Porque estamos em plena época da aberração tauromáquica, aqui vos deixo mais um excelente contributo do Dr. Vasco Reis, único Médico-Veterinário português que dá a cara pela causa da Abolição das Touradas.
Este texto é baseado na Ciência Médico-Veterinária, na Etologia (disciplina da Zoologia que estuda o comportamento animal) e na experiência profissional e desportiva do autor, escrito por ocasião do II Fórum da Cultura Taurina nos Açores, e que trago à liça por considerá-lo crucial para o esclarecimento daqueles que ainda têm dúvidas quanto ao que é esta “coisa” a que chamam de “tauro (touro) maquia (lucro, dinheiro)”, e que não passa, literalmente, de lucro à custa da tortura de Touros.
Um triste “espectáculo” de baixo nível cultural e artístico, onde Touros e Cavalos sofrem para gozo de um escasso número de sádicos, também de baixo nível intelectual e moral. Valeu a pena? Vieram mais ricos espiritualmente? Encheram a alma com imagens de rara beleza…?
«A verdadeira realidade da tauromaquia»
Por Vasco Reis - Médico Veterinário
O activista Dr. Vasco Reis, na sua luta pela extinção de uma prática que não dignifica a Humanidade.
«Está anunciado o II Fórum da Cultura Taurina com especialistas de 9 países que se reúnem durante 3 dias na Ilha Terceira, a campeã da “afición” no Arquipélago.
Os efeitos do fórum serão evidentes, visto que a tauromaquia é uma modalidade que assenta em primeira linha na exploração violenta e cruel do touro, sempre, e do cavalo nos programas em que ele é utilizado como veículo do actor tauromáquico e obrigado a tornar-se “cúmplice” da lide, sofrendo ansiedade e esgotamento e arriscando ferimento e morte.
O fórum está a ser considerado como um momento de reflexão, de prestígio para os Açores, de promoção da atractibilidade da Região e como reforço do turismo.
Considero que, quanto à influência sobre o turismo, as vertentes serão duas e opostas:
Poderá atrair aficionados, gente que sob a designação de arte, aprecia a violência e as fases impressionantes do massacre do touro e as arrancadas e as fintas do cavalo dominado pelo cavaleiro. Poderá também atrair gente tornada curiosa pela publicidade enganosa da organização.
Por outro lado, irá afastar turistas conscientes e compassivos, que vão preferir outros destinos, onde tal espectáculo de massacre não seja permitido.
Quanto à influência sobre o prestígio dos Açores, só pode ser muito negativa, porque publicita o facto de que a Região Autónoma, parte de Portugal (que também é atingido), pertence ao retrógrado grupo dos únicos 9 países do Planeta, onde touros e cavalos são massacrados legalmente.
Falta referir-me ao momento de reflexão, que bem necessário é e para o qual eu pretendo contribuir com muito empenho, argumentando resumidamente com o que a Ciência Médico-Veterinária, a Etologia e a minha experiência profissional e desportiva me ensinaram.
A ciência, fundamentada na investigação anatómica, fisiológica e neurológica dos animais usados na tauromaquia, confirma o que o senso comum revela: touros e cavalos sofrem antes, durante e depois dos espectáculos tauromáquicos.
O touro é o elemento sempre massacrado da tauromaquia, desde intensa e prolongada ansiedade a partir do momento em que é retirado do campo, seguindo-se repetidos e dolorosos ferimentos, esgotamento anímico e físico e quase sempre a morte em longa agonia.
O cavalo, dominado e violentado pelo cavaleiro tauromáquico é o elemento obrigado a arriscar tudo e a sofrer perante o touro, desde ansiedade, ferimento físico até a morte.
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga para poderem sobreviver. Sem essas capacidades não poderiam subsistir.
Portanto, medo e dor são essenciais e condição de sobrevivência.
É testemunho da maior ignorância ou intenção de ludíbrio, o afirmar-se que algum animal em qualquer situação possa não sentir medo e dor, se for ameaçado ou ferido.
A ciência revela que anatomia, fisiologia e neurologia do touro, do cavalo e do homem são extremamente semelhantes. Os ADN são quase coincidentes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto e o ferimento.
O especismo é uma atitude que, arrogantemente, coloca o Homem numa posição de superioridade, que lhe permite dispor sobre os animais, como quiser.
A compaixão selectiva visa tratar bem certas espécies (em geral cães e gatos) e menos bem, outras, quase consideradas como objectos.
Os animais não humanos são considerados menos inteligentes do que os seres humanos. Podem estar mais ou menos próximos e mais ou menos familiarizados connosco, mas eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto e à dor.
É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.
"A compaixão universal é o fundamento da ética" - um pensamento superior do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.
A tauromaquia está eivada de especismo sobre o touro e sobre o cavalo.
O homem faz espectáculo e demonstração da sua "superioridade" provocando, fintando, ferindo com panóplia de ferros que cortam, cravam, atravessam, couro, músculos, tendões, órgãos vitais, esgotam, por vezes acabam por matar o touro, em suma lhe provocam enorme e prolongado sofrimento para gáudio de uma assistência que se diverte com o sofrimento, a agonia e a morte de um animal.
Isto é comparável aos espectáculos de circo romano, há muito considerado espectáculo bárbaro, onde escravos e cristãos eram obrigados a lutar e a matarem-se uns aos outros ou eram atirados aos leões para serem devorados.
O cavalo é dominado com ferros castigando as gengivas bucais e a língua e esporas mais ou menos agressivas, até cortantes, no ventre.
Esta montada é posta em risco de mais ferimento e de morte, pelo cavaleiro tauromáquico, que o utiliza como veículo para combater e vencer o touro.
O sofrimento do cavalo soma-se aqui ao do touro.
Na tauromaquia, touro e cavalo são excluídos de qualquer compaixão, antes pelo contrário, estão completamente submetidos à violência e ao sofrimento.
E o espectáculo é ainda legal em Portugal e mais oito países, publicitado e mostrado na comunicação social, aclamado, fonte de negócio, de prosa e de poesia. Que tristeza.
Tauromaquia é a “arte” de dominar e massacrar touros e cavalos e organizar com isso espectáculos para recreação de aficionados ou de simples curiosos.
Mas nesta “arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.
São muitas as pessoas conscientes e compassivas, que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram anti educativa, fonte de enorme vergonha e atentatória da reputação internacional de Portugal, obstáculo dissuasor do turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem! Porque fazem sofrer os animais os chamados “artistas”? Dar-lhes-á isso algum gozo?
Será isso admirável, corajoso, heróico?
Com certeza que existem boas e inócuas alternativas para os aficionados, para os trabalhadores tauromáquicos, para os "artistas", para os campos e para os touros e cavalos.
Os campos podem ser utilizados de outro modo.
A raça pode ser mantida sem a cruel tauromaquia.
Os trabalhadores, campinos e ganadeiros podem continuar o seu trabalho.
Os forcados, cujo papel só surge depois do touro ter sido massacrado e esgotado previamente, podem dedicar-se a actividades ou desportos leais e entre iguais, onde valentia, luta corpo a corpo são fulcrais, como o boxe, a luta livre e outros e que exigem espírito de equipa, como o rugby por exemplo, considerado desporto de cavalheiros.
Aconselho, pela sua mensagem, alguns vídeos extremamente informativos, muito influentes no processo que teve lugar no Parlamento da Catalunha de que resultou a votação que levou à proibição de corridas de touros naquela região autónoma espanhola, facto que está tendo enorme repercussão mundial.
Fundamentado no acima exposto, anseio pela proibição das corridas de touros em Portugal e no mundo. Não quero nem posso admitir que qualquer região ou nação seja vergonhosamente conhecida no seu trato aos animais como sendo uma região ou nação bárbara, retrógrada e cruel.
Na certeza de que V. Exas. tomarão em consideração esta minha mensagem assino-me
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário desde 1967,
Actualmente aposentado em Aljezur.
Permitam-me o seguinte curto extracto do meu currículo, o qual ilustra alguma da minha experiência prática que dita muitas das minhas opiniões:
Trabalhei 7 anos na Suíça, 10 anos na Alemanha, 3 anos nos Açores (na Praia da Vitória, Ilha Terceira, onde existe afición e onde tive de intervir obrigatoriamente no acompanhamento dos touros nas touradas na minha qualidade de médico veterinário municipal) e 21 anos em Portugal Continental.
Trabalhei sempre, entre outras espécies, com bovinos e cavalos.
Fui cavaleiro de concurso hípico completo e detentor de dois cavalos polivalentes.
Conheço bem os cavalos, a sua personalidade e as suas aptidões.
Fui entusiástico jogador de rugby durante três anos.
Vasco Reis»
Nota: escusado será dizer que este saber do Dr. Vasco Reis, entrou por um ouvido e saiu pelo outro, dos que têm o poder de acabar com esta prática bárbara. E isto acontece porque em cérebros mirrados se não entra nem um grão de poeira, como poderá entrar a Sabedoria? (I.A.F.)
No passado dia 9 de Agosto, o Peter Janssen, o Artur Nascimento e o Helder Silva saltaram, interventiva e completamente indefesos e sem qualquer comportamento violento, para a arena da Praça de Touros de Albufeira, antes da largada do 3º touro. Foram maltratados e presos e, apesar de já algemados, continuaram a ser maltratados por tipos da organização e do público, sem que a GNR se tivesse oposto a isso. Isto foi filmado.
Agressores foram elementos da equipa de tauromáquicos e gente do público e agente da GNR. Foi filmado e testemunhado.
Notável a cobardia dos que atacaram os 3 heróicos abolicionistas e ainda a Carla Sananda e a Mónica Gaspar.
Por amor aos touros, cavalos e pessoas solidárias, eles arriscaram sofrimento e integridade física, exposição para o seu futuro e cadastro.
Com a nossa presença, vamos também demonstrar que reconhecemos a sua atitude e vamos render-lhes homenagem.
Apelamos a uma grande presença para que a PRESSÃO para o encerramento desta Praça de Touros / lugar de tortura / se torne avassaladora e vitoriosa e para que o conhecimento científico, a compaixão, a empatia, a ética, que obrigam ao respeito pelos touros e cavalos (seres sencientes, conscientes, dotados de emoções e sentimentos muito semelhantes aos dos seres humanos) vençam a luta contra o mau hábito, a cruel "tradição" e a negociata defendida por aficionados, lobistas e seus apoiantes à custa do sofrimento dos animais e provocando imensa indignação em pessoas conscientes.
A manifestação será pacífica e está autorizada pela Câmara Municipal de Albufeira e vai ter acompanhamento da GNR.
Vamos informar sobre o sofrimento dos animais; vamos denunciar a publicidade enganosa e que nega o sofrimento na tourada; vamos lastimar que os turistas sejam assim enganados e atraídos; vamos afirmar a nossa indignação e oposição e exigir a abolição; vamos apelar a não assistirem àquele espectáculo de tortura; vamos estar disponíveis para conversar com quem o desejar.
É uma oportunidade para pessoas respeitadoras dos direitos dos animais se reunirem numa atmosfera de generosidade e solidariedade!
A nossa argumentação não será agressiva contra os turistas!
Ponto de encontro - pelas 20 h 30 m no parque de estacionamento da Corcovada. Às 21 horas partiremos de ali para estarmos em frente da Praça de Touros, como de costume.
Vasco Reis,
Aljezur
O mal-esclarecido governo português, ao serviço de interesses estrangeiros, aprovou furo de petróleo em Aljezur, ainda que contra a vontade esclarecida de milhares de portugueses.
O Dr. Vasco Reis, a mais ruidosa voz contra este atentado ambiental, escreveu este excelente texto que aqui reproduzo, como um grito desesperado, de um povo que assiste à derrocada irracional do seu País.
É a ditadura econocrata a ultrapassar todos os limites.
Faço totalmente minhas as palavras do Dr. Vasco Reis.
E abaixo este governo que está a destruir Portugal!
Origem da Foto:
Texto do Dr. Vasco Reis (Médico Veterinário de Aljezur)
«Muitos políticos são medíocres de conhecimento, de carácter, subservientes, interesseiros, defendem interesses mesquinhos de grupos estrangeiros, nacionais e próprios, pouco lhes interessando a arte de bem governar.
Consta que alguns até sejam corruptos! De qualquer modo, pouco defendem a Natureza, o Ambiente, a Vida e o Bem-Estar de animais humanos e ainda menos, de não-humanos. Tudo é explorado para seu lucro próprio quando servem outros interesses, traindo o país, como quando servem interesses de petrolíferas, para dar um exemplo actual e bem destacado!
Por outro lado, muitos cidadãos são pouco cientes, mal informados, enganados, distraídos, abúlicos, medrosos e incapazes de exercerem o seu direito e dever de cidadania.
Nem conseguem destrinçar os políticos lastimáveis (estes são muitos) dos políticos decentes (que são poucos). Não reconhecem ninguém, criticam tudo, desconfiam de tudo e de todos, viram as costas à cidadania e acham que fazem bem! No entanto, deixam os políticos à vontade para fazerem o que bem apetece a estes, não tomam atitudes de defesa perante a agressão e exploração dos mal "eleitos".
Muito mais lhes interessam os futebóis e porradas criminosas que os jogadores e staff da equipa de futebol do SPORTING sofreram, o que aliás, também é importante!
E neste círculo vicioso vai-se desgraçando este país que devia ser nosso, a caminho da destruição, da poluição, do saque, da exploração sem escrúpulos!!!
Aqui vai um apelo desesperado: vamos levantar-nos e defender a Natureza, a qualidade do Ambiente que serve a qualidade da Saúde, a Economia, o Turismo, a nossa Identidade, a Soberania de Portugal!!!
Vamos mostrar que Portugueses e residentes solidários são capazes de defender o país contra a má governação pactuante com a destruição da nossa terra!
Sejam bem-vindos a Aljezur!»
***
A esta hora, frente à Câmara Municipal de Aljezur, está a realizar-se uma manifestação, com a palavra de ordem:
VIVA PORTUGAL PRESERVADO E SOBERANO!
A este propósito eis a posição do PAN - Partido Animais e Natureza
«A Agêndia Portuguesa do Ambiente existe para defender os valores ambientais e não para ser uma secretaria do Ministério da Economia. É assim com o petróleo, com as celuloses e com as suiniculturas.»
Dedicado aos Estudantes de Coimbra que acabaram de dizer NÃO a estas práticas trogloditas
Um texto escrito em 2012, pelo médico-veterinário, Dr. Vasco Reis, a propósito da inclusão de uma garraiada na semana de recepção ao caloiro, na Universidade do Algarve, anulada por Macário Correia, um Homem que evoluiu, ao contrário de outros governantes, que andam por aí a andar para trás como o caranguejo…
Isto é uma “vacada”. Observe-se que a vaca está manietada com uma corda. Os cornos estão impossibilitados de exercerem a função deles, isto é, DEFENDER a Vaca. A Vaca, que não é animal de água, está a ser torturada dentro de água, por COBARDES BRONCOS...
Hoje em dia só é ignorante quem quer ser ignorante
«Preocupa-nos profundamente a tauromaquia com o seu cortejo de crueldade exercida sobre animais (touros e cavalos) e os seus impactos sociais e sobre a reputação internacional do nosso país. Preocupa-nos a intenção de ser organizada uma garraiada pela Associação Académica da Universidade do Algarve.
(…)
Junto um texto meu a propósito de vacadas, garraiadas e tauromaquia.
Na tauromaquia são várias as modalidades de abuso de bovinos, tanto em âmbitos privados, como em espectáculos organizados para diversão, desde touradas até garraiadas, vacadas, etc.
Para quem não saiba do que se trata, pode informar-se por vídeo no YouTube.
O sofrimento começa na captura e possível “preparação” do bovino para o “espectáculo” com acções e intervenções para enfraquecer o animal.
Prossegue no transporte causador de pânico, claustrofobia, desgaste, até chegar à arena. O sofrimento prossegue aqui com susto, provocação por muita gente, ludíbrio por muita gente, violência física por muita gente, esgotamento anímico e físico, ferimentos (por vezes morte).
Prossegue depois com mais violência na recolha, no transporte, etc.
Em algumas intituladas garraiadas, acontece o cravar de bandarilhas, farpas.
É fundamental argumentar científica, ética, cultural, socialmente, ou seja, civilizadamente, para justificar o ponto de vista dos respeitadores dos animais e opositores da tauromaquia e, assim, contribuir para diminuir o sofrimento provocado pelo Homem sobre os animais não humanos.
É muito fácil rebater os argumentos do lobby tauromáquico, que para branquear o “espectáculo” cruel, faz uso de afirmações fantasiosas e não respeita o Senso Comum, a Ciência e a Ética.
Plantas são seres sem sistema nervoso, não sencientes e sem consciência.
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa, ausentes nas plantas. Portanto, medo e dor são essenciais e condições de sobrevivência.
A ciência revela que a constituição anatómica, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento.
Eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto, ao prazer e à dor.
Descobertas recentes confirmam que animais, muito para além de mamíferos, aves, polvos, são seres inteligentes e conscientes.
O Senso Comum apreende isto e a Ciência confirma.
É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.
«A compaixão universal é o fundamento da Ética» - um pensamento profundo do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.
Na tourada, o homem faz “espectáculo” e demonstração de arrogância, de poder, de "superioridade", mas também de crueldade, provocando, fintando, ferindo com panóplia de ferros que cortam, cravam, atravessam, esgotam, por vezes matam o touro, em suma, provocam-lhe enorme e prolongado sofrimento, para gozo de uma assistência que se diverte com o sofrimento de um animal nesta aberração designada por “arte”, “desporto”, “espectáculo”, “tradição”.
O cavalo sofre enorme ansiedade, que por vezes lhe provoca a morte por paragem cardíaca, é incitado e castigado pelo cavaleiro para que enfrente o touro, sofre frequentemente ferimentos, que até lhe podem provocar a morte.
Mas nesta “arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.
São muitas as pessoas conscientes e compassivas que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram antieducativa, fonte de enorme vergonha para o país, lesivo de reputação internacional, obstáculo que dissuade o turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem!
Muitos turistas aparecem nestes “espectáculos” por engano e por curiosidade.
De lá saem impressionados e pensando muito negativamente sobre o que presenciaram e sobre a gente portuguesa que, neste nosso permissivo país, tal coisa apoia.
Vacadas e garraiadas contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais, o que pode propiciar mais violência futura sobre animais e pessoas. Por isso, elas não devem sequer realizar-se onde já não são novidade e, muito menos, em sítios onde não existe “tradição”.
A utilização de animais juvenis submetidos à violência de multidões, não pode ser branqueada como “espectáculo que não tem sangue e é só para as crianças se divertirem".
Mesmo que não tenha sangue, é responsável por muito sofrimento dos animais. Contribui, certamente, para a perda de sensibilidade de pessoas, principalmente de crianças, e para o gosto pela cruel tauromaquia.
É indissociável de futilidade, sadismo, covardia.
A brincar, a brincar, se viciam pessoas, como sabemos.
Até serve a estratégia dos tauromáquicos visando a manutenção e a expansão da tauromaquia.
Vasco Reis,
Médico-veterinário
Aljezur
21.08.2012»
Um texto do médico veterinário Dr. Vasco Reis
Para ler e reflectir… e depois disto só quem for completamente acéfalo é que continuará a dizer que os Touros e os Cavalos não sofrem…
Aqui estão os embriões de um Cavalo, de um Bovino (Touro) e de um Ser Humano. Quem conseguir dizer que embrião pertence a qual espécie... saberá muito mais do que imagina… Mas se não souberem, perguntem e responderei. E depois pasmem-se...
«Touro, Cavalo, Homem»
Por Dr. Vasco Reis - (médico-veterinário)
Nas três espécies:
O desenvolvimento embrionário é idêntico nas primeiras fases e pouco diverge nas fases seguintes, além de aspectos morfológicos e de alguns órgãos não essenciais.
Pode verificar-se que o esquema anatómico (aparelhos e sistemas) é comum; fisiologia e neurologia são idênticas.
A semelhança de sistema nervoso (centros nervosos, nervos) é flagrante.
A partir de encéfalos (central onde se processa o sentir, o pensar, o compreender, o decidir, o reagir) com estruturas correspondentes nas 3 espécies, é de se esperar que senciência/sentidos, emoções, consciência, sentimentos, estados de disposição, reacções sejam muito semelhantes nas três.
Os vários comportamentos confirmam isso mesmo, implicando semelhanças de necessidades (ar, alimento, água, movimento, espaço, liberdade); de sentidos; de consciência do que se passa à volta; de inteligência; de sentimentos; de emoções; de humores; de reacções a agressão, dor, ferimento, susto, prisão, cio; de confiança e desconfiança; de amizade; de sentido de guarda e de protecção; de ligação sentimental maternal, filial, paternal, fraternal, de grupo; de gosto por carícia, por desafio, por provocação, por brincadeira, etc.
Agressão a um touro ou a um cavalo - seres sencientes - é causadora de sofrimento, não muito diverso do que sofreria um ser humano em circunstâncias análogas.
Sofrimento físico (dor) é fundamental para compelir o ser a defender-se, a afastar-se do agente causador e a procurar segurança e alívio. A dor é assim fundamental e imprescindível para a defesa e a sobrevivência do ser e da espécie.
Não é reacção que se ponha de lado com mais ou menos excitação ou com mais ou menos hormonas (ao contrário do que Illera pretende na sua pseudociência).
As plantas são seres desprovidos de sistema nervoso e, portanto, não podem sentir dor, não têm consciência, não podem reagir rapidamente, não podem fugir. Não sofrem!
Vasco Reis, médico veterinário
Aljezur, 13 de Janeiro de 2014.
Fonte:
https://www.facebook.com/vmmreis/posts/1206826349407743?notif_t=notify_me¬if_id=1484337081059237
A propósito deste artigo publicado no Jornal Público
https://www.publico.pt/temas/jornal/ser-forcado-e-ser-forcado-27040004
a louvar a actuação dos forcados nas touradas, o Médico-Veterinário Dr. Vasco Reis *** (atenção que não é um veterinário com diploma tirado aos fins-de-semana!) escreveu este texto que diz tudo da cobardia extrema, destes que são os maiores carrascos dos Touros
Urge derrubar os falsos mitos
Oito matulões atacam um ser senciente e indefeso, esgotado, ferido, sangrado por arpões espetados por “cavaleiros”; oito matulões atacam um Touro moribundo. Será isto valentia ou uma descomunal cobardia? Isto é quase como bater num morto.
«Excelências do PÚBLICO!,
Acrescento que a intervenção dos forcados deve ser completamente desaprovada por se tratar de maltrato animal/ violência exercida sobre bovinos inocentes, os quais como "preparação" para a pega, acabaram de ser ludibriados, esgotados, feridos, sangrados por arpões espetados por cavaleiros tauromáquicos, subjugando e obrigando as suas montadas a transportá-los para os ataques contra o touro, com a finalidade de o enfraquecer extremamente, facilitando assim a pega.
Este touro pegado pelos forcados, tinha sido recentemente arrancado ao campo, violentamente empurrado e impulsionado por aguilhão eléctrico, metido e apertado em espaços exíguos, transportado em pânico, claustrofobia, luta, suportando maus tratos, privações, corte da extremidade dos cornos (de tal maneira stressante e doloroso, que alguns morrem durante essa intervenção), confinado suportando durante horas, altas temperaturas sob o sol do Verão, o que o desidrata, aflige e enfraquece.
Depois da lide e da pega, o touro é imobilizado com cordas à volta dos cornos, para que as bandarilhas lhe sejam arrancadas violentamente com ajuda de cortes sem qualquer anestesia.
A seguir são impelidos com aguilhão eléctrico, ao que reagem com os berros que se escutam ao longo deste cruel espectáculo.
Até que o abate violento o liberte do esgotamento, da intoxicação metabólica, da desidratação, do sofrimento físico e anímico, das dores e da febre, ainda terá de suportar durante uns dias alguns maus tratos, transportes, contenção.
Por estas e por outras, considero vergonhosa para o PÚBLICO a apresentação da condição de forcado como algo de admirável.
O artigo desperta, certamente, comentários falaciosos e disparatados sobre o diminuto ou ausente sofrimento de touros e cavalos, mais ou menos baseados em estudos pseudo científicos, mas que servem para " branquear" a tortura.
Das duas, uma: ou se trata de ignorância, ou de mentira consciente.
Considero que, através deste artigo, o "Público" prestou um mau serviço à informação e marcou muitos pontos negativos.
Com os melhores cumprimentos
Vasco Reis, Aljezur»
Texto publicado em 9/9/2016, aqui:
https://www.facebook.com/vmmreis?fref=ts
***
(***) O Dr. Vasco Reis estudou Medicina Veterinária em Tierärztliche Hochschule Hannover e na Escola Superior de Medicina Veterinária de Lisboa
Como Médico Veterinário trabalhou na Suiça, Alemanha e Poretugal
Como Médico Veterinário, que se preza de o ser, o Dr. Vasco Reis é Pelo direito à Vida de Todos os Animais.
… PARTICIPEMOS NA TERTÚLIA ABOLICIONISTA “FADO, FRANCESINHAS E TOUROS”
(As francesinhas são vegetarianas, servidas num restaurante vegetariano)
Vivam Abolicionistas!
Pensamos que a luta abolicionista pode e deve ser variada, e terá êxito quando contribuir para a informação e a evolução das mentalidades; quando contribuir para o apoio, reforço e coesão dos activistas; quando contribuir para a demonstração pública da vontade abolicionista.
Assim, poderemos informar e reforçar o conhecimento de activistas e de indiferentes e até corrigir opiniões de aficionados, pois “a esperança é a última a morrer”.
Além disso, poderemos apresentar argumentos e demonstrar a nossa força abolicionista a deputados, governantes e autoridades, à população, à comunicação social.
Pensamos que devemos ser actuantes e não perder oportunidades preciosas.
Neste momento temos uma importante oportunidade, para contribuir para a desmistificação da ideia de que ser fadista, ou gostar do fado, implica aceitação da tauromaquia.
O fado é uma forma de arte e uma bela tradição, e não pode ser aviltado ao ser associado à cruel aberração tauromáquica.
Temos agora a extraordinária oportunidade de desfazer essa manipulação que foi feita, e de reconhecer um generoso fadista, animalista e abolicionista, e a sua bela criação musical "DANÇA DOS FRACOS", contra a exploração tauromáquica de touros e cavalos, integrada no seu magnífico CD "ETERNO".
Estamos profundamente gratos ao artista José Manuel Ferreira e ao seu conjunto de eminentes músicos, vindos expressamente do Algarve, e estamos muito felizes por termos connosco estes amigos de pessoas e de animais.
Vamos fazer história ao desfazer alguma pretensa cumplicidade entre o fado e a tauromaquia, e dar alento a muitas e muitos fadistas para declararem e reforçarem a sua oposição à tauromaquia.
Esperamos registar uma boa afluência de abolicionistas a esta Tertúlia, iniciada com um delicioso jantar das não menos tradicionais Francesinhas, seguido de arte musical e de um convívio dentro do mais generoso e esperançoso ambiente a bem da sociedade e dos animais.
Lembramos também que a afluência ao jantar contribuirá para ajudar a suportar as despesas com o evento.
Sejam muito bem-vindos!
Eu estarei presente, ido de Aljezur e gostaria muito de vos encontrar!
Um grande abraço abolicionista,
Vasco Reis
Médico Veterinário
Dedico este texto aos terceirenses fanáticos de touradas à corda, com esperança de que aceitem a realidade (I.A.F.)
Por Vasco Manuel Martins Reis,
(Médico-veterinário, Aljezur, Portugal)
Na tauromaquia são várias as modalidades de abuso de bovinos, tanto em âmbitos privados, como em espectáculos organizados para diversão, desde touradas até garraiadas, vacadas (touradas à corda), etc..
O sofrimento começa na captura e possível “preparação” do bovino para o espectáculo com acções, intervenções para enfraquecer o animal.
Prossegue no transporte causador de pânico, claustrofobia, desgaste, até chegar à arena.
O sofrimento prossegue aqui com susto, provocação por muita gente, ludíbrio por muita gente, violência física por muita gente, esgotamento anímico e físico, ferimentos (por vezes morte). Prossegue depois com mais violência na recolha, no transporte, etc..
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa, ausentes nas plantas. Portanto, medo e dor são essenciais e condições de sobrevivência.
Vacadas e garraiadas e touradas à corda contribuem para insensibilizar, habituar e até viciar crianças e adultos no abuso cruel exercido sobre animais, o que pode propiciar mais violência futura sobre animais e pessoas.
…
A utilização de animais juvenis submetidos à violência de multidões, não pode ser branqueada como “espectáculo que não tem sangue e é só para as crianças se divertirem". Mesmo que não tenha sangue, é responsável por muito sofrimento dos animais.
Contribui, certamente, para a perda de sensibilidade de pessoas, principalmente de crianças, e para o gosto pela cruel tauromaquia. É indissociável de futilidade, sadismo, covardia.
A brincar, a brincar, se viciam pessoas, como sabemos.
São muitas as pessoas conscientes e compassivas que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram anti educativa, fonte de enorme vergonha para o país, lesivo de reputação internacional, obstáculo que dissuade o turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem!
Muitos turistas aparecem nestes espectáculos por engano e por curiosidade.
De lá saem impressionados e pensando muito negativamente sobre o que presenciaram e sobre a gente portuguesa que, neste nosso permissivo país, tal coisa apoia.
Vasco Manuel Martins Reis,
Médico-veterinário
Aljezur
Portugal
Enquanto as autoridades portuguesas permitirem esta barbárie não teremos um povo consciente da própria humanidade, nem um Portugal evoluído
«Situação arrasta-se há meses com o conhecimento das autoridades. Câmara pede às entidades competentes que ponham cobro, com celeridade, à "horrenda situação", que "envergonha".»
Maria Soares
A denúncia partiu da associação de defesa de animais SOS Algarve Animals: cerca de 20 cães são alvo de maus tratos num canil particular na freguesia de Rogil, em Aljezur, no Algarve.
A situação arrasta-se há meses com o conhecimento das autoridades, que em Dezembro visitaram o local. Para esta sexta-feira está marcada nova visita.
A descrição feita na página de Facebook da associação, acompanhada de dezenas de fotografias dos animais, é impressionante: os cães, que serão utilizados para caça, estão sempre presos com um metro de corrente, ou em jaulas imundas. Muitos apresentam ferimentos e sinais evidentes de subnutrição.
“Há fêmeas a procriarem enquanto presas à corrente curta, junto de outros cães presos da mesma forma, vivendo num chão de cimento imundo”, lê-se no texto da denúncia. A mesma nota refere que, após uma primeira queixa feita há cinco meses, “seis cães foram removidos pelo veterinário municipal com o consentimento do dono, dez cães simplesmente desapareceram”. Restam 20 animais, que são alimentados por vizinhos, uma vez que “o proprietário poucas vezes vai ao local”, uma zona de mato.
A situação é do conhecimento do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (Sepna) da GNR, que em Dezembro do ano passado fez uma acção de fiscalização, depois de ter recebido uma queixa por causa do ruído provocado pelos cães. “O canil tinha irregularidades e foram levantados 28 autos por infracções diversas, que foram encaminhados para as entidades competentes, como a Direcção Geral de Veterinária de Portimão e a Junta de Freguesia de Rogil”, diz ao PÚBLICO o coronel Oliveira, director do Sepna.
Porém, olhando para as fotografias tiradas pela associação, “o caso parece mais grave agora”, admite. O Sepna recebeu nova denúncia nesta terça-feira e a delegação de Portimão já tomou conta do caso. Uma vez que não existe um médico veterinário municipal em Aljezur, terá de ser a médica da Direcção-Geral de Veterinária de Portimão a deslocar-se ao local para avaliar as condições em que vivem os animais. A visita está marcada para sexta-feira de manhã, segundo o director do Sepna.
O PÚBLICO tentou contactar a Câmara de Aljezur, sem sucesso. Numa nota publicada esta tarde na página do Facebook do município, este faz saber que teve conhecimento do caso através de denúncias feitas por telefone, email e através das redes sociais. A autarquia não tem médico veterinário “por impossibilidade contratual”, o que a impede de agir imediatamente.
Garante, no entanto, que já contactou as autoridades para resolver a situação que “infelizmente se confirma e envergonha”. “Aguardamos a celeridade das competentes autoridades e tudo faremos para pôr cobro no imediato à horrenda situação”, lê-se no comunicado.
O concelho tem um canil municipal, gerido pela Associação Ecologista e Zoófila de Aljezur, que recebe da câmara mil euros por mês para garantir a alimentação e o bem-estar dos animais.
Contactado nesta quinta-feira pelo PÚBLICO, o presidente da Junta de Freguesia de Rogil, Eliezer Candeias, disse que "desconhecia o estado dos animais", do qual teve conhecimento apenas agora através das redes sociais. "A Câmara de Aljezur está ao corrente e estão a ser tomadas medidas", afirmou. Sobre o proprietário, que considera uma pessoa "séria", nunca recebeu qualquer queixa na junta, garantiu.»
Notícia corrigida às 9h30 de 23/05: a associação que fez a denúncia inicialmente foi a SOS Algarve Animals. Acrescenta declarações do presidente da Junta de Freguesia de Rogil
Fonte:
A ciência não precisaria de ser para aqui chamada, se os aficionados soubessem ler o olhar deste desventurado Touro, para SENTIR todo o sofrimento que está estampado na sua expressão dolorida. E aquele líquido vermelho que escorre do seu corpo é SANGUE que corre em veias, tal como as dos aficionados. Ou eles não serão animais? Talvez sejam robots... máquinas sem alma.
Um aficionado de nome Paulo Ramires, escreveu uma carta ao Jornal «Público», e o Dr. Vasco Reis, Médico-Veterinário, conhecedor do ofício, por sua vez, dirigiu uma Carta ao referido jornal, em resposta àquele aficionado.
Partilho essa carta aqui no meu Blogue, com a devida vénia, por concordar inteiramente com o seu conteúdo.
«À Direcção do PÚBLICO,
Eu, Vasco Manuel Martins Reis, médico-veterinário municipal aposentado, residente em Aljezur, envio a V. Exas. em anexo o meu comentário a uma carta do senhor Paulo Ramires ao PÚBLICO em 26 de Fevereiro de 2012 e solicito a V. Exas. a publicação no vosso conceituado jornal.
O senhor Paulo Ramires identificou-se como Blogger aficionado do “Tourada Portugal”
Licenciado em Gestão pela (ver o link):
http://tourada-portugal.blogspot.com/2012/02/publico-e-anti-taurino-e-ofende.html
Aqui a minha carta com intuito didáctico, de que solicito a publicação:
Comentário a uma carta de Paulo Ramires ao Público
O Blogger aficionado do “Tourada Portugal” Paulo Ramires evidencia, na carta em questão, ignorância a par de falta de vontade ou de capacidade para detectar o que o senso comum o esclareceria de que o touro e o cavalo sofrem na tourada.
Além disso revela falta de sensibilidade e de compaixão por estes animais sacrificados à tauromaquia que defende.
Deste somatório de deficiências resulta uma atitude de falta de ética e de solidariedade perante os animais e perante as pessoas conscientes, preocupadas e indignadas pela tortura que acontece nesse violento espectáculo.
Na sua acusação ao "Público" refere que na tourada em Portugal não há morte, parecendo-me que se está a esquecer de Barrancos e não só. Noutros casos, a morte do touro acontece após a tourada unicamente adiada por algumas horas ou dias de grande sofrimento em consequência dos ferimentos, da exaustão e da depressão provocados pela lide, que este senhor considera admirável.
Exceptuam-se os casos em que os touros lidados não são abatidos para serem mais tarde explorados na tourada à corda.
Mas nunca é tarde para aprender o que a ciência comprova:
"Os touros e os cavalos são seres vivos sencientes capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como sentimentos de angústia, stress e ansiedade, de modo comparável em elevadíssimo grau aos seres humanos, pois anatómica, fisiológica e neurologicamente estas três espécies são muito semelhantes e os seus ADN são muito equivalentes".
Identifico-me e assino-me como Vasco Reis, médico veterinário, tendo praticado durante 41 anos a profissão, conhecedor profundo de bovinos e de cavalos, ex-detentor de 2 cavalos e concursista de concurso hípico completo, ex-jogador de rugby (desporto de equipa, onde se opõem voluntariamente indivíduos da mesma espécie e que exige lealdade - desporto de cavalheiros - e virilidade, sendo uma boa alternativa recomendável para os forcados em vez de se aproveitarem do esgotamento de um animal previamente massacrado) e fui durante 3 anos responsável e acompanhante médico-veterinário antes, durante e depois das touradas, para cumprimento das exigências legais em relação aos touros lidados na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, na qualidade de médico-veterinário municipal, cargo que ali exerci de 1986 a 1989.
Não colhe, portanto, em relação a mim a frequente acusação de que os adversários da tauromaquia são ignorantes do assunto.
Com os melhores cumprimentos
Vasco Manuel Martins Reis
Aljezur, 4 de Março de 2012»
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O que faltará dizer para que os aficionados e todos os que apoiam a tourada deixem de ser ignorantes?