«O Toureiro Morto», pintura de Manet
Mais uma notícia insólita a juntar às notícias macabras de “Massacres de Touros” em arenas, onde a crueldade e o sangue fazem o que os aficionados chamam de “festa”.
Fonte:http://www.slideshare.net/AntiTourada/a-verdade-sobre-as-touradas
Praça de Toiros Calafria
Um dia fui lá, e fiquei muito assombrado com tudo aquilo que vi...
A CORRIDA DE TOIROS PARA MIM, É MATAR POR DIVERSÃO…
Talvez já tenhas ouvido dizer que a festa de touros é uma arte, mas não é… É uma ciência... A Ciência da Tortura. E nada na festa brava é genuíno, excepto a dor.
Eles acreditam ser muito valentes… mas não o são.
Porque, desde pelo menos 24 horas antes de entrar na arena, o touro é mantido numa prisão às escuras, para que ao soltarem-no, a luz e os gritos dos espectadores o assustem e ele tente fugir, saltando as barreiras, o que produz no público a ilusão de que o touro é feroz, mas a condição natural do touro é fugir, NÃO é atacar.
Cortam-lhe os cornos para proteger o toureiro. Põem-lhe às costas sacos de areia, durante horas. Batem-lhe nos testículos e nos rins, provocam-lhe diarreia, deitando sulfatos na água que bebe, para que chegue fraco e desorientado à arena. Untam-lhe os olhos com gordura para lhe dificultar a visão e deitam-lhe nas patas uma substância que lhe produz ardor e o impede de ficar quieto, para fazer reluzir a actuação do toureiro.
Os cavalos dos picadores
Escolhem-se cavalos que já não têm valor comercial, porque o animal morre em 3 ou 4 corridas no máximo.
É muito comum que o animal sofra múltiplas quebras de costelas ou várias perfurações.
Coloca-se-lhe uma capa a simular que esta o protege, mas na realidade é para que o público não veja as feridas do cavalo que, com frequência, apresentam vísceras expostas.
O trabalho do picador, para mim é degradante…
Se o toureiro percebe que o touro investe com muita energia, ordena ao picador que faça o seu trabalho: Consiste em sangrar o touro para o debilitar, cravando-lhe no lombo uma lança que destrói alguns músculos (trapézio, romboideu, espinal e semiespinal, serráteis e transversos laterais) e, além disso, lesiona vasos sanguíneos e nervos. Tudo isto para que o toureiro possa brindar com a sua expressão artística, que se supõe este espectáculo dever ter.
Um único golpe forte poderia destroçar imediatamente o touro, por isso, é feito em três tempos, “para maior deleite dos aficionados”.
E o das Bandarilhas ainda é pior…
As bandarilhas asseguram que a hemorragia continue, por isso, tentam colocá-las justamente no sítio já picado com os ganchos metálicos. O gancho move-se dentro da ferida a cada movimento do touro e com o roçar da muleta, o peso das bandarilhas tem precisamente essa função. Algumas têm um arpão de 8 cm a que chamam "de castigo", que lhe cravam se conseguiu desviar-se da lança do picador. As bandarilhas prolongam o agravamento e aprofundamento das feridas internas. Não há limite para o número de bandarilhas: tantas quantas forem necessárias para destroçar os tecidos e a pele do touro…
Tal como está Demonstrado, é tudo dum Grande Valor…
A perda de sangue e as feridas na espinha dorsal impedem que o touro levante a cabeça de maneira normal, e é quando o toureiro pode aproximar-se mais. Com o touro já próximo do esgotamento, o toureiro já não se preocupa com o perigo e pode até dar-se ao luxo de virar as costas ao touro, depois de um passe especialmente artístico, atirando o peito para fora e pavoneando-se para receber os aplausos do público em histeria. Quando o touro atinge este estado lastimável, o matador entra na arena numa celebração de bravura e de machismo, enfrentando um touro exausto, moribundo e confuso.
E falta ainda a famosa Espada!
O touro é atravessado por uma ESPADA de 80 cm de comprido, que pode destroçar-lhe o fígado, os pulmões, a pleura, etc., segundo o lugar por onde penetre no corpo do animal.
De facto, quando destroça a grande artéria, o touro agoniza com enormes vómitos de sangue. Na hora de matar, se o touro tiver um pouco de sorte, morre duma estocada, mas não como se pensa duma estocada no coração, porque a espada penetra pulmões e diafragma, por vezes uma artéria maior, daí a hemorragia ser mais visível. Por vezes morrem afogados no seu próprio sangue…
E a Tortura continua...
O touro, numa tentativa desesperada por sobreviver, resiste a cair, e tenta caminhar penosamente até à porta por onde o fizeram entrar, procurando uma saída a tanto maltrato e dor. Mas então apunhalam-no na nuca com o DESCABELO, uma outra espada que termina numa lâmina de 10 cm. Apesar destes terríveis tormentos, o animal não consegue morrer de imediato pela sua grande força, mas finalmente cai ao solo, porque a espada foi destruindo os seus órgãos internos…
Mestres? Artistas? Valentes? Ou antes, Ignorantes, Assassinos e Cobardes…
E prossegue…
Rematam com a PUNTILLA de 10 cm, com a qual lhe tentam seccionar a espinal-medula, ao nível das vértebras atlas e áxis.
O touro fica assim paralisado, sem poder sequer realizar movimentos com os músculos respiratórios, pelo que morre por asfixia, muitas vezes afogado no seu próprio sangue, que lhe sai em grandes golfadas pela boca e pelo nariz.
O Arrasto…
Após lhe terem destroçado as vértebras, o touro perde o controlo sobre o seu corpo desde o pescoço para baixo. No entanto, a cabeça mantém-se intacta, pelo que está consciente de todo o horror que lhe está a acontecer e de como está a ser arrastado para fora da arena.
NÃO SEJAS INDIFERENTE À SUA DOR…
Consegues ver a lágrima que lhe escorre pela face?
Não participes nestes eventos. As corridas de touros são uma tradição cruel que nos denigre como seres humanos.
Antonio Gala, ex-toureiro, nascido em 1937, escreveu na crónica dominical do “El País”, a 30 de Julho de 1995, um artigo no qual confessava a sua "conversão" a anti-taurino: «E de repente [o touro] olhou para mim. Com a inocência de todos os animais reflectida nos olhos, mas também implorando. Era a revolta contra a injustiça inexplicável, a súplica face à crueldade desnecessária...»
Reflecte, tal como eu…
«A comiseração com os animais está tão intimamente unida com a bondade de carácter, que se pode afirmar que quem é cruel com os animais não pode ser boa pessoa.» Schopenhauer
Só os psicopatas gozam com o sofrimento doutros! Tu és um deles? Reflecte! Rejeita-a!!! Esta é uma tradição degradante que NÃO deve continuar …
Como podes Ajudar?
Não assistas a corridas de touros;
Não apoies políticos, artistas e comunicadores associados a esta crueldade;
Não consumas produtos de empresas que as patrocinem;
E o mais importante: Ensina os teus filhos a respeitarem os seres vivos…
E, difundindo estas imagens, farás com que quem desfruta destas festas selvagens tome consciência do que faz…
Recorda que por cada e-mail que envies podes fazer mudar a maneira de pensar de muita gente…
Se tudo isto te tocou ao menos um pouco o Coração, une-te a mim!!!
Ou, pelo menos, pensa bem nisto!!!
Barrancos
«A TOURADA É DOS SÍMBOLOS MAIS IMPORTANTES DA CULTURA PORTUGUESA» quem o diz é ANTÓNIO MANUEL CARDOSO, o mais antigo empresário do Massacre de Touros em Portugal, responsável pelas Praças de Almeirim, Coruche Salvaterra de Magos, Alcochete, Moita, Reguengos de Monsaraz e Sobral da Adiça, o qual vê na «luta do toureiro com o touro um EXEMPLO INSPIRADOR para enfrentar a crise», na Revista Notícias Sábado’289.
http://www.dn.pt/revistas/ns/interior.aspx?content_id=1922085
Estará a par de AMÁLIA RODRIGUES, considerada um dos símbolos da Cultura Portuguesa do séc. XX?
Mas onde pára o bom senso? Este sujeito não tem a menor noção do que seja CULTURA, nem sabe o que diz.
Se formos a um dicionário comum, lemos que CULTURA é a aplicação do espírito a uma coisa; o desenvolvimento intelectual; a totalidade das manifestações espirituais que constituem a herança social de um povo e determinam a sua persistência histórica; é sabedoria; é apuro; é elegância...
Símbolo cultural? Torturar cruelmente um ser vivo sensível como o Touro?
Símbolo cultural, fazê-lo sangrar até à morte?
Exemplo inspirador, para enfrentar a crise?
Teremos de começar a massacrar Touros, para enfrentar a crise?
Diz também esse indivíduo que «quem anda nas touradas é porque gosta dos Touros»
Estranha forma de GOSTAR! Deixando-os de rastos numa arena, ensopados no próprio sangue. Abertos nas suas carnes. Feridos no seu orgulho de animais sensientes.
Bem se vê que este indivíduo não sabe o que diz. Não tem a menor noção do ridículo. Não pensará, com certeza, que todos os Portugueses são estúpidos ao ponto de engolir estas patranhas?»
Mas de quem será a culpa?
Destes indivíduos que não sabem o que dizem nem o que fazem?
O que tem a ORDEM DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS PORTUGUESES a dizer?
Nada. Não se manifesta. E os veterinários deviam saber da DOR dos Touros.
O que tem A CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA a dizer?
Nada. Não se manifesta. E os padres deviam defender os valores da Vida e não a crueldade e a morte.
O que têm as ALTAS AUTORIDADES PORTUGUESAS a dizer? Nada. Não se manifestam. E elas deviam saber que a Tauromaquia não condiz com CULTURA, nem com CIVILIZAÇÃO, nem com DIREITOS DOS ANIMAIS.
E os órgãos de comunicação social que tinham o dever de defender os valores da VIDA, a Cultura culta, a Civilização, dão cobertura ao CULTO DA CRUELDADE E DA MORTE.
E a Amália Rodrigues, que hoje completaria 91 anos? Será um símbolo cultural ao nível de um Massacre de Touros?
Quem souber responder que responda.
O obscurantismo cega e seca a inteligência daqueles que se julgam homens e não passam de cruéis torturadores de seres vivos
Não acreditei quando vi isto escarrapachado num jornal.
T
Todos estes animais num CIRCO, que diz estar CERTIFICADO (e o resto não se lê)?
FOCAS??? LEÕES MARINHOS??? URSOS??? LOBOS???
Mas o que é isto?
Como pode isto acontecer?
Como podem as autoridades (in)competentes deixarem que isto aconteça?
Estaremos no século I antes de Cristo?
Vista do alto do Castelo de Belver
Lê-se nas notícias do dia.
E Portugal vai deixar que o classifiquem deste modo?
Os Portugueses vão deixar que um bando de xenófobos classifique Portugal de “lixo”?
Não sou das políticas. Nem me apetece ser politicamente correcta.
Sou apenas uma cidadã portuguesa que não aceita que o novo nazismo queira destruir os países que eles consideram “pequenos”.
Portugal é um País lindo (com muita gente feia dentro, é verdade) e com muitas possibilidades de vir a ser um grande país. Haja VONTADE.
Mas estar ao nível de “LIXO”?
Não podemos admitir que nos considerem assim tão baixo.
Por isso, aqui deixo o meu protesto: LIXO é o que esses bandos dos Ratings produzem lá nos altos cargos que ocupam.
(ALGO QUE SUBSCREVO INTEIRAMENTE)
in Jornal Público, 01/07/2011
Por ANTÓNIO EMILIANO
Alguns factos.
1. A Lei de Bases do Património Cultural (2001) diz sem ambiguidades: «A língua portuguesa, enquanto fundamento da soberania nacional, é um elemento essencial do património cultural português.» (art.º 2.º, Conceito e âmbito do património cultural, n.º 2).
2. A Constituição da III República Portuguesa proclama, de forma cristalina, que entre as «tarefas fundamentais do Estado» se inclui: «proteger e valorizar o património cultural do povo português, […]» (o qual, pela supracitada lei inclui a língua portuguesa) e «assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa;» (art.º 9.º, al. e - f).
3. O programa do XIX Governo Constitucional (PGC19) declara na rubrica Educação: «o Governo assume a Educação como serviço público universal e estabelece como sua missão a substituição da facilidade pelo esforço, do laxismo pelo trabalho, do dirigismo pedagógico pelo rigor científico, da indisciplina pela disciplina, do centralismo pela autonomia.» (p.108).
São objectivos que se aplaude sem hesitação, pois a batalha da Educação, mais do que um objectivo governativo, é um imperativo/desígnio nacional do qual depende crucialmente o nosso futuro como comunidade e Nação.
4. No entanto, a rubrica Cultura contém uma secção intitulada ‘Sector do livro, da leitura e da política da Língua’ (não se entende o que faz aqui a “política da Língua”) na qual se pode ler o seguinte: «o Governo acompanhará a adopção do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa garantindo que a sua crescente universalização constitua uma oportunidade para colocar a Língua no centro da agenda política, tanto interna como externamente.» (p.121).
Algumas considerações.
1. A aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO) em Portugal não é compaginável com os nobres objectivos do Governo em matéria educativa, como qualquer pessoa dotada de inteligência média, bom senso e sólida formação académica, e que tenha lido com atenção o AO, constatará.
2. A disposição do PGC19 sobre o AO contém formulações que não fazem sentido —acompanhar a adopção do AO, garantir a crescente universalização do AO, colocar a Língua no centro da agenda política— e que mostram que quem as escreveu não faz ideia do que está em jogo. Entre as declarações inqualificáveis dos dois últimos ministros da Cultura sobre AO e língua e esta coisa não há diferenças substantivas.
3. A forma como foi elaborado e redigido o AO, bem como o teor e as consequências do mesmo, são a negação dos valores de «esforço, trabalho, rigor científico, disciplina e autonomia» nos quais pretende o Governo (e bem) alicerçar a sua política educativa. Todos as opiniões qualificadas dos últimos 20 anos mostram que o AO e a sua elaboração pecam gravemente por falta de esforço, trabalho, rigor científico, disciplina e autonomia. No que concerne estas últimas, para além da indisciplina institucional e intelectual que subjazem ao texto do AO, deve acentuar-se a “indisciplina ortográfica” que o AO promove com os vários problemas de que enferma, com especial nota para a estapafúrdia introdução de grafias facultativas que destroem a noção de ortografia.
A aplicação do AO nas escolas promoverá confusão e insegurança gráficas junto de todos os intervenientes no processo pedagógico (alunos, docentes, educadores, tutelas), sem excepção.
4. Se a construção do aeroporto de Alcochete, que faz falta ao país, vai ser reavaliada por causa da situação desastrosa em que nos encontramos, como é possível que um tratado que afecta de forma muito negativa a estabilidade da nossa língua escrita e a qualidade do ensino não seja, no mínimo, suspenso e reavaliado?
Precisamos de um novo aeroporto internacional? Sim. Podemos ter essa infra-estrutura? Não. Estamos à beira do colapso financeiro.
Como se justifica então que um AO que ninguém pediu, que ninguém quer e de que Portugal não precisa para NADA, sobre o qual nenhum estudo independente de avaliação de impacto foi feito, cujos custos reais em termos financeiros, sociais e humanos ninguém se deu ao trabalho de avaliar e cujos benefícios não se vislumbram, nos seja imposto numa altura de crise nacional profunda sem qualquer discussão pública e reavaliação?
Terá a língua, fundamento da soberania nacional e elemento essencial do património cultural português menos valor, peso ou importância para Portugal e para as gerações vindouras de portugueses do que um aeroporto?
5. “Colocar a Língua no centro da agenda política” não se afigura como algo desejável ou saudável, quanto mais urgente. A língua nacional não pode ser instrumento de uma agenda política conjuntural. O Estado deve garantir a preservação/promoção do património herdado, mas não dele pode dispor ao sabor das modas culturais e geopolíticas do momento.
A Educação, sim, tem de estar de estar, sempre!, no centro da agenda política — entendendo-se por agenda (na língua mãe, “aquilo que deve ser feito”) um projecto de acção governativa em prol do desenvolvimento e progresso do país.
6. Em Portugal deixou de haver ortografia (e sem ortografia deixará de haver língua escrita estável e coesa): este programa de governo dita de forma definitiva a suspensão da estabilidade ortográfica, aspecto fundamental da qualidade e correcção linguísticas e um dos pilares da Educação e do acesso ao Conhecimento.
Registe-se que o programa do Governo foi escrito em ortografia e não em “acordografia”, apesar de todos os correctores, vocabulários, dicionários e prontuários “atualizados” disponíveis (todos ligeiramente diferentes uns dos outros, é certo). O facto é que ninguém sabe neste momento —nem pode saber, na ausência de um instrumento regulador oficial que inclua TODOS os vocábulos considerados portugueses em uso nos oito países signatários do AO— como se aplica a nova... ortografia.
António Emiliano
Professor de Linguística
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
É preciso preservar a virgindade da água, ou seja, é preciso mantê-la incolor e transparente,
insípida e inodora, para que possa gerar vida...
O ouro é precioso, mas dele não depende a vida
Já imaginaste maior suplício do que morrer de sede, rodeado de água por todos os lados? A propósito vou contar-te uma história.
Era uma vez um rei que reinava na Lídia. Chamava-se Tântalo. Um dia, ofendeu os deuses e foi condenado a um terrível castigo: imerso em água até ao pescoço, todas as vezes que sentia sede e tentava saciá-la, a água baixava e o rei não conseguia bebê-la. De nada lhe servia o precioso líquido se não podia alcançá-lo.
Esta é uma história lendária mas, por vezes, as lendas, tornam-se realidade. Basta os homens nelas interferirem.
A vida existe porque a água existe.
Sem água não há milho. Sem milho não há pão. Sem pão morremos de fome.
Sem água a erva seca. Sem erva os animais morrem de fome, também.
Sem água, morrem as plantas, os homens e os animais.
Contudo, não basta que a água exista.
É preciso preservar a sua virgindade, ou seja, é preciso mantê-la incolor e transparente, insípida e inodora, para que possa gerar vida.
Mais do que o ouro, os diamantes, as esmeraldas, mais do que todas as riquezas do mundo, a água juntamente com o ar são os elementos mais preciosos e valiosos existentes à face da Terra.
E o homem?
O homem não vive sem beber água pura. Não vive sem respirar o ar puro.
Mas o que faz o homem?
Em consciência e em pleno uso das suas faculdades mentais, conspurca a água que ele e todos os outros seres vivos precisam de beber; polui o ar que ele e todos os outros seres vivos precisam de respirar.
E depois? E depois o homem lamenta-se.
Todavia, as lágrimas do homem não lhe matam a sede, nem se podem respirar. Por isso, a água e o ar não precisam dos lamentos do homem, mas sim do seu respeito. Unicamente.
Daí ser importante preservar a saúde do ambiente, para que a vida no Planeta seja realmente vida, e não uma lenta, seca e sufocante morte.
O futuro do Planeta Terra não dependerá do modo como forem geridos os seus elementos vitais?
E quem tem o poder de pôr e dispor das coisas? De construir e destruir as coisas? O javali? A minhoca? Não me digas que é o leão, ao qual chamam predador, porque não é. O leão cumpre apenas a perdurável Lei da Selva.
E o Homem? Cumprirá o Homem a variável Lei da Civilização?...
in «Manual de Civilidade» Foto e texto © Isabel Ferreira