A legalização da morte de Touros, em Barrancos, no dia 11 de Julho de 2002, pela Assembleia da República, com o aval do presidente JORGE SAMPAIO (PS), um aficionado ferrenho, vergonha das vergonhas nacionais, representou a queda da máscara de políticos medrosos e incompetentes, citando Manuel Frias Martins, autor do texto lúcido que aqui publico, hoje, o qual reflecte a selvajaria tauromáquica permitida e apoiada pelo governo português, para vergonha de Portugal e de quem tem sensibilidade e empatia pelos outros seres vivos, que connosco partilham o Planeta Terra… (Isabel A. Ferreira)
Dia 11 de Julho
Cumpro aquilo a que estou obrigado pela minha consciência. Volto a publicar um texto escrito há já alguns anos, mas regularmente publicado por esta altura, na esperança de que ele possa cativar mais alguém para uma causa infinitamente justa. (MFM)
Por Manuel Frias Martins ***
Touradas
No dia 11 de Julho de 2002, depois de a Assembleia da República Portuguesa ter legalizado a morte de touros em Barrancos, a inteligência civilizada e a sensibilidade culta ficaram de luto em nome da «tradição» local. Contudo, como me lembro de alguém dizer no noticiário de um canal público desse mesmo dia, a única «tradição» autenticamente portuguesa parece ser a da cobardia política. Foi, de facto, a cobardia e o oportunismo políticos que aprovaram (ou incentivaram a aprovação de) uma lei de consagração da ignorância (muitas vezes cândida) e da irracionalidade (quase sempre amparada em pretensos desideratos de bravura).
A tourada, qualquer forma de tourada, é em si mesma um espectáculo repugnante. Chamar-lhe arte, como alguns têm o desplante de fazer, é um insulto a tudo quanto o homem conseguiu alcançar através do progresso da inteligência e da sensibilidade. Se algum sentimento estético se destaca de uma tourada, ele será equiparável ao sentimento estético que está associado ao grotesco e a modos perversos de representação do mundo.
A tourada, qualquer forma de tourada, é em si mesma um espectáculo repugnante. Tão repugnante como os maus tratos infligidos a ursos e outros animais em espectáculos de rua levados a cabo em países ditos economicamente subdesenvolvidos. Tão repugnante como as lutas de cães e outros animais que se desenrolam quase impunemente em países ditos economicamente desenvolvidos.
A tourada, qualquer forma de tourada, é tão repugnante agora como o eram, há centenas de anos atrás, os espectáculos de lutas entre animais que se realizavam em várias cidades da Europa. Espectáculos que eram tão populares quanto os autos de fé em que se queimavam homens e mulheres acusados de heresia, crime político ou coisas semelhantes. Contudo, apesar de todas as contradições que a História regista, a maior parte da Europa foi aprendendo, aprofundando e exportando a razão moral subjacente à recusa da violência sacrificial contida em espectáculos como a tourada.
Não vale a pena repetir argumentos por todos conhecidos. A fronteira está traçada. Se o homem continuar o percurso, acidentado mas firme, de reavaliação crítica da sua relação com todas as formas de vida, a tourada está condenada a desaparecer.
Nem a intelectualização que alguns dela fazem (colocando-a no domínio dos regimes míticos) lhe poderá valer. Neste sentido, a cobardia dos políticos portugueses (de direita e de esquerda) é apenas um sintoma do fim. Se o fim está longe ou perto é algo que depende de todos quantos consideram aberrante e repugnante, toda e qualquer tourada.
A legalização da morte de touros em Barrancos no dia 11 de Julho de 2002 representou a queda da máscara de políticos medrosos e incompetentes mas, se nós quisermos, podemos dar um sentido nobre e digno à data. Basta sinalizá-la como uma etapa de referência na luta portuguesa pela dignidade de todos os seres vivos, bem como pela dignificação do ser humano enquanto ser que tem irrecusáveis responsabilidades morais perante todos os seres vivos em virtude do lugar dominante que ocupa no planeta.
Contudo, a luta pela nossa própria dignidade não se pode fechar numa espécie de concurso de gritarias e insultos. Ela deve passar pelo reconhecimento do país que somos e, consequentemente, pela necessidade de elevar os nossos padrões educativos.
Em suma, a luta portuguesa pela abolição da tourada (qualquer tourada), bem como de todas as práticas e espectáculos aberrantes de desrespeito pela vida (qualquer vida) deve passar pela insistência na educação e nas responsabilidades que o Estado tem nesse domínio.
Termino com uma nota de rodapé: E se os professores se lembrarem deste tópico nas suas aulas e o puserem à discussão? Sem ideias pré-concebidas nem julgamentos de valor, deixando o essencial ao cuidado da inteligência e sensibilidade dos seus alunos…!
*** Manuel Frias Martins é um Professor, a quem foi recentemente (24 de Junho) atribuído, por unanimidade, o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho 2015, com a obra «A Espiritualidade Clandestina de José Saramago», editada pela Fundação José Saramago.
Fonte:
https://www.facebook.com/friasmartins/posts/829807690448901:0
PARA PEDRO PASSOS COELHO:
Deixamos aqui uma pequena nota, assim, como quem não quer a coisa.
Algo invulgar acontecerá brevemente.
Os governantes dos oito países tauricidas, lacaios de ganadeiros mercenários, terão uma grande surpresa.
Apelamos a todos os que estão empenhados na Abolição das Touradas que colaborem, espalhando esta boa nova.
Para tudo tem de haver um limite.
2013 é o ano X.
Deus suporta os maus, mas não eternamente, diz Miguel de Cervantes.
E milhares de milhares de pessoas no mundo já não suportam a TORTURA de TOUROS E CAVALOS e exigem EVOLUÇÃO.
Por isso, impôs-se um ano/limite.
Por isso, os governantes terão de fazer uma opção.
O que acontecerá?
Brevemente o divulgaremos.
(Este texto foi enviado a Pedro Passos Coelho)
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POUR FRANÇOIS HOLLAND
À L’ATTENTION DES LES DIRIGEANTS: L'ANNÉE DE 2013 EST L’ANNÉE/LIMITE POUR L'ABOLITION DE TAUROMACHIE AU PORTUGAL ET DANS LE MONDE
Quelque chose d'inhabituel va arriver bientôt.
Les dirigeants des huit pays qui soutiennent la tauromachie et sont serviteurs de «ganaderos» mercenaires auront une grosse surprise.
Nous demandons à tous ceux qui se consacrent à l'Abolition de la Tauromachie, qui collaborent de propager cette bonne nouvelle.
Pour tout doit être une limite.
2013 c’est l'année X.
Dieu supports les mauvais, mais pas pour toujours, dit Miguel de Cervantes.
Des milliers et des milliers de personnes dans le monde monde plus maintenant soutiennent la torture de de taureau et de chevaux et exigent évolution
Et des milliers de milliers de personnes dans le monde ne plus désirez la torture des taureaux et des chevaux et exigent évolution.
Par conséquent, le monde imposé un année/limite.
Ainsi, les dirigeants devront faire un choix.
Que se passe-t-il?
Nous divulguerons bientôt.
(Ce texte a été envoyé à François Hollande)
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PARA : MARIANO RAJOY (España), HUGO CHAVEZ (Venezuela), ENRIQUE PEÑA NIETO (México), JUAN MANUEL SANTOS CALDERÓN (Columbia), OLLANTA HUMALA (Peru),RAFAEL CORREA (Ecuador)
A LA ATENCIÓN DE LOS GOBIERNOS: EL AÑO DE 2013 ES EL AÑO/LÍMITE PARA LA ABOLICIÓN DE LA TAUROMAQUIA EN PORTUGAL Y EN EL MUNDO
Algo raro va a pasar pronto.
Los líderes de los ocho países taurinos, lacayos de ganaderos mercenarios, tendrán una gran sorpresa.
Hacemos un llamamiento a todos aquellos que están comprometidos con la Abolición de la Tauromaquia que colaboren difundiendo esta buena noticia.
Todo tiene que tener un límite. Un fin.
2013 es el año X.
Dios soporta los malos, pero no para siempre, dice Miguel de Cervantes.
Y miles de miles de personas en el mundo ya no admiten la tortura de toros y caballos y piden la evolución.
Por lo tanto, se impone un año/límite.
Por lo tanto, los gobiernos tendrán que tomar una decisión.
¿Qué pasará?
Lo divulgaremos pronto.
(Este texto fue enviado a los gobernantes mencionados en este documento).
Arena de Vinhais: o triste espectáculo de baixo nível cultural e artístico, onde Touros e Cavalos sofreram para um escasso número de pessoas de baixo nível intelectual e moral. Valeu a pena? Vieram mais ricos espiritualmente? Encheram a alma com imagens de uma beleza extraordinária...?
Um excelente contributo para a causa da ABOLIÇÃO DA TOURADA NO MUNDO, baseado na Ciência Médico-Veterinária, na Etologia (disciplina da Zoologia que estuda o comportamento animal) e na experiência profissional e desportiva do autor deste texto, escrito por ocasião do II FÓRUM DA CULTURA TAURINA NOS AÇORES (realizado há dias) e que com a devida vénia aqui transcrevo, por considerá-lo crucial para o esclarecimento daqueles que ainda têm dúvidas quanto o que é esta “coisa” a que chamam de “tauro (touro) maquia (lucro, dinheiro)”, e que não passa literalmente de lucro à custa do massacre de Touros.
«Está anunciado o II Fórum da Cultura Taurina com especialistas de 9 países que se reúnem durante 3 dias na Ilha Terceira, a campeã da “aficcion” no Arquipélago.
Os efeitos do fórum serão evidentes, visto que a tauromaquia é uma modalidade que assenta em primeira linha na exploração violenta e cruel do touro, sempre, e do cavalo nos programas em que ele é utilizado como veículo do actor tauromáquico e obrigado a tornar-se “cúmplice” da lide, sofrendo ansiedade e esgotamento e arriscando ferimento e morte.
O fórum está a ser considerado como um momento de reflexão, de prestígio para os Açores, de promoção da atractibilidade da Região e como reforço do turismo.
Considero que, quanto à influência sobre o turismo, as vertentes serão duas e opostas:
Poderá atrair aficionados, gente que sob a designação de arte, aprecia a violência e as fases impressionantes do massacre do touro e as arrancadas e as fintas do cavalo dominado pelo cavaleiro. Poderá também atrair gente tornada curiosa pela publicidade enganosa da organização.
Por outro lado, irá afastar turistas conscientes e compassivos, que vão preferir outros destinos, onde tal espectáculo de massacre não seja permitido.
Quanto à influência sobre o prestígio dos Açores, só pode ser muito negativa, porque publicita o facto de que a Região Autónoma, parte de Portugal (que também é atingido), pertence ao retrógrado grupo dos únicos 9 países do Planeta, onde touros e cavalos são massacrados legalmente.
Falta referir-me ao momento de reflexão, que bem necessário é e para o qual eu pretendo contribuir com muito empenho, argumentando resumidamente com o que a Ciência Médico-Veterinária, a Etologia e a minha experiência profissional e desportiva me ensinaram.
A ciência, fundamentada na investigação anatómica, fisiológica e neurológica dos animais usados na tauromaquia, confirma o que o senso comum revela: touros e cavalos sofrem antes, durante e depois dos espectáculos tauromáquicos.
O touro é o elemento sempre massacrado da tauromaquia, desde intensa e prolongada ansiedade a partir do momento em que é retirado do campo, seguindo-se repetidos e dolorosos ferimentos, esgotamento anímico e físico e quase sempre a morte em longa agonia.
O cavalo, dominado e violentado pelo cavaleiro tauromáquico é o elemento obrigado a arriscar tudo e a sofrer perante o touro, desde ansiedade, ferimento físico até a morte.
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga para poderem sobreviver. Sem essas capacidades não poderiam subsistir.
Portanto, medo e dor são essenciais e condição de sobrevivência.
É testemunho da maior ignorância ou intenção de ludíbrio, o afirmar-se que algum animal em qualquer situação possa não sentir medo e dor, se for ameaçado ou ferido.
A ciência revela que anatomia, fisiologia e neurologia do touro, do cavalo e do homem são extremamente semelhantes. Os ADN são quase coincidentes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto e o ferimento.
O especismo é uma atitude que, arrogantemente, coloca o Homem numa posição de superioridade, que lhe permite dispor sobre os animais, como quiser.
A compaixão selectiva visa tratar bem certas espécies (em geral cães e gatos) e menos bem, outras, quase consideradas como objectos.
Os animais não humanos são considerados menos inteligentes do que os seres humanos. Podem estar mais ou menos próximos e mais ou menos familiarizados connosco, mas eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto e à dor.
É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.
"A compaixão universal é o fundamento da ética" - um pensamento superior do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.
A tauromaquia está eivada de especismo sobre o touro e sobre o cavalo.
O homem faz espectáculo e demonstração da sua "superioridade" provocando, fintando, ferindo com panóplia de ferros que cortam, cravam, atravessam, couro, músculos, tendões, órgãos vitais, esgotam, por vezes acabam por matar o touro, em suma lhe provocam enorme e prolongado sofrimento para gaúdio de uma assistência que se diverte com o sofrimento, a agonia e a morte de um animal.
Isto é comparável aos espectáculos de circo romano, há muito considerado espectáculo bárbaro, onde escravos e cristãos eram obrigados a lutar e a matarem-se uns aos outros ou eram atirados aos leões para serem devorados.
O cavalo é dominado com ferros castigando as gengivas bucais e a língua e esporas mais ou menos agressivas, até cortantes, no ventre.
Esta montada é posta em risco de mais ferimento e de morte, pelo cavaleiro tauromáquico, que o utiliza como veículo para combater e vencer o touro.
O sofrimento do cavalo soma-se aqui ao do touro.
Na tauromaquia, touro e cavalo são excluídos de qualquer compaixão, antes pelo contrário, estão completamente submetidos à violência e ao sofrimento.
E o espectáculo é ainda legal em Portugal e mais oito países, publicitado e mostrado na comunicação social, aclamado, fonte de negócio, de prosa e de poesia. Que tristeza.
Tauromaquia é a “arte” de dominar e massacrar touros e cavalos e organizar com isso espectáculos para recreação de aficionados ou de simples curiosos.
Mas nesta a”arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.
São muitas as pessoas conscientes e compassivas, que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram anti educativa, fonte de enorme vergonha e atentatória da reputação internacional de Portugal, obstáculo dissuasor do turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem! Porque fazem sofrer os animais os chamados “artistas”? Dar-lhes-á isso algum gozo?
Será isso admirável, corajoso, heróico?
Com certeza que existem boas e inócuas alternativas para os aficionados, para os trabalhadores tauromáquicos, para os "artistas", para os campos e para os touros e cavalos.
Os campos podem ser utilizados de outro modo.
A raça pode ser mantida sem a cruel tauromaquia.
Os trabalhadores, campinos e ganadeiros podem continuar o seu trabalho.
Os forcados, cujo papel só surge depois do touro ter sido massacrado e esgotado previamente, podem dedicar-se a actividades ou desportos leais e entre iguais, onde valentia, luta corpo a corpo são fulcrais, como o boxe, a luta livre e outros e que exigem espírito de equipa, como o rugby por exemplo, considerado desporto de cavalheiros.
Aconselho, pela sua mensagem, alguns vídeos extremamente informativos, muito influentes no processo que teve lugar no Parlamento da Catalunha de que resultou a votação que levou à proibição de corridas de touros naquela região autónoma espanhola, facto que está tendo enorme repercussão mundial.
Fundamentado no acima exposto, anseio pela proibição das corridas de touros em Portugal e no mundo. Não quero nem posso admitir que qualquer região ou nação seja vergonhosamente conhecida no seu trato aos animais como sendo uma região ou nação bárbara, retrógrada e cruel.
Na certeza de que V. Exas. tomarão em consideração esta minha mensagem assino-me
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário desde 1967,
Actualmente aposentado em Aljezur.
Permitam-me o seguinte curto extracto do meu currículo, o qual ilustra alguma da minha experiência prática que dita muitas das minhas opiniões:
Trabalhei 7 anos na Suíça, 10 anos na Alemanha, 3 anos nos Açores (na Praia da Vitória, Ilha Terceira, onde existe aficcion e onde tive de intervir obrigatoriamente no acompanhamento dos touros nas touradas na minha qualidade de médico veterinário municipal) e 21 anos em Portugal Continental.
Trabalhei sempre, entre outras espécies, com bovinos e cavalos.
Fui cavaleiro de concurso hípico completo e detentor de dois cavalos polivalentes.
Conheço bem os cavalos, a sua personalidade e as suas aptidões.
Fui entusiástico jogador de rugby durante três anos.
Vasco Reis»