O texto que se segue foi escrito em 26 de Abril de 2016.
Poderia escrevê-lo hoje, sem lhe mudar uma vírgula.
Mas vou reproduzi-lo apenas para lhe acrescentar algo que é necessário dizer hoje, sobre a liberdade que os políticos querem comemorar no próximo dia 25 de Abril, em pleno Estado de Emergência, para que se saiba que a liberdade não foi reprimida, enquanto retiram ao povo (e muito bem) a liberdade de celebrarem as suas crenças ou, pior ainda, de acompanhar até à última morada os seus ente-queridos, ainda que pudessem cumprir (como, ao que parece, os políticos cumprirão) o devido distanciamento e a recomendada protecção.
Porque liberdade não é fazer tudo o que se quer, nem da parte do Povo, nem principalmente da parte dos governantes, quando estes querem impor ao Povo o que o Povo não quer.
E há tanta coisa que o Povo não quer, e que os governantes fazem questão de lhe impingir, como as celebrações de um 25 de Abril à porta fechada, apenas para aqueles que desconhecem o verdadeiro sentido de Liberdade.
Melhor seria sugerir àquele Povo que costuma celebrar o 25 de Abril que, nesse dia, a uma determinada hora, venha às janelas e às varandas e cante em uníssono a “Grândola Vila Morena” - o hino da Liberdade. Seria muito mais democrático.
Porque Liberdade não é o Povo poder fazer tudo o que quer, e muito menos os governantes, pós-25 de Abril, poderem agir como se fossem ditadores disfarçados de democratas.
Ontem [26 de Abril de 2016] pretendeu-se comemorar o “Dia da Liberdade”. Os repórteres televisivos insistiram nesta tónica, como se o “25 de Abril” tivesse sido planeado para dar ao povo português a liberdade de fazer o que quer.
Ontem, ouvi um repórter perguntar a um menino: «O que é para ti a liberdade?» Como a criança hesitou, o repórter apressou-se a “ajudá-lo” a pensar e disse: «É fazer tudo o que tu queres…?». E a criança anuiu.
Pois nada mais pernicioso para se dizer a alguém que ainda é um menino.
Porque Liberdade não é o Povo poder fazer tudo o que quer, e muito menos os governantes, pós-25 de Abril, poderem agir como se fossem ditadores disfarçados de democratas.
Liberdade é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo 25 de Abril de 1974.
O “25 de Abril” foi planeado para derrubar um regime ditatorial, imposto por António Oliveira Salazar, o qual se arrastou por quase 50 anos e, durante o qual, milhares de pessoas foram perseguidas, encarceradas e assassinadas.
No regime ditatorial, quem mais ordenava era o ditador que, ao menor gesto de desobediência civil ou ousadia de se falar contra o sistema, enviava os cidadãos, à força da violência, para o Tarrafal, um campo de concentração engendrado para “ acolher” os que tinham a consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, ou seja, os cidadãos verdadeiramente livres, aqueles que, mesmo agrilhoados, eram livres, porque a verdadeira liberdade é a da consciência.
Regressada do Brasil em 1968, para continuar o meu curso na Universidade de Coimbra, encontrava-me nessa cidade no 17 de Abril de 1969, quando o então Presidente da República, Américo Thomaz, ali se deslocou para a inauguração do novo edifício das Matemáticas.
Para honrar a palavra dada aos estudantes, Alberto Martins, o então presidente da Associação Académica de Coimbra, hoje deputado da Nação, pelo PS, pediu a palavra para falar em nome da Academia.
Para Américo Thomaz, esta “ousadia” constituiu um insulto, e Alberto Martins foi detido nessa mesma noite, o que desencadeou uma crise académica de grandes proporções.
Todos nós, que participámos no que então se seguiu, éramos jovens e livres, e amávamos a nossa liberdade de ser, de estar e, sobretudo, de pensar, e os grilhões da ditadura não conseguiram nunca cortar a raiz ao nosso pensamento, porque como cantou Manuel Freire (que curiosamente nasceu no dia 25 de Abril de 1942, e é meu primo, ainda que em terceiro grau), no seu canto de intervenção “Livre”: «Não há machado que corte a raiz ao pensamento… porque é livre como o vento… porque é livre…»
E é esta a verdadeira liberdade.
Durante os poucos anos em que vivi a ditadura de Salazar eu era tão livre como sou hoje.
O “25 de Abril” não me restituiu a liberdade (que eu sempre tive).
O “25 de Abril” livrou-me da censura da ditadura, podendo agora escrever nas linhas o que então escrevia nas entrelinhas.
Das cartas que escrevia ao meu Pai, que se encontrava no Brasil, e a quem eu devia justificar o facto de me recusar a fazer exames, enquanto ele, lá, se “sacrificava”, para me manter a estudar em Coimbra, apenas uma carta foi interceptada pela PIDE, porque nunca imaginei que pudessem violar correspondência privada. Cheguei a ser “visada” pela PIDE, que “desculpou” a minha liberdade de dizer ao meu Pai o que estava a passar-se em Cpombra, por eu ter vindo de um país estrangeiro e nada saber das “regras” do meu País.
Só ouve uma coisa a fazer: Passei a escrever nas entrelinhas tudo o que se passava em Coimbra, não só para o meu Pai, como para os outros jovens que lutavam contra o Regime, e que esperavam por notícias fora de Coimbra.
E as minhas cartas seguiram, com toda a informação do que estava a passar-se numa Coimbra “fechada” para o mundo.
Durante todo esse período eu mantive a minha liberdade intacta.
Até quando, no ano lectivo de 1973/74, ainda como Bacharel, dei aulas na Escola Secundária Frei João de Vila do Conde, e me recusei a dar uma lição de História, que falava dos grandes feitos de Salazar.
Disse aos alunos que aquilo era mentira e não era para se estudar. Dei-lhes a versão dos factos históricos reais, até porque os vivênciei em Coimbra, no ano tórrido de 1969, e risquei com um X as páginas dessa matéria, uns quinze dias antes de acontecer o “25 de Abril”.
Um dos meus alunos era filho de um agente da PIDE. Mas ainda assim atrevi-me a não distorcer a História. Eu era uma Professora livre, não um pau-mandado da ditadura.
Por isso, quando ontem ouvi, a torto e a direito, nas televisões, dizerem que se comemorava o “dia da liberdade”, pensei cá comigo: isto não é nada pedagógico.
Não se deve passar às crianças e a um Povo ainda pouco esclarecido esta falsa ideia de liberdade. As “definições” que ontem ouvi de “liberdade” deixaram-me na dúvida se viverei num Portugal do ano 2016, ou dos anos 30, 40, 50, 60… Foi um desastre!
O Povo continua confuso. Os jornalistas continuam a servir o regime. O regime continua a enganar o Povo, com uma democracia que ainda não se libertou do atraso de vida do passado, mantendo uma cultura inculta, com a agravante de estarem a vender Portugal ao desbarato.
Quem é verdadeiramente livre nunca deixa de o ser, ainda que agrilhoado.
Por isso, o que ontem se comemorou em Portugal, foi a farsa de um “25 de Abril” ainda por cumprir.
É urgente um verdadeiro “25 de Abril” para que a ditadura desta falsa democracia, que tem um pé preso a um passado que remonta aos tempos da monarquia, seja derrubada, e Portugal possa seguir o caminho da evolução e da verdadeira liberdade, porque liberdade não é fazer tudo o que se quer, nem da parte do Povo, nem principalmente da parte dos governantes, quando estes querem impor ao Povo o que o Povo não quer.
Liberdade é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo "25 de Abril" de 1974.
Isabel A. Ferreira
O mês de Maio, o mês das Rosas e do renascer da Natureza, em Portugal, mancha-se com um comportamento imbecil, praticado por quem se diz “estudante do ensino superior” e demonstra instintos dos mais básicos, agravados por uma ignorância atascada, que envergonha os verdadeiros estudantes e a Universidade de Coimbra - a ÚNICA NO MUNDO que apoia a tortura de jovens e inocentes bovinos, que sofrem a dor física e psicológica tal como nós.
Em nenhuma Universidade Europeia e do mundo, os estudantes, que têm o privilégio de entrar para o Ensino Superior, o qual, em princípio, serve para formar intelectualmente os que hão-de fazer EVOLUIR os países, se vêem estas iniciativas, que apenas dizem da inferioridade intelectual dos que nelas participam.
É a nódoa negra do Ensino Superior em Portugal, que em nada dignifica o país, e a classe estudantil.
E o que fazem os Reitores e os Dux Veteranorum, expoentes máximos da Academia, para travarem esta onda de estupidez universitária?
APOIAM ESTA ESTUPIDEZ.
E quem apoia a estupidez como se designará?
E eis o que temos no mês de Maio, o mês das Rosas e do renascer da Natureza:
Um bando de ignorantes, já bem bebidos (o que é outra demonstração da inferioridade intelectual desses interventores), vai para uma arena, onde garraios, ou seja, touros de 2 e 3 anos, são cobardemente torturados psicológica e fisicamente, num jogo parvo, cruel e inútil, para o qual não estão preparados: puxam-lhes o rabo, obrigam-nos a andar à roda, molestando-os sem dó nem piedade. Parvamente.
Por vezes chegam a provocar-lhes a morte, como já aconteceu na arena da Póvoa de Varzim, (a cidade mais carniceira do Norte do País).
Ainda que a “garraiada” seja uma variante “light” da tourada, os tormentos pelos quais passam os pequenos bovinos, ainda inexperientes, provocam-lhes fracturas várias, lesões internas, e ataques de ansiedade, bastante nocivos ao bem-estar deles.
Tudo isto é de uma cobardia e de uma falta de inteligência atroz.
Os “estudantes” que participam nesta estupidez académica deviam ser expulsos do Ensino Superior por não reunirem as faculdades mentais saudáveis requeridas para poderem frequentar tal Ensino, tais como espírito crítico, lucidez, consciência e posições esclarecidas, condizentes com o desenvolvimento científico e a evolução das mentalidades, para uma formação superior e capaz de fazer EVOLUIR um país.
É por estas e por outras que temos o País que temos: um pequeno paraíso terrestre cheio de gente inculta nos lugares-chave da governação.
Concluindo: se as garraiadas ainda persistem por ignorância dos “estudantes” que as incluem nos seus programas “académicos”, aqui deixamos este registo, para que saiam dessa ignorância e possam EVOLUIR.
Se persistirem na ignorância, melhor será desistirem de querer ser “doutores” porque simplesmente nunca passarão de parvos.
Nota marginal:
E para os que criticam a minha linguagem, aqui deixo uma nota marginal: eu não estou a dissertar sobre POESIA.
Estou a discorrer sobre GARRAIADAS, uma prática parva, cruel e inútil, por isso, as palavras têm de ser adequadas às circunstâncias.
Isabel A. Ferreira
Ontem pretendeu-se comemorar o “Dia da Liberdade”. Os repórteres televisivos insistiram nesta tónica, como se o “25 de Abril” tivesse sido planeado para dar ao povo português a liberdade de fazer o que quer.
Ontem, ouvi um repórter perguntar a um menino: «O que é para ti a liberdade?» Como a criança hesitou, o repórter apressou-se a “ajudá-lo” a pensar e disse: «É fazer tudo o que tu queres…?». E a criança anuiu.
Pois nada mais pernicioso para se dizer a alguém que ainda é um menino.
Porque ter liberdade não é o povo poder fazer tudo o que quer, nem os governantes pós-25 de Abril poderem agir como se fossem ditadores disfarçados de democratas.
Liberdade é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo 25 de Abril de 1974.
O “25 de Abril” foi planeado para derrubar um regime ditatorial, imposto por António Oliveira Salazar, o qual se arrastou por quase 50 anos e, durante o qual, milhares de pessoas foram perseguidas, encarceradas e assassinadas.
No regime ditatorial, quem mais ordenava era o ditador que, ao menor gesto de desobediência civil ou ousadia de se falar contra o sistema, enviava os cidadãos, à força da violência, para o Tarrafal, um campo de concentração engendrado para “ acolher” os que tinham a consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, ou seja, os cidadãos verdadeiramente livres, aqueles que, mesmo agrilhoados, eram livres, porque a verdadeira liberdade é a da consciência.
Regressada do Brasil em 1968, para continuar o meu curso na Universidade de Coimbra, encontrava-me nessa cidade no 17 de Abril de 1969, quando o então Presidente da República, Américo Thomaz, ali se deslocou para a inauguração do novo edifício das Matemáticas.
Para honrar a palavra dada aos estudantes, Alberto Martins, o então presidente da Associação Académica de Coimbra, hoje deputado da Nação, pelo PS, pediu a palavra para falar em nome da Academia.
Para Américo Thomaz, esta “ousadia” constituiu um insulto, e Alberto Martins foi detido nessa mesma noite, o que desencadeou uma crise académica de grandes proporções.
Todos nós, que participámos no que então se seguiu, éramos jovens e livres, e amávamos a nossa liberdade de ser, de estar e, sobretudo, de pensar, e os grilhões da ditadura não conseguiram nunca cortar a raiz ao nosso pensamento, porque como cantou Manuel Freire (que curiosamente nasceu no dia 25 de Abril de 1942, e é meu primo, ainda que em terceiro grau), no seu canto de intervenção “Livre”: «Não há machado que corte a raiz ao pensamento… porque é livre como o vento… porque é livre…»
E é esta a verdadeira liberdade.
Durante os poucos anos em que vivi a ditadura de Salazar eu era tão livre como sou hoje.
O “25 de Abril” não me restituiu a liberdade (que eu sempre tive).
O “25 de Abril” livrou-me da censura da ditadura, podendo agora escrever nas linhas o que então escrevia nas entrelinhas.
Das cartas que escrevia ao meu Pai, que se encontrava no Brasil, e a quem eu devia justificar o facto de me recusar a fazer exames, enquanto ele, lá, se “sacrificava”, para me manter a estudar em Coimbra, apenas a primeira carta foi interceptada pela PIDE, porque nunca imaginei que pudessem violar correspondência privada. Cheguei a ser “visada” pela PIDE, que “desculpou” a minha liberdade de dizer ao meu Pai o que estava a passar-se em Coimbra, por eu ter vindo de um país estrangeiro e nada saber das “regras” do meu País.
Só ouve uma coisa a fazer: Passei a escrever nas entrelinhas tudo o que se passava em Coimbra, não só para o meu Pai, como para os outros jovens que lutavam contra o Regime, e que esperavam por notícias fora de Coimbra.
E as minhas cartas seguiram, com toda a informação do que estava a passar-se numa Coimbra “fechada” para o mundo.
Durante todo esse período eu mantive a minha liberdade intacta.
Até quando, no ano lectivo de 1973/74, ainda como Bacharel, fui dar aulas na Escola Secundária Frei João de Vila do Conde, e recusei-me a dar uma lição de História, que falava dos grandes feitos de Salazar.
Disse aos alunos que aquilo era mentira e não era para se estudar. Dei-lhes a versão dos factos históricos reais, até porque os vivi, e risquei com um X as páginas dessa matéria, uns quinze dias antes de acontecer o “25 de Abril”.
Um dos meus alunos era filho de um agente da PIDE. Mas ainda assim atrevi-me a não distorcer a História. Eu era uma Professora LIVRE, não um pau-mandado da ditadura.
Por isso, quando ontem ouvi, a torto e a direito, nas televisões, dizerem que se comemorava o “dia da liberdade”, pensei cá comigo: isto não é nada pedagógico.
Não se deve passar às crianças e a um Povo, ainda pouco esclarecido, esta falsa ideia de liberdade. As “definições” que ontem ouvi de “liberdade” deixaram-me na dúvida se viverei num Portugal do ano 2016, ou dos anos 30, 40, 50, 60… Foi um desastre!
O Povo continua confuso. Os jornalistas continuam a servir o regime. O regime continua a enganar o Povo, com uma democracia que ainda não se libertou do atraso de vida do passado, mantendo uma cultura inculta, com a agravante de estarem a vender Portugal ao desbarato.
Quem é verdadeiramente livre nunca deixa de o ser, ainda que agrilhoado.
Por isso, o que ontem se comemorou em Portugal, foi a farsa de um “25 de Abril” ainda por cumprir.
É urgente um verdadeiro “25 de Abril” para que a ditadura desta falsa democracia, que tem um pé preso a um passado que remonta aos tempos da monarquia, seja derrubada, e Portugal possa seguir o caminho da evolução e da verdadeira liberdade, porque liberdade não é fazer tudo o que se quer.
Liberdade, repito, é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo "25 de Abril" de 1974.
Isabel A. Ferreira
Numa cidade que se diz e se quer turística, capital de um País que caiu em desgraça, mal visto no estrangeiro pelas suas desgovernanças, e filho bastardo de uma União Europeia xenófoba, acolheu um “acontecimento” onde a selvajaria contra seres indefesos foi protagonizada pelos habituais cobardes de serviço.
Origem da foto: http://farpasblogue.blogspot.pt/2013/02/as-fotos-da-final-do-encontro.html
Esta aberração aconteceu em 2013 (de 2014 não se encontrou notícia) naquele que é considerado o símbolo de uma Lisboa medieval, com laivos nazistas – o campo pequeno – um antro de tortura, violência, crueldade e maldade puras, onde uma imbecilidade entranhada se esparrama como o vómito de uma “humanidade” apodrecida.
E a empáfia dos indivíduos que promovem tal anormalidade é de tal modo desmedida que não têm a noção do ridículo, quando abrem a bocarra para chamarem “academia” ao antro de toureio do campo pequeno, que promoveu esta iniciativa de tão baixo nível.
E foi um aprendiz da crueldade, pertencente ao antro lisboeta, que ganhou o prémio - capote de brega - oferecido pelo real (virá da realeza que se dedicava a divertimentos indignos de gente “fina”?) clube tauromáquico português.
Para quem não sabe, o termo brega, como aliás tudo o que se refere à selvajaria tauromáquica tem origem em Espanha (o que significa que este costume bárbaro de português nada tem), e diz respeito à lide dos cobardes carrascos nas arenas.
Mas o termo brega” tem também uma origem obscura, e que se adapta adequadamente aos indivíduos que se dedicam à prática da tortura de bovinos.
Brega significa aquele que não tem maneiras refinadas; aquele que se considera de mau gosto ou não tem refinamento; aquilo que é de qualidade inferior, ou seja, reles; e existe ainda uma outra significação que tem a ver com zona de prostituição, o que se de certa maneira encaixa na tauromaquia, cujos praticantes se dedicam a uma abjecta prostituição mental.
Outros cobardes de Espanha também se distinguiram pelo requinte de crueldade com que provocam sofrimento em seres indefesos.
E no final deste cobarde acto patético (de pateta), onde um punhado de indivíduos premeia a imbecilidade legitimada por uma lei parva, torturaram bovinos bebés, oferecidos por ganadeiros que recebem chorudos subsídios para este negócio da tortura e da morte, quando se corta verbas para a saúde, para a educação, para o apoio a deficientes, para alimentar crianças, para a cultura culta, enfim… dá-se para o enxurro o que se tira ao essencial.
A esta vergonhosa e imbecil iniciativa esteve ligado o município de Arruda dos Vinhos, uma terreola que sofre de um desmedido atraso civilizacional.
Tudo a condizer com um ritual primitivo, que conspurca a cidade de Lisboa, dirigida pelo aficionado socialista António Costa, que não se resolve a banir da capital portuguesa esta nódoa negra que a enxovalha.
No deserto há sempre um oásis, e os alunos da Escola Superior de Educação do Porto representam esse oásis, no meio do deserto civilizacional.
Porto, 08 mai (Lusa) - A Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação do Porto (AEESEP) demarcou-se hoje da realização da garraiada no âmbito da Queima das Fitas e apelou aos universitários que ignorem o evento.
«Esta associação de estudantes vem oficialmente demarcar-se da realização da garraiada e apelar a todos os estudantes para que se recusem a comparecer a este evento», refere a AEESEP, em comunicado.
Dizendo espelhar a posição de «inúmeros estudantes do ensino superior do Porto», a AEESEP considera que «a garraiada deve ser banida pelo seu caráter violento, que não dignifica os estudantes nem a academia».
Um bando de broncos cobardes, que se dizem "estudantes do ensino superior", numa atitude que deixa muito a desejar à inteligência e à civilização.
Mas não acreditei!
Esta é a arena da morte da Póvoa de Varzim. Como é possível esta estupidez que se vê na imagem estar ligada à Universidade do Porto? Nunca estaria ligada às melhores Universidades Europeias… Só mesmo em Portugal, onde a ignorância criou raízes… Mas isto é passado… O dia 12 de Maio de 2013 é futuro…
Não acredito que no próximo domingo esse grupo de broncos venham à Póvoa de Varzim derramar a sua estupidez e crueldade porque, como disse um amigo meu, José Costa: os estudantes da Universidade do Porto «têm um sentido de Humanidade, de Modernidade Civilizacional, de Pedagogia para as acções de elevação do Espírito e Pensamento Humano… E estes jovens não terão, onde ocupar de forma muito mais edificante, o seu tempo livre?! Por exemplo nas artes, no desporto, em actividades para o bem comum?!»
Pois claro. São estudantes do ENSINO SUPERIOR. Não iriam baixar o nível com um acto bronco, parolo, imbecil, como é o de se embebedarem e andarem a torturar um pobre ser inofensivo, inocente e indefeso, dentro de uma arena, com uma assistência sádica a aplaudir.
Impensável!
Além disso, temos um facto novo.
Seria um desrespeito monumental pelo Marlon, o jovem estudante que morreu ao serviço da Academia (que não teve a hombridade de suspender os festejos, perdesse o que perdesse).
Pelo menos suspendam o acto de violência, que consta no programa “académico”. Mais um, não! A morte do Marlon foi o limite dessa violência!
***
O outro motivo pelo qual não acredito que um bando de broncos, que se dizem “estudantes do ensino superior”, venha à Póvoa de Varzim torturar tourinhos para se divertirem, prende-se com o facto de na Câmara Municipal desta cidade existir um pelouro da Cultura, dirigido pelo vereador professor Luís Diamantino, o qual nunca iria permitir um espectáculo degradante como este, numa cidade que se diz do “Lazer e da CULTURA”.
É preciso que haja consciência e lucidez.
Não estamos a falar de gente que não teve acesso a uma Universidade.
Estamos a falar de gente que tem ou irá ter um diploma universitário, e isto, só por si, devia ser o suficiente para que a Ética se sobrepusesse à estupidez que é uma garraiada.
Faço votos que tal baixeza não se concretize, para não ter de incluir a Universidade do Porto e a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim no Livro Negro da Tauromaquia.
E o limite é o ano de 2013. Todos os actos macabros referentes à tauromaquia que se realizarem durante este ano, ficarão para sempre registados no livro que será a memória da época dos desiluminados.
***
COMENTÁRIO DE JOSÉ COSTA A ESTE TEXTO, NO FACEBOOK:
«Que pena, uma Universidade tão prestigiada e com toda a justiça aliás, estar ligada a atos de barbárie. As universidades que, devem ser bastiões de Modernidade, de elevação e avanço do Pensamento Humano e ao contrário, promovem ou pelo menos permitem que, membros seus, se degradem em espetáculos que vão ao arrepio do que, com tanto custo, se tem conquistado ao longo dos tempos com recuos é certo, mas com incomparáveis avanços de Modernidade Civilizacional. Este é mais um recuo que, se torna muito mais grave, já que, os protagonistas, são jovens universitários que deveriam ser pela sua formação, paga por todos nós aliás, um exemplo de cidadania e ao invés, vão participar em práticas próprias de seres sem sensibilidade e humanidade. Por muito doutores e engenheiros que venham a ser, ah, pobres serão em valores humanos...»