Terça-feira, 22 de Novembro de 2011

CARTA ABERTA AOS DEPUTADOS DA NAÇÃO PORTUGUESA

 

 

 
Barrancos - Touro de morte, área da Cultura Portuguesa?...

 

Assunto: Massacre de Touros (vulgo “Arte Tauromáquica”) em Portugal

 

Deputados:

 

Não vou seguir a norma do “Exmos. Senhores”, porque estou tão indignada com o que se passa nessa Assembleia, que acho que não merecem esta consideração da minha parte. Vá lá, nem todos.

Mas os que podiam dizer algo mais, ficam calados. E isso é péssimo. É cumplicidade.

 

Pois sei que o meu País está atravessar uma grave crise provocada por gente sem qualquer dignidade, que em vez de governar, desgoverna, e depois o povo é que paga.

 

Sei, por isso, que o momento não será o mais apropriado, mas ainda assim vou aproveitá-lo, porque esporadicamente um ou outro deputado pega no assunto pela rama e lança a sua acha, muito mal achada, e as coisas ficam por ali mesmo.

 

De que têm medo, deputados da Nação?

 

Um deputado medroso não devia ter assento numa Assembleia onde se tem a obrigação de DEFENDER a DIGNIDADE do nosso País.

 

Vou referir uma intervenção feita por João Almeida, deputado do CDS/PP (um partido que promove Massacres de Touros e tem como principal aficionado o Dr. Paulo Portas), que interpelou o Secretário de Estado da Cultura (?), Francisco José Viegas, sobre esse assunto, disparando uma série de disparates, indignos na boca de um Deputado da Nação.

 

Primeiro, referiu-se à Tauromaquia como «cultura essencial; um sector da nossa cultura; uma área da Cultura Portuguesa». PASMEI!

 

Eu, que estudei História, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tive uma cadeira de Cultura Portuguesa, ministrada pelo Professor Doutor Silva Dias, já falecido, e nunca a Tauromaquia foi integrada no nosso estudo. Deveria?

 

Depois João Almeida falou num sector NÃO SUBSIDIADO (e repetiu-se).

 

MENTIU, o João Almeida. Porquanto sabemos que as autarquias (isto é público) subsidiam estes actos violentos e sangrentos que não dignificam a Nação. UMA VERGONHA!

 

A alturas tantas, falou em “gostar ou não gostar” destes massacres, assim como se estivesse a falar de gostar ou não gostar de gelado de baunilha.

 

Que inconsciência! Que vazio mental!

 

 

João Almeida falou em nome de quem? Do interesse de quem?

 

Dos ganadeiros? E isso interessa à Nação?

 

Então, como ficamos, senhor Secretário de Estado? Temos ou não temos de defender “este património cultural português”? Quis saber João Almeida.

 

Francisco José Viegas, intelectual da nossa praça, titubeou, e denominou a Tortura de Touros de “Arte Tauromáquica”, e depois não disse nada de interesse para aqui ser reproduzido.

 

Arte Tauromáquica, Francisco José Viegas? Arte comparável à Arte Musical? À Arte da Dança? À Arte Cinematográfica? À Arte Teatral? À Arte Literária? À Arte Pictórica?

 

O acto de torturar violentamente um ser vivo será “arte” que mereça ser tratada pelo Secretário de Estado da Cultura, quando a verdadeira Cultura da Nação está de rastos?... Nem Ministério da Cultura existe, porque num país de incultos que interesse terá um Ministério da Cultura? Será esse o raciocínio?

 

Um deputado que vá para a Assembleia da República defender a VIOLÊNCIA GRATUITA E O SADISMO sobre um ser vivo, não tem competência para representar a Nação Portuguesa e os Portugueses. Melhor será demitir-se, porque não se ajusta ao cargo para o qual foi eleito, isto é, para defender valores humanos, valores que dignifiquem a Nação, e não valores imorais e violentos.

 

Os deputados do Partido «Os Verdes» estão caladinhos. Já até houve um que defendeu a Tortura dos Touros. Serão tão “verdes” quanto dizem? Estou em crer que serão tão negros quanto os outros.

UMA VERGONHA.

 

Já ouvi falar em fazer um referendo sobre a questão.

 

Penso que a vida e os valores humanos são dados tão adquiridos que não são referendáveis. É uma indignidade perguntar: és pela morte ou pela vida? És pela paz ou pela violência e pela tortura? Que no fundo é isso que vai perguntar-se num referendo sobre Tauromaquia, pergunta que vai embrulhada em papel de prata, para não parecer mal.

 

QUE VERGONHA!

 

O Massacre de Touros deve ser abolido não porque o povo quer ou não quer, ou porque o povo gosta ou não gosta. Mas simplesmente porque é algo imoral, primitivo e indigno de uma sociedade civilizada, e porque os animais não humanos não são objectos nem propriedade dos ditos homens, para que estes decidam da sua vida ou da sua morte. Eles nascem livres e livres devem viver no seu habitat. Têm esse direito inalienável.

 

Por isso, DEPUTADOS DA NAÇÃO, tenham vergonha e acabem de uma vez por todas com esta nódoa negra da sociedade portuguesa, que de “cultura” não tem nada. Acabem com esta ABERRAÇÃO SOCIAL. Façam algo de positivo pelo nosso País, e coloquem-no na lista dos países civilizados.

 

Não queiram, igualmente, constar da lista dos ignorantes que não sabem que um Touro é um animal tal como todos nós. E que o seu SOFRIMENTO é real, tão real quanto o nosso.

 

Por que têm de ceder ao lobby tauromáquico? Não tenham medo de dizer NÃO. Não sejam MEDROSOS E COVARDES tal como são os TORTURADORES DE TOUROS (vulgo toureiros).

 

Ao defenderem a tauromaquia estão a defender a “festa” da ignorância, da crueldade, do tribalismo, da tradição retrógrada, do vazio de ética, da discriminação especista, assentando tudo no sofrimento atroz do Touro e também do Cavalo.

 

TENHAM VERGONHA, DEPUTADOS DA NAÇÃO.

 

Pelo menos uma vez na vida HONREM o lugar que ocupam, porque isto não é uma questão de gostar ou não gostar de Massacres de Touros.

 

ISTO É UMA QUESTÃO CIVILIZACIONAL.

 

CIVILIZEM-SE, DEPUTADOS DA NAÇÃO.

 

EVOLUAM!

 

ESTAMOS NO SÉCULO XXI, DEPOIS DE CRISTO. NÃO SABIAM?...

 

 


Barrancos - Arte Tauromáquica, sector da nossa cultura?...

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:21

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