condenam a sua actividade leva-me a crer que eles são omnipresentes.

 

Volta e meia lá vem um aficionado acusar abolicionistas de comer carne ou (neste caso) sapateira. Pergunto então: será que seguem os manifestantes depois das touradas? Será que vão até às casas deles para verem o que têm no frigorífico? Talvez recolham fezes para depois analisar, quem sabe?

 

Ao que parece, o Luís leu "algures" que alguém na Alemanha ou Austrália (aproximadamente, uma vez que um dos países é logo ao lado do outro...) que uma mulher que pertencia a uma associação de protecção de animais foi acusada de zoofilia. É suposto isso denegrir os abolicionistas? Em que sentido?

 

E se eu disser que li algures que no México ou em Espanha, um toureiro foi encontrado com centenas de Gigabytes de pornografia infantil no seu computador? Em que sentido é a minha afirmação menos fiável que a sua?

 

Este comentário limita-se a fazer conjecturas sem qualquer base lógica para tal. Tenta ser insultuoso ou talvez até provocador, mas acaba apenas por enaltecer a estupidez e falta de inteligência que é tão característica da comunidade aficionada

 

***

Boa, Ricardo! Esta foi na “mouche”.

E como eles gostam de dizer: quem não gosta, não leia…

Porque o facto de ler ou não ler não implica TORTURA para ninguém.

 

* O indivíduo a que o Ricardo se refere é Luís Soares, o autor do comentário (não o vão confundir com o torcionário da imagem).

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:41

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Segunda-feira, 4 de Agosto de 2008

Matando o tempo...

 

 Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
 
 
 
 
 
 O vento sopra com fúria. A chuva cai desnorteada. O mar revolta-se. As pessoas agitam-se como que confundidas. Apressadas, sobem e descem as ruas. De onde vêm? Para onde vão?... Não sei, nem me interessa.
 
O “café” está cheio de gente. Não! De homens. Aqui há só três mulheres além de mim. Uma, aliás, acaba de sair.
 
Da mesa onde me encontro, vejo o mar. Olho a sua revolta. Estou a fazer horas. Que ironia! Como se tal fosse possível! Estou é a perdê-las, uma a uma. Rapidamente. Não! Demasiado lentamente para me aperceber de que as desperdiço não fazendo nada. Ou melhor, gasto-as, gastando papel, tinta, palavras e pensamentos inúteis. Gasto-as sonhando de olhos abertos, esperando que algo aconteça e me afaste desta tempestade.
        
Tempo perdido!...
Lá fora, a chuva continua a cair insistentemente. E as pessoas correm. Na certa, sem saberem para onde. E molham-se também, sem quererem molhar-se. E os automóveis circulam, devagar. E o barulho é intenso. E o meu cérebro rodopia. Corre. Entra em órbita. Espanta-se. Rebenta...
 
E as conversas são loucas.
A recente visita do Papa à Austrália. Para uns bem-vindo. Para outros inutilidade.
 
– Peregrinos somos todos nós. Ele (o Papa) é apenas um peregrino privilegiado. Os países gastam milhares de contos com estas visitas. Não faziam melhor os Governos gastá-los a matar a fome aos povos que morrem por não terem o que comer?
 
Esta é a conversa de um idoso. Um descrente, talvez! Um anti-Papa. Ou simplesmente um descontente!
 
Outro dia foi dia de greve geral! Os pobres deviam fazer greve também –diz o mesmo homem a um pedinte, deficiente mental, que se encostou a uma cadeira à minha frente – Hoje não ganhaste nem para a gasolina – continua o idoso – As pessoas não te deram quase nada. Levas pouco dinheiro. É melhor ires embora. Por causa dos ladrões, claro!
 
Conversa de quem não tem mais nada para dizer, numa tarde de chuva. Conversa para matar o tempo e a consciência de quem a ouve!
 
Tarde agitada, esta! Mais homens. Tomam a sua bica, apressadamente, e saem como autómatos. Conversas. Correrias. Chuva. Rebuliço. E a minha revolta, nesta tarde tempestuosa, vai aumentando. É do vento. Da tempestade. Da fúria do mar. É do medo do nada. Do vazio.
 
Vou embora. Não! Não quero! Estou bem aqui. Ouço as conversas. Olho o movimento. Que confusão! O vidrado dos meus olhos quebra-se. E os meus sentidos fogem. E os meus sentimentos confundem-se. Sinto-me entontecer... Ah!... Eis que uma lufada de ar vem refrescar-me a fronte!
 
Outro homem. O dos longos cabelos brancos. Cabelos à poeta. Será poeta? Talvez! Pois poetas não somos todos nós quando nos sentimos sós?...
 
Estou farta do barulho deste “café”. Apetecia-me estar noutro lugar. Não! Aqui está-se bem. Mas... este sujeito da mesa ao lado está a ver o que escrevo. Incomoda-me. Porque não irá embora? É boa!... E porque não mudo eu de mesa?
 
Um casal idoso está na mesa junto à janela. Cabelos brancos. Olhares cansados, olhando a chuva, a tempestade, a fúria do mar. Não falam. Olham apenas. Mas vê-se que não se sentem sós. O silêncio entre dois seres pode transformar-se na melhor das companhias, quando existe cumplicidade.
 
Cansei-me de todo este ruído. Da chuva. Do vento. Do mar. Das pessoas. Das caras. Das vozes. Cansei-me desta tempestade...
 
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 15:27

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