Terça-feira, 3 de Fevereiro de 2015

É preciso um futuro para as nossas crianças, doutor Armando Leandro, presidente da CPCJ (Comissão de Protecção de crianças e Jovens)

 

Faça o favor de olhar, com olhos de ver, para esta imagem.

 

Quantas crianças estão na assistência, ao colo de pais irresponsáveis, e quantas estão na arena vestidinhas à moda de carrascos?

 

Ou estas crianças vivem à margem da sociedade portuguesa e podem ver os seus direitos a uma infância e a uma educação para a cidadania violados, sem que ninguém se importe?

 

É isto que a CPCJ pretende para o futuro destas e de todas as outras crianças que frequentam os 12 antros de selvajaria tauromáquica, com o aval desta comissão?

 

Cianças nas arenas de tortura.jpeg

 

Tem-se falado ultimamente na “requalificação” da SS (não, não é a Schutzstaffel nazista, mas quase) ou seja, da Segurança Social, e nos possíveis “problemas” que tal irá criar às comissões de protecção de crianças e jovens, espalhadas pelo país, as quais em vez de pugnarem pelo SUPERIOR INTERESSE dessas crianças e jovens, atiram-nos para as arenas, para que aprendam a profissão de torturadores de bovinos.

 

Não foi isso que andaram a discutir recentemente uns deputados aficionados de selvajaria tauromáquica, no parlamento português?

 

E o que fazem essas comissões que agora vêm a público dizer que essa “requalificação” vai colocar em causa o “trabalho” delas?

 

Qual trabalho?

 

O que é que as preocupam?

 

As crianças que ficam sem “apoio”, porque haverá menos gente para as apoiar, ou a diminuição de postos de um trabalho que não se realiza?

 

Como pode o Senhor Doutor Armando Leandro vir a público dizer que está preocupado com a diminuição de meios «mas há um intuito de procurar colmatar esta diferença de meios para garantir às crianças e à família a concretização dos seus direitos».

 

Quais direitos? O direito à prática da violência? Da tortura de seres vivos? Da crueldade contra bovinos bebés, indefesos, inocentes e inofensivos?

 

Como podem dizer que com a “diminuição de meios” as comissões vão funcionar mal, se nem com meios elas funcionam bem?

 

Menina a torturar Tourinho.jpeg

 

 A propósito desta imagem vejamos o que se diz no Farpas Blogue:

«Muito entusiasmo e muitos rasgos de afición e querer, no passado domingo, na praça "Daniel do Nascimento", num festejo de entrada gratuita em que se exibiram os jovens alunos da Escola de Toureio da Moita na comemoração do 2º aniversário do seu renascimento.

Uma das mais antigas e mais produtivas do país - de onde nasceram três matadores de toiros, Luis "Procuna", Nuno "Velásquez" (entretanto passou a bandarilheiro) e Sérgio "Parrita" -, a Escola da Moita foi iniciada pelo Maestro Armando Soares, prosseguiu com Vitor Mendes e renasceu há dois anos tendo como professores o matador "Procuna" e o bandarilheiro Júlio André.

 

Ouvi falar na “dificuldade” da Comissão da Moita, aquela vila portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, onde a prática da selvajaria tauromáquica está implantada como uma doença de pele, e onde muitas crianças frequentam o antro de toureio a que chamam “escola”.

 

E a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da Moita já alguma vez se debruçou sobre a existência deste antro ,onde se ensina a prática da violência a crianças e jovens? Ou a CPCJ da Moita confunde o ensino da violência com o ensino da Matemática ou da Língua Portuguesa?

 

Doutor Armando Leandro, ensinar a violência às crianças não constituirá uma forma de maus-tratos psicológicos e por vezes físicos (quando eles se magoam) e uma forma de negligência grave por parte dos progenitores que enviam os filhos para estes antros, para que aprendam a ser MATADORES de bovinos, por diversão?

 

Isto é coisa que se faça às crianças?

 

Não só o abuso sexual, ou atirar os filhos para água a ferver, queimá-los com pontas de cigarros, bater-lhes até ficarem paraplégicos ou mortos, constitui crime.

 

Os maus-tratos psicológicos, como é o caso de privar as crianças de uma infância saudável, para as atirar para a violência, também é crime. Ou não será?

 

Ou as famílias aficionadas gozam de alguma protecção especial nas leis portuguesas, para que não sejam penalizadas por este tipo de maus-tratos que impõem aos filhos? por muito menos já vi a CPCJ a retirar os filhos a Pais, desempregados e desesperados, por não ter de lhes dar o que comer. E o que fazem? Em vez de lhes proporcionar um emprego, retiram-lhes as crianças. E isto é algo repugnantemente desumano.

 

Saberá a CPCJ o mal que esta negligência poderá causar ao desenvolvimento mental destas crianças e jovens, um desenvolvimento que se quer saudável, como é do direito delas?

 

E depois ainda há este absurdo, digno de um país quinto-mundista:

 

Dívidas do Estado fecham escola de música do Minho a partir de segunda-feira

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4373733

 

Academia de Música de Almada suspende aulas devido a dívida do Governo

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=797079&tm=8&layout=123&visual=61

 

Providências cautelares poderão travar fecho de escolas em pelo menos dez municípios

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/providencias-cautelares-poderao-travar-fecho-de-escolas-em-pelo-menos-dez-municipios-1661414?page=-1

 

E poderia colocar aqui muitas mais notícias da política educacional e cultural desastrosa deste governo, mas estas bastam para dizer o que gostaria de ver noticiado.

 

E o que gostaria de ver noticiado, para bem destas desprotegidas crianças do meu País (isto é, das que estão à mercê de progenitores aficionados de selvajaria tauromáquica), e de Portugal e de todos os portugueses lúcidos, era isto:

 

Em nome de «uma das mais nobres e elevadas artes do agir humano – a   Arte da Grande Política Civilizacional, Cultural e Ética» (*) o governo português manda encerrar todas as “escolas” de toureio do Pais, bem com o decreta a abolição da tauromaquia.

 

Esta seria a grande notícia do avanço civilizacional necessário em Portugal.

 

(*) A frase entre aspas é de autoria do Filólogo em Humanidades Clássicas, Fernando Paulo Baptista)

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:20

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