Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
Em tempos da COVID-19 e com a mais grave crise económica das últimas décadas, o que poderia ser feito com mais de duzentos mil euros de dinheiro público? Sem dúvida esse dinheiro deveria ser destinado a melhorar o serviço regional de saúde ou a melhorar as condições de vida de todas as pessoas que ficaram sem emprego.
No entanto, o Governo Regional e as autarquias de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória resolveram o contrário e decidiram dar esse dinheiro a quem já vive de barriga cheia vivendo à custa do retrógrado negócio da tortura animal.
Apesar de este ano as restrições sanitárias decorrentes da pandemia quase não permitirem realizar touradas na região, a indústria das touradas conseguiu fazer grande negócio na mesma graças ao dinheiro público que aparentemente nunca falta para a alimentar, mesmo em tempos terríveis de pandemia e de falência da economia regional.
Assim, o Governo Regional decidiu entregar este ano aos ganadeiros seis mil euros por cada corrida de touros que deixou de se realizar. E igualmente outros 500 euros por cada tourada à corda não realizada, aos quais devem somar-se os mil euros por tourada que vai entregar a Câmara de Angra para 19 touradas à corda. E como se calhar ainda parecia pouco, os ganadeiros vão receber generosamente 15 mil euros do Governo Regional e 11 mil euros da Câmara da Praia como "compensação financeira” pela não realização de touradas.
No total são cerca de 222 mil euros: cerca de 177 mil euros (Portaria n.º 80/2020, 23/06/2020) e 15 mil euros (Portaria n.º 1100/2020, 12/06/2020) entregues por parte do Governo Regional, 19 mil euros por parte da Câmara de Angra (ver Diário Insular, 29/05/2020) e 11 mil euros por parte da Câmara da Praia (ver Praia Expresso, 21/05/2020). Isto para além de todos os subsídios que os ganadeiros recebem regularmente todos os anos.
Como se não bastasse a falta de vergonha neste uso e abuso do dinheiro público, o Governo Regional considera o “lobby” das touradas, representado aqui pela Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda, como uma "instituição sem fins lucrativos". E apesar desta suposta ausência de fins lucrativos, o Governo não duvida em qualificar o considerável dinheiro dado a esta instituição como "uma compensação financeira pela não realização de touradas”.
Assim, quando o negócio não é bom para a indústria das touradas, todos os açorianos têm de pagar uma "compensação financeira" aos ganadeiros no valor de centenas de milhares de euros. E têm de pagar essa “compensação” mesmo os açorianos, de todas as ilhas, que são contrários às touradas e consideram esta actividade indigna e imprópria de um país civilizado.
Para onde vão parar, portanto, os nossos impostos em tempos de pandemia? Nos Açores, como sempre, pela mão dos nossos governantes e da indústria tauromáquica, o nosso dinheiro serve inevitavelmente para alimentar a repudiada e embrutecedora prática da tortura de animais.»
Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/
24/09/2020
Excelentíssimo Dom João Evangelista Pimentel Lavrador
Bispo Residencial da Diocese de Angra
domjoaolavrador@diocesedeangra.pt
Venho, por este meio, manifestar a minha mais veemente repulsa pela presença de alguns forcados, devidamente identificados, através da sua indumentária, numa procissão realizada no passado dia 8 de Março, em Angra do Heroísmo, tendo alguns deles transportado o andor da imagem de Nosso Senhor dos Passos, como se fossem “irmãos” de alguma confraria religiosa; bem como pela realização de um “festival” taurino, previsto para o próximo dia 23 de Maio, de apoio a obras das igrejas das Lajes e da Agualva, como se a tortura de criaturas, também de Deus, servisse para branquear as acções selváticas perpetradas por algozes.
Ao longo dos tempos, têm sido inúmeras as declarações de membros da Igreja Católica a condenar as práticas tauromáquicas entre outras, em que são maltratados animais não-humanos. A título de exemplo, posso referir o que o Secretário do Vaticano, Bispo Pietro Gasparri, em 1923, disse: «Embora a barbárie humana ainda persista nas corridas de touros, a Igreja continua a condenar em voz alta estes sangrentos e vergonhosos “espectáculos”, como o fez Sua Santidade o Papa Pio V». Mais recentemente, na sua Encíclica Laudato Si’, o Papa Francisco escreveu que «sujeitar os animais ao sofrimento e à morte desnecessária não é digno de um ser humano».
Face ao exposto, venho manifestar a minha repugnância e repúdio pela presença de forcados, devidamente identificados, numa procissão, fazendo propaganda a uma actividade condenável nas sociedades humanas actuais, e não a manifestar a sua fé em Deus que, pela Sua Natureza divina, condena todos os actos violentos e cruéis contra as Suas criaturas, quer sejam humanas ou não-humanas.
Manifesto também, a minha indignação e repúdio pela realização de uma sessão de tortura de touros para, hipocritamente, apoiar obras em igrejas.
Venho, igualmente, apelar a Vossa Reverendíssima para que, em nome de Deus, condene estas práticas bárbaras e macabras, e a presença de forcados identificados em procissões, e não autorize que as paróquias aceitem recolher fundos através de touradas ou de outros eventos onde animais não-humanos, indefesos, inocentes e inofensivos são barbaramente torturados, para divertimento de uma peque fatia de um povo que ficou parado no tempo, e afastado dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Para um melhor aprofundamento deste tema, sugiro a Vossa Reverendíssima a leitura dos textos inseridos nestes links:
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Perpetuar a cobardia de torturadores de Touros moribundos, através de uma estátua, só diz da pequenez de espírito dos envolvidos neste projecto insano, e da condição primitiva da localidade onde vai ser inserida.
Mais uma vergonha para os Açores: um monumento à COBARDIA, com o aval de governantes, que não têm o mínimo respeito por si próprios.
Mais dinheiros públicos atirados ao lixo. Mais um “monumento” a atirar abaixo quando a selvajaria tauromáquica for abolida, daqui a uns tempos…
OITO matulões atacam um ser senciente e indefeso, esgotado, ferido, perfurado e sangrado por bardarilhas cravadas na carne por cobardes bandarilheiros; oito matulões atacam um Touro moribundo. Será isto valentia ou uma descomunal cobardia? Isto é quase como bater num morto. E é a esta COBARDIA que Angra do Heroísmo pretende erguer um monumento?
É que a cobardia é a mãe da crueldade, e os forcados são criaturas cruéis, insensíveis, e extremamente desumanas.
Este projecto insano, da construção de um monumento ao forcado da Ilha Terceira foi apresentado (imagine-se) no Salão Nobre (que com isto perdeu a nobreza) da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, e pretendem inaugurá-lo no dia 24 de Junho de 2018, dia de SÃO JOÃO, porque coincide com os 45 anos ao serviço da COBARDIA e da CRUELDADE, do grupo de forcados amadores da tertúlia tauromáquica terceirense.
O projecto, que se intitula (pasmemo-nos!) “Valentes como a Rocha” é da autoria de José João Dutra, que nada deve saber sobre VALENTIA, porque valentia seria o grupo de forcados enfrentar um leão, que nem precisava de estar esfomedo, numa arena, e não um Touro moribundo, a sangrar, todo perfurado, por dentro e por fora.
Mas o José João Dutra explica: «A ideia é relacionar a dureza deste mineral com o valor dos forcados e do toiro, assim como as origens vulcânicas das ilhas dos Açores”, e acrescentou que «o monumento serve para que todos os intervenientes fiquem representados de forma a enaltecer os profundos e peculiares valores que são transmitidos na especialidade taurina portuguesa carregada de solidariedade, força, honra e dignidade», como se ATACAR UM TOURO MORIBUNDO tivesse alguma coisa a ver com solidariedade, força, honra ou dignidade!
(José João Dutra, a figura ridícula que se faz e os disparates que se dizem para ganhar uns tostões!)
Mas o mais ridículo é isto: O acto foi encerrado com as palavras do presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, José Gabriel do Álamo Meneses, que enalteceu o projecto e em simultâneo a grande colaboração do município com as instituições taurinas locais, como o grupo de forcados amadores da tertúlia tauromáquica terceirense, apoio esse que irá continuar a manter.
Pois é senhor presidente, o senhor não tem o mínimo respeito por si próprio, como poderá ter respeito pela VIDA de um animal muito mais digno, sensível e inteligente do que aqueles que o torturam, para que sádicos e psicopatas possam divertir-se…? Nem os homens das cavernas o fizeram…
Envergonham o Arquipélago dos Açores, Portugal e a Humanidade com estas atitudes indignas da espécie humana.
Isabel A. Ferreira
(Que vergonha! Não há verbas para o essencial, mas para a selvajaria é o que se vê!
O povo destas ilhas que abra os olhos!!!!!)
TERCEIRA
Angra do Heroísmo. Câmara PS.
Praia da Vitória. Câmara PS.
GRACIOSA
Santa Cruz da Graciosa. Câmara PS. Candidato PSD.
SÃO JORGE
CDS.
FLORES
Lajes das Flores. Câmara PS.
SÃO MIGUEL
Lagoa. Câmara PS.
Ribeira Grande. Câmara PSD. Candidato PS.
Nordeste. Candidato PS.
***
VEJAM O NÍVEL DO PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES (PS)
Pela aragem não se vê quem vai na carruagem?
ABRAM OS OLHOS, AÇORIANOS!!!!!
A legalidade desta crueldade só diz do atraso mental de quem a permite, de quem a apoia, de quem a pratica e de quem a aplaude.
É também a maior prova de que há “homens” que são animais incontestavelmente irracionais.
Por favor, manifestem a vossa indignação enviando o texto abaixo ou outro original para os seguintes endereços, abaixo referidos.
Exmo senhor Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória
C/C: Presidente do Governo Regional dos Açores;
Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores;
Deputados da ALRA,
Continuando na senda da estupidez (porque não há adjectivo mais adequado), uma vez mais, as chamadas Festas da Praia, que se realizam de 4 a 13 de Agosto, vão ser manchadas pela prática sangrenta de touradas de praça e pelas aberrantes touradas à corda.
De acordo com uma fonte da Câmara Municipal da Praia da Vitória (ilha Terceira-Açores) as duas touradas de praça custarão 120 mil euros que dizem financiar-se com a venda dos ingressos.
Ou estamos perante um embuste, uma vez que na vizinha cidade de Angra do Heroísmo tal não acontece, ou estamos perante uma sociedade moralmente doente, que paga para se divertir, assistindo à tortura de animais.
E a isto chama-se sadismo, deformação do foro mental.
Se a segunda hipótese é a verdadeira, significa que a sociedade terceirense está em profunda crise de valores, mas sem dificuldades económicas, pelo que não faz qualquer sentido os choradinhos e os programas de apoio à ilha Terceira que supostamente passa por dificuldades resultantes da diminuição dos efectivos americanos na Base das Lajes.
Posto isto, e uma vez mais, aqui deixo o meu mais veemente repúdio e indignação, por verificar que apesar de todos os apelos à racionalidade, a Praia da Victória continua na senda da estupidez, porque, gostem ou não gostem, é da mais profunda estupidez um povo divertir-se à custa do sofrimento atroz de seres vivos, que várias Ciências já provaram ser animais sencientes e racionais.
Este tipo de divertimento difama o Arquipélago dos Açores e afasta aqueles que procuram beleza e tranquilidade, e encontram fealdade, crueldade, violência e um atraso civilizacional inigualável.
Com fé e esperança no triunfo da lucidez, da saúde mental, da civilização, da evolução e da racionalidade,
Isabel A. Ferreira
***
Contactos para o protesto:
presidencia@azores.gov.pt , srec.gabinete@azores.gov.pt , sram-sasm@azores.gov.pt , info.dram@azores.gov.pt , geral@cmpv.pt , amiguel@alra.pt; aluis@alra.pt; abradford@alra.pt;arodrigues@alra.pt; aalmeida@alra.pt;amarinho@alra.pt; apedroso@alra.pt; aviveiros@alra.pt; alima@alra.pt; snicolau@alra.pt; bbelo@alra.pt; cferreira@alra.pt; casilva@alra.pt; ccabeceiras@alra.pt; cgfurtado@alra.pt; ctoste@alra.pt; maia@alra.pt; dcunha@alra.pt;dfreitas@alra.pt; fcesar@alra.pt; fcoelho@alra.pt; gracasilva@alra.pt; gsilveira@alra.pt; inunes@alra.pt; vieira@alra.pt; javila@alra.pt; jcorvelo@alra.pt; jbcosta@alra.pt; jvcosta@alra.pt; jjorge@alra.pt; jmgavila@alra.pt; jcontente@alra.pt; jsan-bento@alra.pt; lrodrigues@alra.pt; lcgarcia@alra.pt;lmauricio@alra.pt; endeiro@alra.pt; mpereira@alra.pt; mramos@alra.pt; macosta@alra.pt; mferreira@alra.pt; mquinto@alra.pt; mcarreiro@alra.pt; mtome@alra.pt; micosta@alra.pt; rocha@alra.pt; mseidi@alra.pt; pestevao@alra.pt; pmendes@alra.pt; pparece@alra.pt; pmoura@alra.pt; cbotelho@alra.pt,ramalho@alra.pt;rmonteiro@alra.pt;snicolau@alra.pt; smcosta@alra.pt; zsoares@alra.pt, matp@gmail.com
CC:
gp_psd@psd.parlamento.pt, gp_ps@ps.parlamento.pt, gp_pp@pp.parlamento.pt, bloco.esquerda@be.parlamento.pt,gp_pcp@pcp.parlamento.pt, pev.correio@pev.parlamento.pt, comunicacao@pan.com.pt, gabinete.pm@pm.gov.pt belem@presidencia.pt
Façam este vídeo correr mundo, para que se saiba que em Portugal as crianças são incentivadas a aplaudir a crueldade, a violência, o SOFRIMENTO de um animal.
Sinto VERGONHA do governo português, liderado por um PS arcaico, aficionado e completamente fora da modernidade, da civilização, da evolução.
Isto é mórbido, patológico, doença mental grave.
https://www.facebook.com/451257841614428/videos/vb.451257841614428/1569516539788547/?type=2&theater
«Jun 30, 2017 — Governantes, autarcas, deputados e toda a classe política têm as mãos sujas. É a deseducação das crianças e o sangue de seres vivos que é derramado para satisfazer o vício de alguns e encher os bolsos de outros.»
Fonte:
Há povos assim: em vez de optarem pelo conhecimento, e evoluírem, preferem continuar na ignorância e enfiados em tocas sombrias e a cheirar à mofo.
Em Angra do Heroísmo o povo continua a comemorar o São João, santo católico, com uma bacoca afición, que se estende às crianças que, naquela terra, onde sopram ares bafientos, não merecem a protecção de quem de direito, ficando à mercê da violência e da crueldade intrínsecas às touradas à corda e de praça.
É uma coisa que faz parte de uma sociedade a que chamam "democrática e plural”.
Tudo isto abençoado pela igreja católica e por governantes que devem milhares de euros ao bom senso.
Angra do Heroísmo é, pois, um lugar à margem, ostracizado pelo turismo culto.
Muitas e variadas vozes já se manifestaram contra esta iniciativa, que desprestigia os Açores, os Açorianos, a Comunicação Social, Portugal, os Portugueses e a Humanidade no seu todo.
Eu própria já manifestei o meu repúdio, neste Blogue.
Mas eis a carta de um Médico Veterinário, que já exerceu a profissão nos Açores, e sabe do que falamos…
E se a Rádio Clube de Angra TENTAsse colocar-se no lugar do desaventurado bovino bebé?
«Exmo. Senhor Director da Rádio Clube de Angra:
Deve ser do conhecimento de V. Exa. que touros e cavalos são seres sencientes, emotivos, conscientes, muito à semelhança do que acontece com os seres humanos!
Deve ser do conhecimento de V. Exa. que a ciência honesta afirma isso mesmo!
Deve ser do conhecimento de V. Exa. que deste conhecimento adquirido, pessoas com o mínimo de sensibilidade desenvolvem empatia e imensa compaixão por pessoas e animais torturados, o que simultaneamente provoca indignação e aversão a pessoas e organismos responsáveis por tais actos.
Deve ser do conhecimento de V. Exa. que tudo isto contribui para a péssima reputação de Angra do Heroísmo e da sua Rádio e dos Açores e de Portugal.
De acordo com notícias publicadas na comunicação social, no próximo dia 25 de Março a Rádio Clube de Angra vai comemorar os seus 70 anos com uma tenta que terá lugar na Quinta do Malhinha.
Como deve ser do Vosso conhecimento, as tentas são manifestações de violência gratuita, onde são torturados animais que são picados com ferros que lhes rasgam e perfuram a pele, carne e músculos.
Face ao exposto, venho desta forma solicitar a sua intervenção para impedir a realização deste espectáculo repudiável que constitui uma vergonha para o povo açoriano, um povo que na sua imensa maioria não quer ser associado por mais tempo à realização de espectáculos violentos e sangrentos onde são torturados animais para simples diversão dumas poucas pessoas.
A Rádio Clube de Angra deve continuar a ser “A Voz da Terceira” e não ser porta-voz ou promotor da tortura.
Vasco Reis,
Médico Veterinário aposentado,
Médico Veterinário Municipal na Praia da Vitória de 1986 a 1989
***
O que é uma tenta?
http://mgranti-touradas.blogspot.pt/2012/06/tenta.html
Aqui há dias, foi a Maria Alzira Seixo, professora catedrática na Universidade de Lisboa, a descer o nível, numa publicação que lhe valeu monumentais críticas. Mas Maria cresceu na Moita e estudou o básico na Moita. Não conseguiu evoluir, até porque a Universidade não propicia evolução, se não nascemos dotados para evoluir.
Agora, é um professor da Universidade Nova de Lisboa, que nasceu e cresceu em Angra do Heroísmo (não ficará tudo dito?), e já foi deputado pelo Partido Socialista e Secretário da Educação dos Açores, que desliza na lama.
PASMEM!
Origem da imagem:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10154424936599727&set=p.10154424936599727&type=3&theater
Reparem no comentário. Foi dirigido a uma amiga minha. Mas a mim também estão constantemente a dirigir estes “mimos”.
Que baixaria!
Que ordinarice!
Ao que parece, os aficionados de tauromaquia nascem com o cérebro descido, entre as pernas, daí, tudo o que “pensam” é a este nível.
São estes os argumentos que usam para nos atacarem e exorcizarem a invirilidade de que sofrem. Tudo isto a Psicologia, a Psiquiatria e a Psicanálise tem muito bem estudado.
Precisam ATACAR um inofensivo e indefeso animal para se sentirem “machos”.
E como se isso não bastasse, atacam as senhoras deste modo abjecto, como se não tivessem sido paridos por uma senhora também. E estou a ser delicada com as progenitoras destes "machos" (reparem que eu não lhes chamei HOMENS).
E não há ensino superior que lhes valha.
Aliás, a tauromaquia é uma doença incurável, do foro psiquiátrico, que ataca indiscriminadamente ricos e pobres, letrados e analfabetos, governantes e governados, deputados de partidos da direita e da esquerda, toldando-lhes, por completo, a capacidade de raciocinar.
E então quando nascem com o cérebro descido…!!!!!
É o que se vê!
Isabel A. Ferreira
Texto de Mariano Soares
Como é do conhecimento público e como tem sido hábito pelas sanjoaninas, Angra do Heroísmo transforma-se na capital da tortura de bovinos e da deseducação de jovens e crianças. Tal só é possível com o apoio por parte da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, nos últimos cinco anos, de um milhão e trezentos mil euros e este ano de cem mil euros.
Se formos investigar os programas das festas ao longo dos tempos facilmente se concluirá que a “nobreza” angrense sempre associou umas festas com uma forte componente recreativa ao mais arcaico e vil acto de torturar e matar animais para divertimento de seres que se dizem humanos.
Não vamos ser exaustivos e comentar ano a ano os diversos programas apresentados pelas diversas comissões organizadoras das sanjoaninas para não massacrar os corações dos seres humanos mais sensíveis. Neste texto, limitar-nos-emos a dar a conhecer alguns aspectos menos conhecidos que não abonam a favor do bom nome dos angrenses, pois nem todos têm culpa de na sua terra viverem pessoas sem escrúpulos e sanguinárias.
Entre 1812 e 1814, o inglês Briant Barret visitou as sete ilhas dos Açores do grupo central e oriental, tendo assistido na ilha Terceira às festas do Espírito Santo e às festas em honra de São João.
Num manuscrito ainda inédito, existente na Biblioteca Pública de Ponta Delgada, Barret relata as barbaridades que observou numa tourada onde, para além dos touros, eram vítimas de maus tratos outros animais, como gatos, coelhos e pombos.
Em 1839, segundo o jornal “O Angrense”, no último dia dos festejos, houve uma simulação de uma caçada, sendo as vítimas coelhos e pombas e algozes quem matou não por necessidade de alimento mas por puro sadismo. Para os leitores ficarem com uma ideia do divertimento abaixo transcrevemos o relato do que ocorreu:
“Depois de sair a Dança, quando todos os espectadores estavam mutuamente aplaudindo o espectáculo, e não esperavam senão pela cavalhada, um novo entretenimento inesperado deu entrada na Praça, que obteve muita aceitação. Alguns mascaras era trajes de caçadores, trazendo uma matilha de cães, e a tiracolo os seus furões, fizeram introduzir na Praça uma coluna artificial, coberta de arbustos e fetos, dentro da qual estava invisível um indivíduo, que lançando amiudadamente pombas e coelhos, dava aos caçadores aquele prazer que sentem em empregar um tiro. O latido dos cães que corriam atrás dos coelhos, a sagacidade do furão que desalojava, e trazia os que se escondiam nas covas do monte; a bulha, os gestos, e vozearias dos caçadores, dava perfeitamente uma ideia do que é uma caçada, e satisfez por extremo aos que nunca tinham visto aquele divertimento”.
Num texto publicado em 1925, Gervásio Lima descreveu como eram as festas de São João na Ilha Terceira. Através da sua leitura ficámos a saber que houve grandes alterações, uma das quais foi o facto dos responsáveis pelas mesmas terem sobrevalorizado a componente profana e mandado às urtigas a religiosa. Na componente profana, com a bênção da igreja que se agarra a tudo para não perder seguidores, nunca faltaram as touradas, primeiro com touros em pontas “até que um decreto ordenou que se serrassem as pontas, pelas muitas mortes que causavam…”
Sobre o assunto, escreveu Gervásio Lima: “Os jogos de luta e destreza, as justas e torneios, que terminavam sempre por corridas de toiros, em pontas, nos primeiros anos, em que chegaram a matar segundo o uso de Espanha e, talvez, por influência da dominação filipina que na alvorada do século XVII exerceu predomínio nos costumes terceirenses”.
Nem no ano em que Portugal saiu de uma ditadura que, para além de torturar e matar os seus cidadãos que pensavam de modo diferente ou os que, sendo da mesma laia, caíam em desgraça, sempre acarinhou a tortura animal, as festas de São João de Angra do Heroísmo deixaram de torturar touros e cavalos.
Em 1974, para além de uma tourada à corda e de uma espera de gado, realizaram-se três touradas de praça. A primeira tourada de praça mereceu um texto publicado no Diário Insular assinado por Bruges da Cruz que demonstra a sua falta de humanidade já que nem uma palavra escreveu sobre a tortura animal, sendo a única preocupação com a mansidão dos touros. Segundo ele “na verdade, com touros tão mansos não se pode tourear”.
Não podia terminar este texto sem dedicar uma frase ao senhor Bruges da Cruz e a todos os promotores e frequentadores de touradas: “com gente tão reles, sádica e retrógrada o mundo não pode evoluir”.
20 de Junho de 2016
Mariano Soares
Fonte:
(AVISO: uma vez que a aplicação do AO/90 é ilegal, não estando efectivamente em vigor em Portugal, este texto foi reproduzido para Língua Portuguesa, via corrector automático).